Epilepsia refratária é um termo que utilizamos quando o tratamento com medicamentos não está controlando as convulsões. Você também pode ouvir termos como epilepsia descontrolada, intratável ou resistente a medicamentos.
Segundo a Epilepsy Foundation of America, observamos esse quadro em cerca de 1 a cada 3 casos de epilepsia, tanto em adultos quanto em crianças.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre as causas da Epilepsia Refratária.
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Segundo a Mayo Clinic, convulsões são períodos de comportamento ou sensações incomuns, às vezes com perda de consciência, causados por alterações na atividade elétrica cerebral.
A epilepsia é uma doença crônica, em que ocorrem convulsões recorrentes, que não foram causadas por alguma condição médica conhecida e reversível, como a retirada de álcool ou o açúcar no sangue extremamente baixo.
Como uma convulsão é causada por atividade anormal no cérebro, pode afetar qualquer processo que seu cérebro coordene. Os sinais e sintomas convulsivos podem incluir:
Os sintomas variam dependendo do tipo de convulsão ou da região cerebral afetada. Na maioria dos casos, uma pessoa com epilepsia tem o mesmo tipo de convulsão em todas as crises, com sintomas semelhantes.
As convulsões na epilepsia podem estar relacionadas a algum tipo de distúrbio cerebral ou uma tendência familiar, mas muitas vezes a causa é completamente desconhecida.
Segundo artigo publicado na Frontiers in Neurology, a epilepsia resistente a medicamentos ocorre quando uma pessoa não conseguiu se tornar (e manter-se) livre de convulsões com o uso adequado de ao menos dois ou três medicamentos anticonvulsivos. Para afirmar que a epilepsia é refratária, é necessário observar os seguintes critérios:
Ainda não conseguimos identificar exatamente por que algumas pessoas têm epilepsia refratária e outras não. Segundo a International League Against Epilepsy, existem quatro razões amplas para que as convulsões de uma pessoa não sejam controladas com medicamentos:
Conforme a Epilepsy Foundation of New England, existem alguns fatores complicadores, que podem interferir no tratamento da epilepsia, dificultando o controle das convulsões. Entre eles, podemos citar a baixa adesão ao tratamento (deixar de tomar o medicamento conforme o esquema prescrito).
Outros fatores que podem causar convulsões ou torná-las mais difíceis de controlar também podem ser diferentes em cada pessoa. Os gatilhos podem incluir:
Nem todos os casos que não conseguimos controlar as convulsões são considerados resistentes a medicamentos. Por exemplo, não consideramos um caso de epilepsia refratária:
A Epilepsy Society alerta que diversos sinais e sintomas de outras condições podem imitar uma convulsão. Assim, muitos casos diagnosticados como epilepsia refratária, na verdade, não são epilepsia. Como exemplos, podemos citar:
Para determinar se episódios repentinos com alteração de sensibilidade, força, comportamento ou consciência são convulsões ou uma condição imitadora, pode ser necessário um diagnóstico minuncioso, avaliando fatores como:
Uma vez diagnosticada a epilepsia refratária, a probabilidade de que as convulsões deixem de acontecer em algum momento é relativamente baixa. Principalmente se a causa para as crises for uma anormalidade estrutural no cérebro.
Para evitar as consequências de convulsões frequentes e mal controladas, é importante buscar outras estratégias de tratamento, assunto que vamos abordar em nosso próximo artigo. Continue acompanhando nosso blog para saber mais.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP especialista em Distúrbios do Movimento e Neurogenética. Conhece algum paciente com epilepsia? Tem dúvidas sobre o seu caso? Estamos a disposição para uma consulta clínica e avaliação.
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Sou portadora de epilepsia refratária.Já fui submetida a cirurgia ressectiva com o Dr Arthur Cuckiert. Tenho implante de VNS. Tomo Lamotrigina em sua dose máxima. Nada controla.Estou desistindo!!!