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AVC Isquêmico - O que é o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico?

Dr Diego de Castro
19/05/2020
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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AVC Isquêmico ou Acidente Vascular Cerebral isquêmico é caracterizado pela súbita perda de circulação sanguínea em uma área do cérebro, devido a oclusão de uma artéria cerebral, resultando em uma perda correspondente da função neurológica. Segundo a Mayo Clinic, este é o tipo mais comum de AVC e a principal causa de morte e sequela motora de adultos.

O fluxo sanguíneo bloqueado em um acidente vascular cerebral isquêmico pode ser causado por um coágulo sanguíneo ou entupimento de uma artéria por colesterol (aterosclerose).

Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre o AVC Isquêmico e o que o diferencia do AVC Hemorrágico em relação a causas, sintomas e tratamento.

Causas do AVC Isquêmico

Um AVC isquêmico é a morte de células nervosas causado pela interrupção do fluxo de sangue cerebral.  De acordo com a American Heart Association as duas principais causas de AVC isquêmico são:

  1. Entupimento de uma artéria cerebral por coágulo sanguíneo proveniente do coração (Embolia Cardíaca)
  2. Entupimento e envelhecimento de uma artéria por gordura com formação de trombo local (Aterosclerose)

Um AVC causado por coágulos pode estar associado a:

  • Batimentos cardíacos irregulares (arritmias cardíacas)
  • Problemas nas válvulas cardíacas
  • Insuficiência Cardíaca
  • Ataque cardíaco (Infarto Agudo do Miocárdio)
  • Endurecimento das artérias
  • Distúrbios da coagulação sanguínea
  • Inflamação dos vasos sanguíneos

Uma causa menos comum para o AVC isquêmico ocorre quando a pressão arterial fica muito baixa, reduzindo o fluxo sanguíneo para o cérebro. Isso geralmente ocorre com artérias estreitadas ou inflamadas. A pressão arterial baixa pode resultar de um ataque cardíaco, hemorragia intensa ou infecção grave.

Todos os pacientes devem realizar investigação adequada para determinar a causa do AVC. Isso permite tratamento adequado e redução do risco de um novo evento.

Fatores de Risco

O AVC isquêmico pode acontecer em qualquer idade, incluindo crianças. No entanto, o envelhecimento aumenta o risco.

Um histórico familiar ou pessoal de AVC ou ataque cardíaco também aumenta o risco. Pesquisa publicada na Revista Stroke também demonstrou que os afro-americanos estão em maior risco de AVC do que os caucasianos.

O principal fator de risco evitável para AVC é o tabagismo. Outros fatores de risco são:

  • Pressão alta não controlada
  • Diabetes
  • Doença arterial coronariana
  • Doença Renal
  • Fibrilação atrial
  • Colesterol e triglicerideos alto
AVC isquêmico
Fibrilação Atrial pode aumentar o risco de AVC Isquêmico. Crédito da Imagem: Designed by macrovector_official / Freepik

Em pessoas com menos de 50 anos, os fatores de riscos ainda incluem enxaqueca, abuso de drogas e consumo de bebidas "energéticas".

Sintomas do AVC Isquêmico

Segundo o Center Disease Control, apenas pelos sintomas, não é possível identificar se um AVC isquêmico ou hemorrágico está acontecendo. Na realidade, os sintomas de um AVC estão mais relacionados à região do cérebro que foi afetada pela interrupção da circulação sanguínea.

Em geral, os sinais e sintomas mais comuns incluem:

  • Dormência ou fraqueza da face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo
  • Confusão
  • Dificuldade para falar
  • Problemas de visão em um ou nos dois olhos
  • Súbita dificuldade para caminhar
  • Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação
  • Dor de cabeça súbita e intensa sem causa conhecida

A maioria dos AVCs ocorre rapidamente, levando ao surgimento destes sintomas de forma repentina (agudamente).

Sintomas nas Mulheres

Conforme a American Stroke Association, além das mulheres terem maior risco de AVC, os sintomas que elas apresentam podem ser diferentes dos experimentados pelos homens.

Entre os sintomas comuns que as mulheres que sofrem de AVC apresentam, estão:

  • Perda de consciência ou desmaio
  • Fraqueza geral
  • Dificuldade para respirar ou falta de ar
  • Confusão ou desorientação
  • Mudança comportamental repentina
  • Agitação
  • Alucinação
  • Náusea ou vômito
  • Convulsões

Diagnóstico do AVC Isquêmico

Segundo o US Department of Health & Human Serviceso AVC é uma emergência médica. Quando um paciente com AVC chega ao hospital, o primeiro passo da equipe médica é determinar qual tipo de AVC está ocorrendo. Neste sentido, deve ser realizada uma tomografia computadorizada ou ressonância de crânio logo após a admissão.

Os médicos também precisam descartar outras possíveis causas de seus sintomas, como um tumor cerebral ou uma reação a drogas. Os exames laboratoriais realizados incluem:

  • Hemograma completo
  • Exames que avaliam o perfil químico do sangue
  • Estudos de coagulação
  • Biomarcadores cardíacos
  • Triagem toxicológica em jovens
  • Eletrocardiograma
  • Ecocardiograma
  • Estudo de vasos sanguíneos cervicais

Estes exames ajudam a identificar uma possível causa para o acidente vascular cerebral, fornecer evidências de doenças concomitantes e garantir a ausência de problemas de coagulação sanguínea ao considerar a terapia fibrinolítica.

Em alguns casos, pode ser necessária a realização de exames mais precisos, como:

  • Angiografia
  • AngioRM
  • Angiotomografia
  • Punção lombar: para descartar meningite ou hemorragia subaracnoidea quando a tomografia computadorizada é negativa, mas a suspeita clínica permanece alta.

Tratamento do AVC Isquêmico

Fase Aguda

De acordo com a Mayo Clinic, para tratar um AVC isquêmico, o objetivo é restaurar rapidamente o fluxo sanguíneo no cérebro. A atenção médica imediata pode evitar complicações com risco de vida e danos cerebrais mais disseminados, sendo fundamental para a recuperação.

Se os procedimentos de emergência forem iniciados nas primeiras três horas, no máximo 4 horas e meia, após o início dos sintomas, o paciente poderá receber um medicamento para dissolver o coágulo, como o plasminogênio tecidual (tPA). Segundo o NHS, esse procedimento é denominado trombólise e pode reverter completamente o AVC isquêmico em alguns casos.

Além disso, pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine demonstra que para casos que não responderam a trombólise existe a possibilidade de um procedimento cirúrgico, conhecido como trombectomia.

Os pacientes com AVC isquêmico agudo devem ser avaliados em UTI. Casos muito graves podem apresentar inchaço cerebral que se inicia nas primeiras 48h, mas pode persistir por 07 dias.

Algumas vezes, os pacientes com acidente vascular cerebral requerem oxigênio, sondas ou um acesso intravenoso para fornecer ao paciente líquidos e nutrição. Tratamentos adicionais na fase aguda do AVC isquêmico variam de acordo com a causa.

Reabilitação Após AVC

Segundo o NINDS, a segunda etapa do tratamento de um acidente vascular é a reabilitação.  Além disso, após qualquer tipo de AVC, quando sua condição se tornar estável, o tratamento muda seu objetivo para evitar novos AVCs.

  • Um programa de reabilitação pode ajudá-lo a recuperar as habilidades que perdeu. Ou pode ajudá-lo a aproveitar ao máximo suas habilidades restantes. Escrevemos um artigo completo sobre a reabilitação após AVC: Reabilitação Neurológica após AVC.
  • Pode ser necessário tomar medicamentos para controlar as condições que colocam você em risco de um novo evento (pressão alta e fibrilação atrial, por exemplo).
  • Algumas pessoas precisam realizar uma cirurgia para remover o acúmulo de placas dos vasos sanguíneos que suprem o cérebro (artérias carótidas).

Prevenção de AVC Isquêmico

De acordo com Harvard University, a prevenção do AVC isquêmico pode ser referenciada como primária (tratamento de indivíduos sem histórico prévio de AVC) e secundária (tratamento de indivíduos que já tiveram um AVC e precisam prevenir uma recorrência).

Todos os pacientes devem estar conscientes da importância dos bons hábitos de saúde para prevenção de um novo acidente vascular cerebral. Nesse sentido, interromper tabagismo, reduzir o consumo de sal e realizar atividade física são fatores fundamentais.

De modo geral, as medidas preventivas incluem:

  • Prevenção Primária:
    • Uso de antiagregantes plaquetários
    • Uso de estatinas
    • Prática de exercício
    • Intervenções no estilo de vida (por exemplo, cessação do tabagismo, moderação do álcool)
  • Prevenção Secundária:
    • Uso de antiagregantes plaquetários
    • Uso de anti-hipertensivos
    • Uso de estatinas
    • Intervenções no estilo de vida

Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista Reabilitação Após AVC

Dr Diego de Castro se dedica integralmente ao universo do diagnóstico e assistência. À frente do Serviço de Especialidades Neurológicas, acredita que é possível oferecer um serviço de qualidade em diagnóstico e tratamento das doenças neurológicas.

Também se dedica à reabilitação de pacientes com AVC isquêmico, por meio de uma avaliação neurológica elaborada dos sintomas motores e cognitivos do paciente e da aplicação de toxina botulínica (Botox) em Vitória, abordagem que favorece a realização de fisioterapia, para reduzir os sintomas da espasticidade.

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Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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