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Diagnóstico e Tratamento da Demência Alcoólica

Dr Diego de Castro
09/11/2022
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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De acordo com o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, demência alcoólica é uma condição crônica caracterizada por comprometimento cognitivo devido ao uso compulsivo de álcool durante um período prolongado de tempo.

Se o consumo excessivo de álcool for interrompido, cerca de 25% dos casos se recuperam completamente, 50% dos casos mostram uma recuperação parcial com algum grau de dano e 25% dos casos diagnosticados podem progredir com danos no cérebro e no sistema nervoso e podem precisar de cuidados a longo prazo.

Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre diagnóstico e tratamento da Demência Alcoólica.

Diagnóstico da Demência Alcoólica

A American Addiction Centers recomenda que a pessoa que está ingerido álcool em excesso deve procurar atendimento médico para avaliação e encaminhamento para tratar o uso indevido de álcool. É possível encaminhar a pessoa para:

  • Processo de retirada gerenciada de álcool
  • Aconselhamento psicológico
  • Prescrição de medicamentos para:
    • Reduzir os sintomas de abstinência
    • Diminuir a vontade de beber álcool.

Além disso, se o médico suspeitar que pode haver danos cognitivos, ele pode encaminhar a pessoa para uma avaliação neurológica e tratamento, se necessário.

Para diagnosticar adequadamente a demência, inicialmente descartamos quaisquer outras condições que possam causar os sintomas através de exames físico, psiquiátrico e laboratoriais.

Existem vários exames médicos que podem ser realizados para ajudar a determinar se uma pessoa tem demência alcoólica. Examinar o sistema nervoso e muscular de uma pessoa pode ajudar a esclarecer qualquer dano nervoso causado pelo abuso de álcool.

Critérios Diagnósticos

A Alzheimer's Association descreve critérios diagnósticos para demência relacionada ao álcool, incluindo múltiplos déficits cognitivos, como prejuízo de memória. Um teste neurológico pode determinar se o paciente exibe algum dos seguintes sinais:

  • Agnosia: Falha em reconhecer/identificar objetos
  • Afasia: Perturbação da linguagem
  • Apraxia: Capacidade prejudicada para executar funções motoras
  • Perturbação no funcionamento executivo: Como planejar ou organizar

O médico também faz algumas perguntas ao paciente para determinar se seus prejuízos cognitivos resultam em distúrbios ao seu funcionamento diário.

Na demência relacionada ao álcool, o exame do sistema nervoso também pode revelar vários tipos de danos, incluindo:

  • Movimento ocular anormal
  • Reflexos diminuídos ou anormais
  • Pulso rápido (frequência cardíaca)
  • Pressão arterial baixa
  • Baixa temperatura corporal
  • Fraqueza muscular e atrofia
  • Problemas com caminhada (marcha) e coordenação

Além disso, é importante analisar o histórico médico do paciente, realizar um exame físico e solicitar exames laboratoriais, para determinar se o estado de saúde do paciente é consistente com os efeitos do uso indevido de substâncias. O exame de sangue é essencial para testar os níveis nutricionais do paciente.

Tratamento da Demência Alcoólica

De acordo com a Dementia UK, se o dano cerebral relacionado ao álcool for diagnosticado, a pessoa e a família devem ser atendidas para:

  • Elaborar um plano de tratamento com foco em eliminar o vício e permanecer livre de álcool
  • Recuperar as deficiências nutricionais causadas pelo consumo excessivo de álcool
  • Tratar os danos cognitivos.

O tratamento geralmente envolve desintoxicação hospitalar para gerenciar sintomas de abstinência, seguido de uma combinação de medicação, terapia comportamental e altas doses de tiamina, além de garantir uma dieta equilibrada e hidratação adequada.

Parar de beber
Parar de beber é o ponto chave do tratamento da demência alcoólica

O tratamento precoce é a chave para o eliminar com sucesso os sintomas da demência relacionada ao álcool. Se iniciado cedo o suficiente, os pacientes podem melhorar significativamente sua condição, apenas deixando o álcool e comendo uma dieta equilibrada.

Parar de beber evitará perda adicional da função cerebral. Além disso, melhorar a dieta do paciente pode ajudar; no entanto, apenas melhorar a dieta não substitui a abstinência alcoólica. E, infelizmente, os déficits de aprendizado e os prejuízos de memória de curto prazo podem ser mais difíceis de reverter mesmo com abstinência.

O tratamento com tiamina (vitamina B1) pode prevenir ou diminuir o desenvolvimento da síndrome de Wernicke-Korsakoff. No entanto, raramente melhora a perda de memória que ocorre uma vez que a psicose de Korsakoff se desenvolve.

Além disso, a tiamina pode ser administrada para melhorar o movimento dos olhos e problemas de visão, confusão e coordenação muscular.

A melhora pode levar várias semanas ou meses para ser sentida, e muitas pessoas permanecerão no centro de tratamento até que seus principais sintomas diminuam. Indivíduos que foram diagnosticados com síndrome de Wernicke-Korsakoff podem nunca recuperar a função cognitiva completa.

Estratégias de Enfrentamento

Não é fácil lidar com demência relacionada ao álcool, mas a Stanford Medicine explica que há recursos que podem ajudar. Você pode optar por compartilhar seu diagnóstico com familiares e amigos de apoio. Lembre-se de que você não precisa enfrentar sua condição sozinho.

Considere participar de um grupo de apoio para sobriedade, tais como Alcoólicos Anônimos (AA). Ir às reuniões pode ajudá-lo a assumir a responsabilidade por parar de beber e melhorar sua saúde.

Além disso, tenha certeza de que está comendo uma dieta nutritiva que pode ajudar a melhorar sua função cerebral. Comer refeições bem balanceadas também pode ajudar a gerenciar qualquer desejo de beber que você experimenta.

Algo que ajuda sua saúde física e mental é aderir a uma rotina diária. Embora você não tenha que fazer as mesmas coisas todos os dias, saber a que horas você acorda, faz suas refeições, trabalha, realiza atividades físicas e vai dormir pode ser uma estratégia muito eficiente para apoiar sua jornada de recuperação.

Dr Diego de Castro Neurologista & Neurofisiologista

Dr Diego de Castro cuida de pacientes com diversas doenças neurológicas. Sua trajetória conta com a experiência adquirida como neurologista da Universidade de São Paulo e como médico colaborador no ambulatório de Neurogenética e no ambulatório de Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas da USP.

Com o propósito de oferecer um atendimento de excelência e confiança, o Dr Diego de Castro realiza uma avaliação neurológica minuciosa, capaz de auxiliar na definição diagnóstica de seus sintomas e atua juntamente à equipe multidisciplinar para fornecer um tratamento eficaz a seus pacientes.

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Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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