A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença neurológica inflamatória de rápida instalação que atinge os nervos periféricos. A doença é causada por um distúrbio do sistema imunológico com ataque aos nervos periféricos, lesionando-os (polineuropatia aguda).
Classicamente, os sintomas da Síndrome de Guillain-Barré são dormências, formigamentos e fraqueza que se iniciam nos pés, coxas e que sobem para mãos e outras musculaturas (paralisia ascendente).
A inflamação presente na Síndrome de Guillain-Barré pode acometer:
Como os pacientes podem apresentar sintomas decorrentes da combinação da lesão de nervos periféricos sensitivos, motores e raízes nervosas, a doença também é chamada de Poliradiculoneuropatia Inflamatória Aguda ou Poliradiculoneurite Aguda.
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre os diferentes subtipos que compõem a síndrome, suas causas e sintomas da Síndrome de Guillain-Barré.
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Historicamente, os primeiros casos da Síndrome de Guillain-Barré foram descritos em 1916 como um "quadro de paralisia de início nas pernas e evolução ascendente" (que subia para o resto do corpo). Na ocasião pouco se entendia sobre a base imunológica da síndrome.
Atualmente, a síndrome de Guillain-Barré é uma inflamação nos nervos periféricos, em que o sistema imunológico (nossas células de defesa) ataca os nervos periféricos, especialmente a bainha de mielina ou os axônios. Quando a inflamação acomete mais a mielina chamamos de desmielinização e quando acomete mais o axônio chamamos de lesão axonal.
A mielina é uma camada isolante ou bainha que se forma ao redor dos nervos, incluindo os do cérebro e da medula espinhal. É composta de proteínas e substâncias gordurosas. Essa bainha de mielina permite que os impulsos elétricos sejam transmitidos de forma rápida e eficiente ao longo das células nervosas. Se a mielina é danificada, essa transmissão de impulsos é prejudicada.
A Síndrome de Guillain-Barré é uma condição neurológica de rápida evolução, precedida por um evento desencadeante, na maioria das vezes uma infecção. Os sintomas geralmente se manifestam como uma paralisia simétrica com ou sem distúrbios sensoriais, dor nas pernas e / ou braços. Além de alterações da urina, pressão arterial e frequência cardíaca (sintomas autonômicos).
Esta é uma condição que pode ser muito grave e que requer diagnóstico, monitoramento e tratamento precoces.
Na maioria dos casos, a causa da Síndrome de Guillain-Barré é uma desregulação imunológica desencadeada por uma infecção bacteriana ou viral.
Agentes infecciosos induzem a produção de anticorpos que reagem de maneira cruzada com a bainha mielina ou com axônios do nervo periférico. O resultado é a lesão e inflamação do nervo periférico.
Segundo estudos da Mayo Clinic, entre as infecções que podem causar Síndrome de Guillain-Barré estão:
Note que o desenvolvimento da síndrome depende não só desses agentes, mas de um organismo susceptível. Em ultima análise a causa são as próprias células de defesa do nosso organismo que estão funcionando de maneira desordenada.
Quando analisamos o nervo de pacientes com a SGB no microscópio observamos:
Os sintomas da Síndrome de Guillain-Barré incluem:
Os sintomas de Guillain-Barré acometem igualmente o lado direito e esquerdo. A fraqueza geralmente ocorre depois das alterações de sensibilidade e pode ocorrer em qualquer músculo, predomina nas pernas e tende a subir para os braços (paralisia ascendente).
Nos casos de sintomas autonômicos e falta de ar, os pacientes devem ser sempre hospitalizados. Aproximadamente 30% dos pacientes precisarão de um aparelho para ajudar a respirar (assistência ventilatória) e esses casos são os mais graves.
As variantes clínicas e os subtipos da Síndrome de Guillain-Barré são resultado dos diferentes nervos que são acometidos pela inflamação.
Quando a inflamação acomete mais a mielina temos as formas desmielinizantes e quando acomete mais o axônio temos as formas axonais.
Os subtipos servem para a comunicação da equipe médica principalmente do neurologista e a equipe de reabilitação. Diversas variantes são reconhecidas. Para conhecimento geral os subtipos são:
Apesar da eficácia comprovada das formas de tratamentos para a SGB, o atendimento de pacientes na prática clínica ainda é frequentemente complexo.
Assim, vamos abordar as evidências atuais de tratamento para estes pacientes em nosso próximo artigo: Síndrome de Guillain-Barré Diagnóstico e Tratamento.
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