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Quetamina: Indicações e Contraindicações

Dr Diego de Castro
24/04/2024
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Nas últimas duas décadas, doses subanestésicas de Quetamina (também conhecida como cetamina ou ketamina) demonstraram ter efeitos antidepressivos rápidos e sustentados, e inúmeras pesquisas vêm demonstrando seus efeitos terapêuticos para uma variedade de condições psiquiátricas.

Mas é importante considerar que não é um tratamento de primeira opção para a depressão e também não é indicada para todos os transtornos neuropsiquiátricos.

Neste artigo, Dr Diego de Castro, neurologista e neurofisiologista pela USP, explica sobre o uso da Quetamina, suas indicações e contraindicações.

Conhecendo a Quetamina

Artigo publicado no BJPsych Open aponta que a Quetamina é um fármaco agonista do receptor N-metil-d-aspartato com segurança e eficácia bem estabelecidas como analgésico e anestésico. Desde que foi desenvolvida em 1964, em grande parte como um substituto para outro anestésico cirúrgico chamado fenciclidina, ela tem sido usada principalmente em anestesia veterinária e pediátrica. O interesse nos últimos anos cresceu na psiquiatria se deu após relatos de seus efeitos antidepressivos de ação rápida.

O potencial da Quetamina no tratamento de transtornos psiquiátricos foi observado pela primeira vez na década de 1970 e tem sido o foco de investigações formais desde a década de 1990. A primeira aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA de uma terapia derivada de Quetamina para a saúde mental veio em 2019 para a escetamina intranasal como terapia para depressão resistente ao tratamento, o que aumentou o interesse clínico e público internacionalmente.

Indicações da Quetamina

De acordo com a Harvard Medical School, a Quetamina é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos para a indução e manutenção da anestesia, embora também esteja sendo incorporada ao tratamento de transtornos psiquiátricos, como:

  • Transtorno depressivo maior (TDM)
  • Transtorno bipolar
  • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

A droga também vem sendo utilizada no tratamento de alguns casos de dor crônica e pós-operatória.

No entanto, é na depressão grave ou resistente ao tratamento com medicamentos (também conhecida como depressão refratária) que a Quetamina apresenta resultados já comprovados de um efeito antidepressivo rápido e duradouro capaz até mesmo de atuar em casos de ideação suicida. Isso acontece porque ela atua como um antagonista do receptor NMDA, um tipo de receptor de glutamato que regula a formação de novos neurônios e de ligações entre eles (processos conhecidos como neurogênese e plasticidade sináptica).

Ao bloquear esse receptor, a Quetamina aumenta a liberação de glutamato em outras regiões do cérebro, o que favorece:

  • O crescimento e a sobrevivência de novos neurônios e sinapses
  • A reversão dos efeitos da depressão crônica sobre a estrutura e a função cerebral.

A terapia com Quetamina intravenosa (IV) não é uma terapia de primeira linha para transtornos psiquiátricos ou controle da dor crônica e pode ser considerada pela equipe interdisciplinar do paciente após falha do tratamento padrão. Geralmente é usada apenas quando outros tratamentos já estabelecidos não foram eficazes. Além disso, não oferece cura; em vez disso, melhora os sintomas da depressão por um certo período de tempo, para que o paciente possa dar seguimento em outras estratégias que possam ajudar no tratamento de sua condição.

Considerações sobre a Elegibilidade dos Candidatos

Atualmente, ainda existem limitadas recomendações estabelecidas para o uso do tratamento com Quetamina em transtornos psiquiátricos. Portanto, de acordo com recomendações da Columbia University, a seleção de candidatos apropriados para receber o tratamento requer uma consideração cuidadosa em relação aos riscos e benefícios do tratamento no contexto de:

  • Gravidade da depressão e/ou suicídio
  • Duração do episódio atual
  • História prévia de tratamento
  • Urgência para o tratamento.

Converse com seu médico e quaisquer outros profissionais de saúde que cuidam de você para ajudar a tomar uma decisão. Com base em seus objetivos, suas experiências com a depressão e os possíveis efeitos colaterais da droga, muitas vezes é mais fácil compreender se o tratamento com Quetamina é adequado para o seu caso.

Contraindicações da Quetamina

Conforme informações da American Psychiatric Nurses Association, a Quetamina deve ser evitada ou então usada com extrema cautela nos seguintes grupos:

  • Pessoas com histórico de psicose ou esquizofrenia, pois há preocupação de que a dissociação produzida durante a infusão possa piorar os transtornos psicóticos
  • Pessoas com histórico de transtorno por uso de substâncias, porque a Quetamina pode causar euforia (provavelmente por desencadear ativação dos receptores opioides) e algumas pessoas podem se tornar viciadas nela (o que é chamado de transtorno de uso de Quetamina)
  • Adolescentes, pois há algumas preocupações sobre os efeitos a longo prazo no cérebro adolescente ainda em desenvolvimento
  • Pessoas grávidas ou amamentando
  • História de aumento da pressão intracraniana
  • Hipertensão não controlada
  • Idosos que apresentam sintomas de demência.

À medida que aprendemos mais com a pesquisa sobre Quetamina e com as experiências das pessoas em clínicas mais recentes, seremos mais capazes de responder às perguntas sobre sua eficácia a longo prazo e quais salvaguardas são necessárias para o tratamento. Também podemos aprender quem tem maior probabilidade de se beneficiar com segurança da terapia e o melhor método de administração.

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Dr Diego de Castro dos Santos
Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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