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Causas e Sintomas do Lúpus Eritematoso Sistêmico

Dr Diego de Castro
09/08/2024
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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O lúpus eritematoso sistêmico, referido como LES ou lúpus, é uma doença inflamatória, autoimune, que causa alterações de funcionamento em diversas estruturas do organismo. A doença acomete a pele, as articulações, os rins, o sangue e pode envolver o sistema nervoso.

Segundo pesquisa publicada na Revista Rheumatology o lúpus atinge 9 mulheres para cada homem e é mais comum entre 15 e 30 anos.

Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP explica sobre o Lúpus, suas causas, sintomas e tratamento.

Saiba Mais sobre o Lúpus Eritematoso Sistêmico

Causas

Segundo a Lupus Foundation of America, o Lúpus é causado por uma combinação de fatores hormonais, ambientais e genéticos. Esses fatores juntos cursam com um distúrbio da imunidade (doença auto-imune).

  • No lúpus, as células de defesa do sistema imunológico atacam os tecidos do próprio organismo produzindo inflamações: Inflamação na pele, articulações (artrite e sinovite), fígado (hepatite), coração (pancardite), pulmão (serosite), rins (nefrite) e cérebro.
  • A inflamação do Lúpus é causada pela produção de anticorpos que erroneamente se ligam a estruturas saudáveis (auto-anticorpos).
  • Além dos auto-anticorpos, células de defesa atacam diretamente lesando estruturas saudáveis do organismo.

No lúpus, à medida que o ataque prossegue, todos as células e anticorpos ramos do sistema imunológico se juntam à luta. Isso leva a uma inflamação significativa e intensa. O primeiro evento que causa o lúpus é desconhecido.

Sabemos que vários fatores são necessários, incluindo: a composição genética, exposições ambientais e características específicas de órgãos. Pessoas com lúpus também podem ter um processo prejudicado para remover células velhas e danificadas do corpo, o que, por sua vez, fornece estímulos contínuos ao sistema imunológico e leva a uma resposta imune anormal.

Sintomas

Os sintomas do Lúpus variam de acordo com o órgão que está inflamado.

Pessoas com lúpus geralmente apresentam sintomas não específicos como:

  • Febre;
  • Fadiga e desânimo;
  • Perda de apetite e de peso;
  • Perda de cabelo;
  • Azia/dor de estômago;
  • Má circulação nos dedos das mãos e pés.
Sintomas do Lupus

O American College of Rheumatology listou alguns sintomas que podem estar presentes:

  • Erupções cutâneas:
    • erupção cutânea em forma de borboleta nas bochechas - conhecida como erupção malar;
    • erupção cutânea vermelha com manchas redondas ou ovais levantadas - conhecida como erupção discoide;
    • erupção cutânea na pele exposta ao sol;
  • Feridas na boca: feridas na boca ou nariz que duram de alguns dias a mais de um mês;
  • Artrite: sensibilidade e inchaço com duração de algumas semanas em duas ou mais articulações;
  • Inflamação pulmonar ou cardíaca: inchaço do tecido que reveste os pulmões (conhecido como pleurisia ou pleurite) ou o coração (pericardite), que pode causar dor no peito ao respirar profundamente;
  • Problemas renais: sangue ou proteína na urina ou testes que sugerem má função renal;
  • Problemas neurológicos: convulsões, derrames ou psicose. Descrevemos um artigo inteiro sobre o Lúpus no sistema nervoso: Manifestações Neurológicas do Lúpus Eritematoso Sistêmico

Diagnóstico

O diagnóstico do Lúpus se baseia primeiramente nos critérios clínicos do American College of Rheumatology e em exames complementares:

  • Sinais clínicos de inflamação (artrite, alterações de pele, serosite entre outras);
  • História de evento inflamatório anterior;
  • Resultados anormais das análises do sangue, como as abaixo, podem indicar a presença de lúpus:
    • Baixa contagem de células sanguíneas: anemia, baixos glóbulos brancos ou plaquetas baixas;
    • Resultado de anticorpos antinucleares positivos (FAN): anticorpos que podem fazer com que o corpo comece a atacar a si mesmo, presentes em quase todos os pacientes com lúpus;
    • Presença de auto-anticorpos: DNA anti-fita dupla (anti-dsDNA), anti-Smith (anti-Sm) ou anticorpo antifosfolípides;
  • Biópsia de Rim ou de Pele em casos selecionados.

Tratamento e Evolução

O Lúpus é uma doença crônica que não tem cura. Os objetivos do tratamento são:

  1. Suprimir o sistema imunológico hiperativo;
  2. Induzir remissão (silenciar a doença);
  3. Evitar danos permanentes aos órgãos.

O LES é uma doença que pode evoluir em surtos (fases de melhora seguido por fases de piora). Os surtos de lúpus variam de leve a grave. A maioria dos pacientes tem momentos em que a doença está ativa, seguidos por momentos em que a doença é mais silenciosa - conhecida como remissão.

Com o tratamento adequado é possível melhorar  a qualidade de vida desses pacientes diminuindo os riscos de surtos. Os tipos de medicamentos necessários dependerão dos sintomas. Em geral, para controle da doença as classes de medicamentos utilizadas são:

  • Corticoides (Prednisona, Prednisolona);
  • Imunossupressores e imunomoduladores (Azatioprina, Metotrexate, Micofenolato);
  • Pulsoterapia com Metilprednisolona, Ciclofosfamida (para manifestações graves da doença);
  • Anticorpos monoclonais (Rituximab, Tocilizumab, etc).

Como Viver com Lúpus

A maioria das pessoas com lúpus pode viver uma vida normal. O tratamento melhorou consideravelmente e as pessoas estão vivendo melhor. Algumas práticas podem ajudar a conviver melhor com a doença e manter sua qualidade de vida:

  • Um bom relacionamento médico-paciente e o apoio da família e dos amigos podem ajudá-lo a lidar com esta doença crônica e muitas vezes imprevisível;
  • Aprenda o máximo que puder sobre lúpus, seus medicamentos e que tipo de progresso esperar. Tome todos os medicamentos prescritos e visite seu reumatologista frequentemente para evitar problemas sérios. Isso permite que ele acompanhe sua doença e mude seu tratamento conforme necessário;
  • Pratique exercício. Isso ajuda a manter as articulações flexíveis e pode prevenir doenças cardíacas e AVC. Mas não exagere. Pratique exercícios leves a moderados com momentos de descanso;
  • Evite a exposição excessiva ao sol. A luz solar pode causar erupção cutânea em pacientes com lúpus e pode até provocar um surto grave da própria doença. Quando estiver ao ar livre em um dia ensolarado, use roupas de proteção (mangas compridas, um chapéu de aba grande) e muito protetor solar.

Se você é uma jovem mulher com lúpus e deseja ter um bebê, planeje cuidadosamente sua gravidez. Com a orientação do seu médico, programe sua gravidez para quando a atividade do lúpus estiver baixa. Durante a gravidez, converse com o seu médico sobre quais medicamentos você deve evitar, pois podem prejudicar seu bebê.

A comunidade médica preocupa-se há muito tempo com o fato de que o hormônio feminino estrogênio ou o tratamento com estrogênio possa causar ou piorar o lúpus e aumentar o risco de coágulos sanguíneos. Portanto, você deve evitar o estrogênio se seus exames de sangue mostrarem a presença de anticorpos antifosfolípides (o que significa que você já tem um alto risco de coágulos sanguíneos).

Embora o Lúpus sempre deve ser acompanhado pelos médicos reumatologistas, a avaliação neurológica é fundamental para ajudar a evitar possíveis complicações neurológicas e indicar tratamento associado nos casos de envolvimento do sistema nervoso.

Referências:

Veja abaixo nossas informações de contato para agendamento de consultas:

Dr Diego de Castro Neurologista & Neurofisiologista

Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP com experiência no tratamento das mais diversas condições neurológicas. No Serviço de Especialidades Neurológicas, com unidades em Vitória – ES e São Paulo, oferece um serviço de qualidade de assistência para melhorar a qualidade de vida de seus pacientes.

Trazemos em nossa história a busca constante pelo aprimoramento e a vocação para cuidar, trabalhando para que seu tratamento seja focado em suas particularidades, com verdadeira qualidade, visando auxiliar na remissão de seus sintomas.

Estamos disponíveis para cuidar de você nos endereços:

Avenida Américo Buaiz, 501 – Ed. Victória Office Tower Leste, Sala 109 - Enseada do Suá, Vitória - ES, 29050-911

Tel: (27) 99707-3433

R. Itapeva, 518 - sala 901 Bela Vista - São Paulo - SP, CEP: 01332-904

Telefone: (11) 3504-4304

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Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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