Nas últimas duas décadas, doses subanestésicas de Quetamina (também conhecida como cetamina ou ketamina) demonstraram ter efeitos antidepressivos rápidos e sustentados, e inúmeras pesquisas vêm demonstrando seus efeitos terapêuticos para uma variedade de condições psiquiátricas.
Mas é importante considerar que não é um tratamento de primeira opção para a depressão e também não é indicada para todos os transtornos neuropsiquiátricos.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, neurologista e neurofisiologista pela USP, explica sobre o uso da Quetamina, suas indicações e contraindicações.
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Artigo publicado no BJPsych Open aponta que a Quetamina é um fármaco agonista do receptor N-metil-d-aspartato com segurança e eficácia bem estabelecidas como analgésico e anestésico. Desde que foi desenvolvida em 1964, em grande parte como um substituto para outro anestésico cirúrgico chamado fenciclidina, ela tem sido usada principalmente em anestesia veterinária e pediátrica. O interesse nos últimos anos cresceu na psiquiatria se deu após relatos de seus efeitos antidepressivos de ação rápida.
O potencial da Quetamina no tratamento de transtornos psiquiátricos foi observado pela primeira vez na década de 1970 e tem sido o foco de investigações formais desde a década de 1990. A primeira aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA de uma terapia derivada de Quetamina para a saúde mental veio em 2019 para a escetamina intranasal como terapia para depressão resistente ao tratamento, o que aumentou o interesse clínico e público internacionalmente.
De acordo com a Harvard Medical School, a Quetamina é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos para a indução e manutenção da anestesia, embora também esteja sendo incorporada ao tratamento de transtornos psiquiátricos, como:
A droga também vem sendo utilizada no tratamento de alguns casos de dor crônica e pós-operatória.
No entanto, é na depressão grave ou resistente ao tratamento com medicamentos (também conhecida como depressão refratária) que a Quetamina apresenta resultados já comprovados de um efeito antidepressivo rápido e duradouro capaz até mesmo de atuar em casos de ideação suicida. Isso acontece porque ela atua como um antagonista do receptor NMDA, um tipo de receptor de glutamato que regula a formação de novos neurônios e de ligações entre eles (processos conhecidos como neurogênese e plasticidade sináptica).
Ao bloquear esse receptor, a Quetamina aumenta a liberação de glutamato em outras regiões do cérebro, o que favorece:
A terapia com Quetamina intravenosa (IV) não é uma terapia de primeira linha para transtornos psiquiátricos ou controle da dor crônica e pode ser considerada pela equipe interdisciplinar do paciente após falha do tratamento padrão. Geralmente é usada apenas quando outros tratamentos já estabelecidos não foram eficazes. Além disso, não oferece cura; em vez disso, melhora os sintomas da depressão por um certo período de tempo, para que o paciente possa dar seguimento em outras estratégias que possam ajudar no tratamento de sua condição.
Atualmente, ainda existem limitadas recomendações estabelecidas para o uso do tratamento com Quetamina em transtornos psiquiátricos. Portanto, de acordo com recomendações da Columbia University, a seleção de candidatos apropriados para receber o tratamento requer uma consideração cuidadosa em relação aos riscos e benefícios do tratamento no contexto de:
Converse com seu médico e quaisquer outros profissionais de saúde que cuidam de você para ajudar a tomar uma decisão. Com base em seus objetivos, suas experiências com a depressão e os possíveis efeitos colaterais da droga, muitas vezes é mais fácil compreender se o tratamento com Quetamina é adequado para o seu caso.
Conforme informações da American Psychiatric Nurses Association, a Quetamina deve ser evitada ou então usada com extrema cautela nos seguintes grupos:
À medida que aprendemos mais com a pesquisa sobre Quetamina e com as experiências das pessoas em clínicas mais recentes, seremos mais capazes de responder às perguntas sobre sua eficácia a longo prazo e quais salvaguardas são necessárias para o tratamento. Também podemos aprender quem tem maior probabilidade de se beneficiar com segurança da terapia e o melhor método de administração.
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