

Viver com a sensação de agonia constante nas pernas é um fardo que consome a energia mental e física de qualquer pessoa. Quando o repouso, que deveria ser um momento de restauração, transforma-se em um período de inquietação e desconforto, toda a qualidade de vida é comprometida.
No entanto, é fundamental compreender que existe um caminho para o resgate de noites tranquilas. O primeiro passo dessa jornada é identificar o que pode estar impedindo a eficácia do seu tratamento atual.
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP explica quais são os medicamentos que podem estar sabotando seu tratamento e quais são as opções seguras e modernas que podem ajudar no seu caso.
Navegação pelo Artigo
No tratamento da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI), é comum pacientes que estão tomando o remédio certo, cuidando do sono e do estilo de vida perceberem que a agonia não passa. Quando vamos investigar a lista de medicamentos que eles usam para outras coisas (como uma alergia, tristeza ou enjoo), encontramos os culpados.
Muitos remédios comuns, vendidos até sem receita na farmácia, podem interferir no tratamento da SPI. Eles bloqueiam a dopamina ou excitam os nervos exatamente da forma que não queremos.
Mas é fundamental que você saiba: nunca suspenda um medicamento por conta própria, especialmente se for para o coração ou depressão. O objetivo aqui é que você tenha conhecimento para conversar com seu médico e buscar alternativas mais amigáveis para sua condição.
Alguns medicamentos costumam agir em um desses campos principais: ou diminuem a disponibilidade de dopamina, o neurotransmissor que controla a fluidez do movimento, ou aumentam a atividade de outros sistemas que deixam os nervos em estado de alerta.
Segundo artigo publicado na Sleep medicine reviews, as classes de medicamentos que mais costumam piorar a SPI são:
Artigo publicado no The Lancet Neurology aponta que muitas vezes, a Síndrome das Pernas Inquietas não caminha sozinha. Você pode estar tratando uma hipertensão, uma insônia crônica ou até problemas gástricos. É neste cenário que o sucesso do tratamento depende da comunicação entre os seus médicos.
Por isso, é recomendável que você mantenha uma lista atualizada de todas as substâncias que ingere, incluindo suplementos vitamínicos. O ajuste fino de uma dosagem ou a troca de um horário de administração pode o que faltava para estabilizar o seu quadro neurológico sem prejudicar o tratamento das outras condições.
A medicina mudou muito nos últimos 5 anos. O que era "regra" em 2015, hoje já não é mais a primeira escolha. Conforme artigo publicado no Journal of Global Health, a ciência evoluiu para oferecer tratamentos que não apenas mascaram o sintoma, mas tentam equilibrar a química cerebral de forma mais sustentável.
Antigamente, usávamos dopamina para tudo. Hoje, as diretrizes internacionais colocam os gabapentinoides (Gabapentina, Pregabalina) como preferência inicial para a maioria dos pacientes. Eles são eficazes para controlar a sensibilidade nervosa e ajudam a aprofundar o sono, sem causar o que chamamos de Augmentation (uma piora progressiva dos sintomas da SPI ao longo do tempo).
Como já vimos em outros artigos, para muitos pacientes, o único remédio necessário é o Ferro (seja oral ou na veia). Antes de começar qualquer medicação controlada, corrigir a ferritina para níveis acima de 75-100 ng/mL é obrigatório.
Eles ainda são usados? Sim, mas com muito mais cautela. Remédios como Pramipexol e Rotigotina são excelentes para alívio rápido, mas têm um risco de Augmentation.
Assim, usamos em doses baixíssimas e monitoramos de perto a resposta do organismo para minimizar esse risco.
Se você tem Síndrome das Pernas Inquietas e precisa tratar uma gripe, uma depressão ou um enjoo, o NINDS recomenda que você avise ao médico que tem SPI, para que ele busque opções de tratamento que não interfiram com a dopamina. A informação é a sua maior defesa. Muitas vezes, um simples ajuste na medicação da alergia é o que faltava para você voltar a dormir em paz.
O controle da Síndrome das Pernas Inquietas exige um olhar atento não apenas para o que estamos acrescentando ao tratamento, mas para o que já faz parte da sua rotina. Medicamentos comuns para alergia, náuseas e até antidepressivos podem atuar como interferências no seu sistema nervoso, agravando a agonia noturna.
Identificar esses fatores é essencial para que as novas terapias tenham o efeito desejado.
Busque sempre o atendimento médico especializado para realizar esse ajuste fino na sua prescrição. O autocuidado começa com o conhecimento, mas a segurança plena vem do acompanhamento profissional.
Priorize a sua saúde neurológica e não aceite o desconforto como algo inevitável; o diagnóstico correto e a revisão da sua lista de medicamentos podem devolver a você a liberdade de uma noite de sono reparadora.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP e cuida de pacientes com problemas do sono e outras condições neurológicas.
Aprenda mais sobre outras condições relacionadas acessando nossos artigos:
Conhece alguém com esses sintomas? Ou que esteja enfrentado outros problemas com o sono, compartilhe este artigo! Siga-nos nas redes sociais!
Estamos disponíveis para uma avaliação neurológica nos seguintes endereços:
Rua Itapeva, 518 - sala 901
Bela Vista
São Paulo - SP, 01332-904
Telefone: (11) 3504-4304
No Espírito Santo, também oferecemos um tratamento especializado às pessoas com Síndrome das Pernas Inquietas e outros distúrbios do sono, no Serviço de Especialidades Neurológicas, em Vitória, na Enseada do Suá, próximo ao Shopping Vitória.
Avenida Americo Buaiz, 501 – Victória Office Tower – Torre Leste – Enseada do Suá, Vitória – ES, 29050-911
Telefone: (27) 99707-3433
Posts Relacionados:




