O termo Parkinsonismo tem origem na palavra "parkinson" combinada ao sufixo "-ismo" e quer dizer "semelhante ao Parkinson". Portanto, chamamos de Parkinsonismo ao grupo de diversas doenças neurológicas que podem produzir sintomas idênticos à Doença de Parkinson.
Segundo a Mayo Clinic, existem diversas formas de parkinsonismo. No entanto, independente das formas, o quadro clínico sempre será uma anormalidade do movimento caracterizada por:
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista pela USP explica o que é o Parkinsonismo, suas diversas causas, sintomas e diagnóstico.
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Segundo a Movement Disorders Society, o parkinsonismo é um grupo de doenças do movimento caracterizado por lentidão (bradicinesia) e rigidez. Esses sintomas são os mesmos da doença de Parkinson. No entanto, o parkinsonismo apresenta causas e evolução clínica diferentes.
Embora a Doença de Parkinson tenha sido descrita em 1817 por James Parkinson, o entendimento de que outras doenças poderiam produzir sintomas semelhantes em sua fase inicial surgiu só em meados do século XX.
Assista ao vídeo abaixo e compreenda como isso aconteceu:
Historicamente, pesquisas da Universidade de New Jersey apontam que após o estudo microscópico e o melhor entendimento do neurotransmissor dopamina foi finalmente possível distinguir que outras doenças também poderiam causar lentidão e rigidez. A partir daí, a Doença de Parkinson foi considerada a forma primária de parkinsonismo e todas as outras doenças agrupadas em formas secundárias.
Portanto, o real entendimento desse grupo de doenças tem cerca de 50 anos e por esse motivo, há necessidade de muitas pesquisas para seu melhor esclarecimento.
Segundo a Parkinson's Foundation, os principais sintomas das diferentes formas de parkinsonismo são lentidão e rigidez. Além disso, há sintomas extremamente variáveis que mudam ao longo dos anos e com a progressão da doença. Em linhas gerais, outros sintomas comuns são:
A depender da doença, os pacientes podem ainda apresentar dificuldade para falar e engolir, alterações do comportamento, raciocínio ou outras habilidades cognitivas.
De acordo com pesquisa da Clinical Neurophysiology, qualquer condição ou doença que cause diminuição da dopamina no cérebro pode produzir um quadro de parkinsonismo.
Mais uma vez, a Doença de Parkinson é a causa primária do parkinsonismo. Todas as outras doenças que afetam a dopamina são causas de Parkinsonismo secundário e incluem:
Para fins de estudo e pesquisa, o National Center of Biotechnology Information (NCBI - StatPearls) classifica o Parkinsonismo em quatro grandes grupos:
Segundo o Journal of Clinical Neurology, o parkinsonismo medicamentoso é resultado do uso crônico de medicamentos que bloqueiam o funcionamento da dopamina no sistema nervoso.
Essa é a forma mais comum de parkinsonismo secundário e ocorre principalmente em idosos. Entre as medicações mais comumente associadas a este quadro estão:
Os sintomas são de rigidez e lentidão lentamente progressiva. Algumas vezes a retirada do remédio causador pode aliviar os sintomas após meses ou anos.
De acordo com a ScienceDirect, o parkinsonismo heredogenerativo é predomina na faixa etária de adolescentes e adultos jovens. Esse grupo de doenças geralmente tem causa genética e apresenta sintomas de outras anormalidades do movimento.
Muitas condições raras causam parkinsonismos heredodegenerativo, entre elas:
Entre os sintomas comuns da forma heredodegenerativa, além da rigidez e lentidão, há muitas contrações musculares involuntárias como distonias, mioclonias, coreias ou espasticidade.
Segundo Johns Hopkins Medicine, nesse grupo estão as formas de parkinsonismo descritas na década de 1970. Historicamente, o termo surgiu com o advento do tratamento da Doença de Parkinson com a medicação levodopa. Observou-se que um subgrupo de pacientes não respondia bem a esse remédio como os demais pacientes com a forma clássica da Doença de Parkinson.
Além de não responder a levodopa, esses pacientes também apresentavam sintomas atípicos, como:
Com o tempo, uma série de doenças foi descrita dentro desse grupo de parkinsonismo. As principais delas são:
Descrevemos cada uma dessas doenças em profundidade em artigos específicos. Deixamos os links ao final deste artigo.
Outras formas de doenças que simulam o Parkinson incluem o Parkinsonismo vascular. Esta condição é causada por múltiplos AVCs na região profunda do cérebro, gerando um quadro de rigidez e lentidão que predomina nas pernas.
Quadros virais graves podem atingir o cérebro causando uma grave inflamação denominada encefalite. Vírus raros como West Nile podem causar encefalite e uma forma de parkinsonismo pós-encefalítico.
Além disso, anormalidades estruturais do cérebro podem acarretar quadro semelhante a Parkinson. Segundo US National Library of Medicine, essas doenças incluem:
De acordo com a Mayo Clinic, o diagnóstico de Parkinsonismo se baseia principalmente na história e exame neurológico com a identificação de lentidão e rigidez. Além disso são utilizados para o diagnóstico:
Os exames de imagem são importante para afastar causas estruturais como AVC, tumores e outras alterações. Entre eles, o SPECT TRODAT pode confirmar a falta de dopamina no sistema nervoso. Já O PET-CT é utilizado nos casos associados a alterações cognitivas, principalmente nos casos de parkinsonismo atípico.
Os exames laboratoriais específicos e o teste genético são solicitados em situações específicas, principalmente na investigação de doenças genéticas.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP especialista em distúrbios do movimento e neurogenética. Cuida de pacientes com doenças raras e casos de difícil diagnóstico.
É muito comum pacientes com um suposto diagnóstico de Parkinson evoluirem com piora e ausência de resposta a tratamentos convencionais. Na verdade, este é um sinal de que o caso precisa ser melhor investigado. Nessa situação, há uma grande possibilidade de um diagnóstico de parkinsonismo, principalmente das formas atípicas.
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Boa tarde.
agradecia que avaliassem o diagnóstco que me foi feito há carca de um mês.
Em Junho de 2018, fui diagnosticado como tendo Parkinson, do qual foi medicado com Levodopa, entretanto fiz 2 DATASCANS e um R. M. que sugerem parkinsionismos, foi sempre medicado com tendo Parkinson.
Mudei de médico como disse há cerca de um mês e este fez euxaustivamente vários exames clínicos, dizendo que a minha enfermidade é Parkinsionismo atipico.
Durmo cerca de 5/6 horas por noite,desperto muito bem, como se não tivesse qualquer enfermidade, jogo golfe, faço trabalhos manuais, etc, esta situação mantem-se até almoçar cerca da 13h30, depois do almoço durante o qual tomo apenas uma taça de vinho, fico com os sintomas que vou descrever.
Corpo muito comprimido, andar com passos pequeenos, alteração da face, uma grande presão na nuca, a barriga com sensação de inchada, fico com muita dificulade em falar, sendo muito dificil articular palavras, vou à casa de banho 2/3 vezes por dia, ão tenho desiquilibrio, apesar do andar ser de passos pequeenos, não sinto os musculos rigidos, não tenho dificuldade no raciocínio, não tenho anormalidade na postura nem quedas precoses.
Medicaçao que tomo de momento:
07h00 sinemet 25/100.........1+1/2 mg
09h00 exitalopran............1 10 mg
11h00 sinemet 25/100.........1+1/2 mg
14h00 rivotril...............1 0,50 mg
15h00 sinemet 25/100.........1+1/2 mg
19h00 sinemet 25/100.........1+1/2 mg
20h00 ongentys...............1 50 mg
22h00 rivotril...............2 0,50 mg
23h00 sinemet................1 CR 50/200 mg
23h30 zolpidem...............1 10 mg
Estava a tomar 8/24 neupro, que está a ser retirado, reduzindo as doses, neste momento estou com 2/24 que será retirado na próxima semana.
Agradecia imenso que avaliassem tudo isto, e se seria necessário fazer mais exames para confirmar o diagnóstico
Muito obrigado.
Armando Rocha
Olá Armando, obrigado pelo contato! Mas para avaliar seu caso com o devido respeito e consideração só mesmo com uma consulta. Estou atendendo online. Se tiver interesse nesse tipo de avaliação entrar em contato com Suzana no whatsapp 27 99707-3433
Abraço
Diego de Castro
Boa tarde, só uma duvida, para o parksonismo atípico, já que não responde bem ao levodopa, existe alguém medicamento ou tratamento mais eficaz, mais específico? Ou não tem muito o que se fazer nesse caso?
Boa tarde, só uma dúvida, para o parksonismo atípico, que não responde bem ao levodopa, existe alguém medicamento ou tratamento mais eficaz? Ou não tem muito o que se fazer nesse caso?