Segundo o NIH, canabinoides são todas as substâncias químicas, independentemente da estrutura ou origem, que se ligam aos receptores do sistema endocanabinoide em nosso corpo e no cérebro e que têm efeitos semelhantes aos produzidos pela planta Cannabis Sativa (Maconha).
Pesquisas descobriram que a planta de cannabis é composta por cerca de 80 a 100 canabinoides e aproximadamente 300 produtos químicos não canabinoides.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre as substâncias canabinoides, seus tipos, efeitos e segurança de sua utilização.
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Como explicamos em nosso artigo "Sistema Endocanabinoide - O que é e como funciona?", nosso corpo produz moléculas que têm uma semelhança estrutural com as encontradas na planta cannabis.
De acordo com a Harvard Medical School, o Sistema Endocanabinoide compreende uma vasta rede de sinais químicos e receptores celulares que interagem entre si em nosso cérebro e corpo para garantir a homeostase, regulando muitas das funções essenciais do seu corpo, incluindo:
Foram as tentativas de entender a ação da planta cannabis em nosso organismo que nos levaram a descobrir o Sistema Endocanabinoide, seus componentes e funções.
Uma diferença importante entre os endocanabinoides e canabinoides de uma fonte externa é que o seu trabalho é realizado apenas com o que precisa ser corrigido naquele momento. Por exemplo, quando você inala canabinoides ao fumar maconha, eles inundam todo o seu corpo e fazem mudanças desejáveis e indesejáveis ao mesmo tempo.
Segundo a Alcohol and Drug Foundation’s, a maneira mais simples de compreender a diversidade de substâncias canabinoides é a partir da seguinte classificação:
Fitocanabinoides fazem referência às substâncias que estão presentes na planta Cannabis Sativa L.
A planta de cannabis não produz diretamente canabinoides. Em vez disso, produz ácidos canabinoides, como THCA e CBDA, que devem ser ativados para se tornarem os canabinoides que conhecemos, como THC e CBD.
O aquecimento ou deixar a cannabis secar ao longo do tempo ativa esses ácidos, graças a um processo conhecido como descarboxilação. Por exemplo, com a descarboxilação, o THCA é convertido em THC: o canabinoide psicoativo e intoxicante. O THCA não causa os efeitos psicoativos, mas o THC sim.
Endocanabinoides são produzidos por quase todos os organismos do reino animal que se ligam aos receptores canabinoides. Os dois principais endocanabinoides que já foram encontrados são:
A principal diferença entre fitocanabinoides, endocanabinoides e canabinoides sintéticos é que estes últimos são criados em laboratório.
Exemplos dessas substâncias seria:
Ambos os medicamentos foram aprovados para estes fins nos EUA, Reino Unido, Suíça, Canadá e Espanha.
Mais recentemente, alguns canabinoides seletivos para o receptor CB1 têm sido usados como ingredientes psicoativos em drogas comercializadas como imitações de efeitos da cannabis. Um dos nomes usados para essas drogas é "Spice". Não há muitas informações sobre os efeitos em humanos, embora alguns deles já tenham mostrado causar mais angústia e pânico do que os fitoscanabinoides.
Os efeitos proporcionados pelos canabinoides são diversos e podem incluir:
O THC, por exemplo, pode induzir euforia, aliviar a dor, retardar a percepção do tempo e estimular o apetite. O CBD pode aliviar a inflamação, aliviar a ansiedade e reduzir a frequência de convulsões.
Já existem diferentes níveis de apoio com evidências científicas para os seguintes usos:
Segundo artigo publicado na Frontiers in Pharmacology, crescem as evidências de que os canabinoides não interagem apenas com receptores do sistema endocanabinoide. Eles também parecem ativar outros receptores no corpo, como os de serotonina 5-HT. A vasta gama de efeitos que os canabinoides podem desencadear são determinados pela força com que eles se ligam a esses receptores.
Por outro lado, um artigo publicado no British Journal of Pharmacology apontou que compostos encontrados em outras plantas, como pimenta preta, cacau, equinácea e rododendros também interagem com nossos receptores endocanabinoides. Esses compostos não são os mesmos que os canabinoides encontrados na cannabis, mas podem induzir efeitos semelhantes.
Em artigo publicado no Archives of Clinical Psychiatry, várias preocupações foram levantadas sobre a segurança da cannabis e dos canabinoides:
O uso regular de cannabis, particularmente quando iniciado na adolescência, está associado à:
Os efeitos da mistura da cannabis com outras drogas, incluindo álcool, medicamentos prescritos e medicamentos sem prescrição médica, podem ser imprevisíveis.
Algumas pessoas usam canabinoides para 'descer' de estimulantes como anfetaminas e ecstasy. A mistura de cannabis e ecstasy, no entanto, tem sido associada à redução da motivação, à memória prejudicada e aos problemas de saúde mental.
É mais provável que o uso de canabinoides seja mais perigoso quando:
Conforme o NIH, há evidências de que o CBD pode causar efeitos indesejáveis em algumas pessoas.
Antes da FDA aprovar o Epidiolex (um medicamento à base de CBD), estudos foram feitos para avaliar sua eficácia e segurança. Alguns participantes desses estudos tiveram efeitos colaterais (principalmente diarreia ou sonolência), e alguns desenvolveram anormalidades nos testes de função hepática. Em alguns casos, o medicamento também interagiu com outros fármacos que essas pessoas estavam tomando.
Problemas como esses podem ser gerenciados em pacientes que tomam CBD sob supervisão médica. As pessoas que usam CBD por conta própria não têm esse tipo de proteção.
Não use cannabis ou canabinoides para adiar uma consulta médica sobre um problema de saúde. Também é importante conversar com seu médico sobre quaisquer abordagens complementares de saúde que você use, incluindo os suplementos alimentares, pois eles podem interferir no efeitos dos medicamentos que você utiliza. Juntos, vocês podem tomar decisões bem informadas sobre a sua saúde.
Dr Diego de Castro é Neurologista e Neurofisiologista pela USP especialista em Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento. Também é membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Cuida de pacientes com Parkinson e condições neurológicas raras. Também disponibiliza informações para pacientes e familiares. Leia nossos artigos:
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