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Neuromodulação - Conheça as Técnicas e as Indicações

Dr Diego de Castro
12/08/2020
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Conforme a Columbia Neurosurgery, Neuromodulação é o termo utilizado para designar o processo pelo qual um dispositivo é implantado com o objetivo de alterar reversivelmente a atividade do sistema nervoso e aliviar diversos tipos de sintomas.

Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre os diversos tipos de Terapias de Neuromodulação e suas indicações.

Como a Neuromodulação Funciona

A International Neuromodulation Society afirma que as terapias de neuromodulação permitem a entrega focada de agentes modificadores - por exemplo, sinais elétricos, ópticos ou químicos - para áreas específicas do sistema nervoso, a fim de melhorar sua função.

A atividade normal do sistema nervoso é baseada em um equilíbrio de sinais elétricos e químicos. Este equilíbrio pode ser interrompido por uma variedade de insultos (trauma genético, químico ou físico) ao sistema nervoso, causando prejuízos cognitivos, motores e sensoriais. As terapias de neuromodulação ajudam a restabelecer o equilíbrio neural normal.

Segundo a North American Neuromodulation Society, assim como acontece com o uso de um marcapasso, a terapia estimula um nervo ou conjunto de nervos usando impulsos elétricos controlados. A neuromodulação também pode estimular ativamente os nervos, direcionando pequenas doses de um agente farmacêutico para a região afetada.

Tipos de Terapia de Neuromodulação

Os dispositivos e tratamentos de neuromodulação podem ser utilizados para tratar diversos tipos de doenças ou sintomas, desde dores de cabeça a tremores, danos à medula espinhal e incontinência urinária.

Veja a seguir as principais modalidades de terapias neuromoduladoras já desenvolvidas:

Estimulação Cerebral Profunda (DBS)

Segundo a North American Neuromodulation Society, a estimulação cerebral profunda fornece estímulos elétricos de forma controlada para as estruturas profundas do cérebro.

Chegou a substituir os procedimentos ablativos mais comuns, como a palidotomia e a talamotomia, por um procedimento neuromodulativo ajustável, para tratar uma série de distúrbios do movimento, incluindo a doença de Parkinson, tremor e distonia.

Os alvos incluem o núcleo subtalâmico, globus pallidus e tálamo. Muitos estudos estão analisando o DBS para tratamento da depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, anorexia, obesidade, esclerose múltipla e síndromes da dor. Mais recentemente, o DBS vem sendo utilizado no tratamento da epilepsia.

Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)

Segundo a Curators of the University of Missouri, estimulação magnética transcraniana (EMT) é um procedimento ambulatorial usado para tratar a depressão em adultos que não tiveram sucesso com a medicação.

Para realização do tratamento, um dispositivo que emite pulsos magnéticos para o córtex pré-frontal esquerdo do cérebro é colocado na cabeça do paciente. Os pulsos estimulam as células nervosas do cérebro que controlam o humor. Durante o tratamento, os pacientes ouvirão um clique e sentirão uma sensação de batida na cabeça.

Terapia Eletroconvulsiva (ECT)

Segundo a Curators of the University of Missouri, eletroconvulsoterapia (ECT) consiste na transmissão de pequenas correntes elétricas para o cérebro, provocando intencionalmente uma breve convulsão. É utilizada no tratamento de pacientes com sintomas graves de doença mental, incluindo depressão resistente ao tratamento, transtorno bipolar, catatonia e esquizofrenia.

A ECT é um procedimento ambulatorial realizado com anestesia geral, geralmente em três sessões de cinco a 10 minutos por semana.

Este é um dos tratamentos mais rápidos e eficazes para a depressão grave. Embora ainda possa causar alguns efeitos colaterais, a ECT é muito mais segura atualmente, pois usa correntes elétricas fornecidas em um ambiente controlado para obter o máximo benefício com o menor risco possível.

Estimulação do Nervo Vago (VNS)

Conforme a Mayo Clinic, o nervo vago tem um papel importante na regulação da função de vários órgãos, glândulas e músculos involuntários em todo o corpo (por exemplo, vocalização, deglutição, frequência cardíaca, respiração, secreção gástrica e motilidade intestinal). Há um nervo vago de cada lado do corpo, que vai do tronco cerebral ao pescoço, ao peito e ao abdômen.

A estimulação do nervo vago envolve o uso de um dispositivo implantável cirurgicamente sob a pele do peito e conectado por um fio ao nervo vago esquerdo.

Quando ativado, o dispositivo envia sinais elétricos ao longo do nervo vago esquerdo para o tronco cerebral, estimulando certas áreas do cérebro. Atualmente, o procedimento é aprovado pela FDA para tratar epilepsia e depressão.

Estimulação da Medula Espinhal

Informações da North American Neuromodulation Society indicam que a estimulação da medula espinhal (SCS) fornece estímulos elétricos de baixa intensidade à medula espinhal para o tratamento da dor neuropática.

Com este procedimento, a dor é mascarada. Ou seja, sua característica é alterada para uma sensação de formigamento mais suave.

As indicações mais comuns incluem:

  • síndrome pós-laminectomia
  • síndrome da dor regional complexa (SDRC)
  • radiculopatia cervical e lombar crônica.

Também podemos utilizar a SCS para alívio de dor intratável devido a diversas causas, incluindo:

  • dor visceral / abdominal
  • neurite cervical
  • lesão medular
  • neuralgia pós-herpética.

A maioria dos estudos indica que, em pacientes cuidadosamente selecionados, a SCS pode produzir pelo menos 50% de alívio da dor.

Estimulação Medular

Estimulação do Nervo Periférico

Segundo a North American Neuromodulation Society, estimulação do nervo periférico é uma abordagem comumente usada para tratar a dor. Envolve implantar um pequeno dispositivo elétrico que tem como alvo um nervo ou ramo de nervos periféricos (localizados além do cérebro ou da medula espinhal). O eletrodo emite pulsos elétricos para fornecer terapia ou gerar uma resposta muscular.

A estimulação do nervo periférico pode ser realizada nos nervos dos membros superiores e inferiores, cranianos, lombares, entre outros, especialmente para analgesia, mas também com indicações em casos de incontinência intestinal ou vesical.

Bombas de Infusão Espinhal

Conforme a Columbia Neurosurgery, as bombas de infusão espinhal permitem a administração constante de quantidades extremamente reduzidas de medicamentos potentes na medula espinhal e nas raízes nervosas.

O sistema consiste em uma bomba programável que contém um reservatório de medicação e um cateter espinhal para entregá-lo ao canal medular. Esse tipo de dispositivo é apropriado para pacientes que necessitam de doses constantes de narcóticos para tratar a dor crônica.

Geralmente, os pacientes serão considerados para uma bomba de infusão se tiverem esgotado todas as outras opções razoáveis ​​de tratamento, incluindo neuroestimulação.

Benefícios, Riscos e Complicações da Neuromodulação

Informações da International Neuromodulation Society apontam que as terapias de neuromodulação melhoram a qualidade de vida das pessoas. Elas fornecem uma alternativa à terapia medicamentosa de longo prazo para o alívio sintomático de condições persistentes ou crônicas.

Isto é particularmente importante quando os medicamentos são ineficazes ou se tornam problemáticos para o uso a longo prazo devido ao desenvolvimento de tolerância, dependência, efeitos colaterais adversos ou toxicidade.

Segundo a Harvard Health Publishing, as complicações do procedimento podem incluir:

  • sangramento
  • infecção
  • coágulos sanguíneos
  • reações ao medicamento (no caso de uma bomba intratecal).

E como o sistema nervoso de cada pessoa possui suas particularidades, a resposta a esses tratamentos pode variar de um paciente para outro. Por esses motivos, um teste é realizado antes do dispositivo ser implantado permanentemente.

Quando Decidir pelo Tratamento com Neuromodulação

A Harvard Health Publishing orienta que os tratamentos de neuromodulação geralmente devem ser indicados aos pacientes apenas depois de tentativas sem sucesso com opções de tratamento convencionais, como medicamentos, terapia física e ocupacional ou cirurgia.

Quanto ao seu caso específico, para considerar essas opções, seu médico pode fornecer orientações com base em sua situação e experiência com outros tratamentos para a dor.

Dr Diego de Castro Neurologista & Neurofisiologista Especialista em Distúrbios do Movimento e DBS

Tem dúvida se seu caso pode se beneficiar de alguma destas técnicas de Neuromodulação? Estamos à disposição para uma consulta clínica e avaliação.

Aumente seus conhecimentos sobre a Neuromodulação, lendo nossos outros artigos:

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Dr Diego de Castro dos Santos
Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.

6 comments on “Neuromodulação - Conheça as Técnicas e as Indicações”

  1. Boa noite

    Tenho um implante de neuro modulaçao na coluna lombar.
    Fiz em dez de 2011 uma artrodese lombar e em 2015 um implante de neuro modulaçao. Foi implantado o aparelho eon mini que estava aquecendo na recarga e houve a teoca pelo medtronic que atualmente jandeu 3 panes. Trava o sistema tendonque retirar a bateria do controle para que retorne ao seu funcionamento. Ocorre que parece quebos choques estao deixando minhas pernas com fraqueza. Sinto formigaçoes e varias quedas... Nao consigo dirigir nem ficar muitontemponem uma posiçao. Pode me.dizer se há efeitos colatetais. Há fiz a troca em marçonde 2020 e ate hoje dia 29 de janeiro de 2021 ainda esta inflamafo o localndo eletrodo. Saindo secreçao e pus.

  2. Boa tarde !
    Meu filho sofreu um acidente muito sério com moto no final de 2019, bateu muito forte com a cabeça, ficou e coma por 18 dias, quando voltou era uma criança, foi reaprendendo tudo novamente, porem o lado esquerdo ficou "prejudicado" a perna esquerda ele movimenta com um pouco de dificuldade, o braço e mão esquerda estão muito prejudicados quase sem movimentos, quero saber se esse tratamento ajuda ele e como consigo fazer.

    obrigada

    1. Olá Andreia! As técnicas de neuromodulação, especialmente a estimulação magnética transcraniana (TMS) e a estimulação elétrica trasncraniana (tDCS) podem ajudar a reabilitação pós acidentes. O único desafio é que este tratamento é caro, não é coberto por plano de saúde nem pelo SUS e são necessárias diversas sessões de tratamento. Se voce tiver condições e exista algum profissional na sua cidade que realiza o tratamento é algo a ser considerado na reabilitação.

      Abraço

  3. Olá, Doutor. Gostaria de saber se quando o Sr fala em neuromodulação, refere-se também ao REAC. E também se ela poderia ajudar em caso de epilepsia.
    Desde já agradeço.
    teresa

  4. Boa noite
    Estou com disartria,e em consulta com neurologista,este pediu todos exames para detectar doença neurologica ou autoimune.Fiz ressonancia,eletroneuromiografia,exame especifico de sangue e cintilografia.Em todos estes exames não se encontrou nada anormal.
    Faço sessões de fonoaudiologia uma vez por semana que não estão melhorando minha fala.
    Hoje eu soube da eletromodulação transcraniana.
    Mas eu moro no Rio de Janeiro.Minha pergunta é se o Sr conhece alguem que usa esse tratamento na minha cidade.

  5. Minha mãe tem parkinson, está com dificuldade de mobilidade, consigo tratar aqui em São Paulo com neuromodulacao? Onde posso levar ela e passar com um especialista e também já fazer o tratamento ?

Dúvidas? Sugestões?

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