Segundo a Mayo Clinic, Demência de Corpos de Lewy, também conhecida como doença corporal de Lewy, é o segundo tipo mais comum de demência progressiva, após a doença de Alzheimer. A doença tem este nome, pois é causada por depósitos anormais de uma proteína chamada alfa-sinucleína, também conhecida como corpos de Lewy em regiões cerebrais.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre a Demência de Corpos de Lewy, suas causas, sintomas, semelhanças e diferenças em relação à Doença de Parkinson e Doença de Alzheimer.
Navegação pelo Artigo
Informações do NIA apontam que as anormalidades cerebrais características da Demência de Corpos de Lewy são nomeadas em homenagem a Frederich H. Lewy, M.D., o neurologista que os descobriu durante o início dos anos 1900.
Por razões que ainda não são totalmente compreendidas, a proteína alfa-sinucleína se acumula anormalmente no cérebro em aglomerados. São estes aglomerados de partículas de proteínas que chamamos corpos de Lewy.
A localização em que ocorre o acúmulo da alfa-sinucleína faz diferença. Como diferentes partes do cérebro controlam diferentes funções, quando ocorre em uma parte do cérebro, há o surgimento de um conjunto de sintomas. Quando ocorre em outra parte do cérebro, é um conjunto diferente de sintomas que se desenvolve.
Quando os corpos de Lewy estão presentes no tronco cerebral, funções corporais controladas por esta região cerebral serão afetadas, causando sintomas como:
Quando os corpos de Lewy afetam a substantia nigra, localizada na região cerebral chamada mesencéfalo, sintomas motores são os mais marcantes, incluindo:
Os corpos de Lewy também podem afetar áreas além do tronco cerebral, incluindo o córtex frontal do cérebro. Quando isso ocorre, os sintomas cognitivos se tornam aparentes. Os pacientes podem ter dificuldade com função executiva (planejamento, ordenamento, multitarefa), função visuo-espacial (navegação, construção) e memória. Uma variedade de outros sintomas podem ser proeminentes, incluindo:
Ainda é difícil compreender a causa precisa da Demência de Corpos de Lewy. Mas conforme os estudos avançam, estamos aprendendo mais sobre sua biologia e genética.
Por exemplo, conforme informações da U.S. National Library of Medicine, sabemos que um acúmulo de corpos de Lewy está associado à perda de certos neurônios no cérebro que produzem dois neurotransmissores importantes. Um desses mensageiros, acetilcolina, é importante para a memória e aprendizado. A outra, dopamina, desempenha um papel importante no comportamento, cognição, movimento, motivação, sono e humor.
Também estamos aprendendo sobre fatores de risco que podem aumentar a chance de desenvolver a doença. Alguns fatores de risco podem ser controlados, enquanto outros não. A idade é considerada o maior fator de risco.
Outros fatores que têm sido associados a um maior risco de desenvolver este tipo de demência incluem certas doenças e condições de saúde, particularmente a doença de Parkinson e o transtorno do comportamento do sono REM.
Ter um membro da família com Demência de Corpos de Lewy também pode aumentar o risco, embora não seja considerada uma doença genética.
Segundo o NHS, os sintomas mais comuns incluem alterações na cognição, movimento, sono e comportamento.
Alguns pacientes podem não ter problemas significativos de movimento por vários anos. Outros podem tê-los no início. No início, os sintomas de movimento, como uma mudança na caligrafia, podem ser muito leves e facilmente negligenciados. Os problemas de movimento podem incluir:
Distúrbios do sono são comuns em pessoas com Demência de Corpos de Lewy, mas muitas vezes não são diagnosticados. Os problemas mais comumente observados nestes pacientes podem incluir:
Mudanças de comportamento e humor são possíveis e podem piorar à medida que as habilidades de pensamento diminuem. Essas alterações podem incluir:
Pessoas com Demência de Corpos de Lewy também podem experimentar mudanças significativas na parte do sistema nervoso que regula funções automáticas como as do coração, glândulas e músculos. A pessoa pode ter:
É importante compreender que pessoas com Demência de Corpos de Lewy podem não ter todos os sintomas associados à doença. Qualquer mudança súbita ou importante na capacidade funcional ou comportamento deve ser relatada a um médico.
Conforme a American Parkinson Disease Association, a maioria das pessoas com Parkinson (com exceção do subconjunto muito pequeno de pacientes que o Parkinson resultou de uma mutação genética específica) tem corpos de Lewy em seu cérebro.
São esses aglomerados que causam alguns ou todos os sintomas motores da doença de Parkinson, bem como problemas de memória ou cognitivos, alucinações visuais e problemas com alerta.
Pode ser difícil distinguir a doença corporal de Lewy da doença de Parkinson, e algumas pessoas com doença de Parkinson desenvolvem uma demência semelhante à vista na doença corporal de Lewy. Muitas pessoas com Parkinson podem desenvolver problemas com o pensamento e o raciocínio, e muitas pessoas com demência corporal de Lewy experimentam sintomas de movimento.
Essa sobreposição em sintomas e outras evidências sugerem que a demência corporal de Lewy, doença de Parkinson e demência da doença de Parkinson podem estar ligadas às mesmas anormalidades na forma como o cérebro processa a proteína alfa-sinucleína.
Segundo a Alzheimer's Association, a doença corporal de Lewy é semelhante à doença de Alzheimer em muitos aspectos. Além disso, ela pode ocorrer por si só ou juntamente com a doença de Alzheimer e/ou demência vascular.
Muitas pessoas com demência corporal de Lewy e demência de Parkinson também têm placas e emaranhados — marcas de alterações cerebrais ligadas à doença de Alzheimer.
Continue acompanhando nosso conteúdo. No próximo artigo, vamos abordar o Diagnóstico, Formas de Tratamento e Cuidados com os pacientes com Demência de Corpos de Lewy.
Dr Diego de Castro cuida de pacientes com diversas doenças neurológicas. Sua trajetória conta com a experiência adquirida como neurologista da Universidade de São Paulo e como médico colaborador no ambulatório de Neurogenética e no ambulatório de Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas da USP.
Com o propósito de oferecer um atendimento de excelência e confiança, o Dr Diego de Castro realiza uma avaliação neurológica minuciosa, capaz de auxiliar na definição diagnóstica de seus sintomas e atua juntamente à equipe multidisciplinar para fornecer um tratamento eficaz a seus pacientes.
Gostou deste artigo? Compartilhe com um amigo! Siga-nos nas redes sociais!
Continue aprendendo em nosso site:
Estamos disponíveis para cuidar de você nos endereços:
Avenida Américo Buaiz, 501 – Ed. Victória Office Tower Leste, Sala 109 - Enseada do Suá, Vitória - ES, 29050-911
Tel: (27) 99707-3433
R. Itapeva, 518 - sala 901 Bela Vista - São Paulo - SP, CEP: 01332-904
Telefones: (11) 3504-4304
Posts Relacionados: