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Diagnóstico e Tratamento da Demência de Corpos de Lewy

Dr Diego de Castro
10/11/2021
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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Segundo informações do NHS, a Demência de Corpos de Lewy é uma doença progressiva, o que significa que os sintomas começam lentamente e pioram com o tempo, geralmente em cinco a até mesmo 20 anos para algumas pessoas, dependendo da saúde geral, idade e gravidade dos sintomas.

Por este motivo, um plano abrangente de tratamento e cuidados deve começar a ser desenvolvido já no diagnóstico. Dessa forma, é possível manter a qualidade de vida do paciente, sua família e cuidadores.

Complementando o artigo da semana passada, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre os procedimentos diagnósticos e formas de tratamento e cuidado do paciente com demência de corpos de Lewy.

Diagnóstico da Demência de Corpos de Lewy

Segundo o National Institute on Aging (NIA), a demência de corpos de Lewy costuma ser difícil de diagnosticar, porque seus primeiros sintomas podem ser semelhantes aos da doença de Alzheimer ou de uma doença psiquiátrica. Somente à medida que sintomas adicionais aparecem, torna-mais evidente o diagnóstico.

Como acontece com outros tipos de demência, não há um único teste que possa diagnosticar conclusivamente a Demência de Corpos de Lewy. O diagnóstico baseia-se nos sinais e sintomas que o paciente apresenta e descarta outras condições que podem causar sinais e sintomas semelhantes. Os testes podem incluir:

  • Exame neurológico e físico, para verificar sinais de doença de Parkinson, AVC, tumores ou outras condições médicas que podem afetar o cérebro e a função física. Em um exame neurológico, avaliamos:
  1. Reflexos
  2. Força
  3. Caminhada
  4. Tônus muscular
  5. Movimentos oculares
  6. Equilíbrio
  7. Sensibilidade ao toque
  8. Avaliação das habilidades mentais.
  • Exames de sangue, para descartar problemas físicos que podem afetar a função cerebral, como deficiência de vitamina B-12 ou hipotireoidismo.
  • Escaneamentos cerebrais. Ressonância magnética ou tomografia podem ajudar a identificar um AVC e descartar um tumor.

Por mais difícil que seja, obter um diagnóstico preciso, o quanto antes possível, é importante para que a pessoa:

  • Receba os cuidados médicos corretos e evite tratamentos potencialmente prejudiciais
  • Consiga construir uma equipe médica e de suporte para maximizar sua qualidade de vida
  • Tenha tempo para planejar cuidados médicos e tratar de questões jurídicas e financeiras.

Embora o diagnóstico de Demência de Corpos de Lewy possa ser angustiante, algumas pessoas ficam aliviadas ao saber a razão de seus sintomas. Conversar com um profissional de saúde mental sobre seu diagnóstico pode ajudar a mudar seu foco para a criação de um plano de cuidados.

Tratamento e Cuidados

Segundo a Mayo Clinic, embora a Demência de Corpos de Lewy não possa ser prevenida ou curada, é possível gerenciar os sintomas por um período de tempo. Um plano de tratamento eficaz envolve:

  • Uso de medicamentos
  • Terapias complementares
  • Estratégias comportamentais.

Além disso, é interessante realizar algumas modificações de segurança doméstica e utilizar equipamentos que facilitam as tarefas diárias.

Medicamentos

Entre os medicamentos que podem ser utilizados para tratar os sintomas, estão:

  • Inibidores de colinesterase. Esses medicamentos também são utilizados para a doença de Alzheimer. Eles atuam aumentando os níveis de mensageiros químicos no cérebro (neurotransmissores) importantes para a memória, o pensamento e o julgamento. Isso pode ajudar a melhorar o estado de alerta e a cognição e pode reduzir alucinações e outros problemas comportamentais.
  • Antiparkinsonianos (como a levodopa). Esses medicamentos podem ajudar a reduzir os sinais e sintomas parkinsonianos, como rigidez muscular e lentidão de movimentos. Nem todos os pacientes necessitam de tratamento antiparkinsoniano. Alguns pacientes podem passar anos antes de mostrar sinais de parkinsonismo. Por este motivo, estes medicamentos são utilizados apenas quando os sintomas são incômodos, iniciando com uma dose baixa e aumentando lentamente.
  • Medicamentos para tratar outros sintomas, como problemas de sono ou movimento. Antidepressivos podem ser usados para tratar depressão e ansiedade.

Terapias Complementares

Segundo o NHS, existe uma série de terapias e medidas práticas que podem auxiliar no cuidado e melhorar a qualidade de vida de alguém com demência. Estas incluem:

  • Terapia ocupacional, para identificar áreas problemáticas na vida cotidiana (como se vestir) e desenvolver estratégias que facilitem sua realização
  • Fonoaudiologia, para ajudar a melhorar a comunicação ou dificuldade para engolir
  • Fisioterapia, para melhorar a amplitude de movimento, força e coordenação
  • Terapias psicológicas, como estimulação cognitiva (atividades e exercícios projetados para melhorar a memória, habilidades de resolução de problemas e capacidade linguística) ou mesmo aconselhamento, para ajudar a lidar com depressão ou ansiedade
  • Técnicas de relaxamento, como massagem, música ou terapia de dança
  • Interação social e atividades de lazer
  • Modificações domésticas, como deixar os espaços com livre acesso, garantir que a casa esteja bem iluminada e adicionar barras de apoio.

Estratégias Comportamentais

Como as pessoas com Demência de Corpos de Lewy são mais sensíveis aos efeitos dos medicamentos antipsicóticos, inicialmente, é interessante tentar abordagens não medicamentosas para tratamento dos distúrbios psicóticos e comportamentais. Segundo a Lewy Body Dementia Association, é importante ter um bom resultado sem comprometer a segurança do paciente e daqueles que convivem com ele.

Se alucinações não são assustadoras para o paciente, mesmo que incomodem a família, o tratamento com um antipsicótico pode não ser necessário, especialmente se o paciente entender que as alucinações não são reais. Neste caso, são recomendadas práticas como:

  • Modificar o ambiente. Reduzir a desordem e o ruído pode facilitar o funcionamento cognitivo de alguém com demência.
  • Pessoas com demência podem experimentar uma piora do estado de confusão no final do dia e à noite. Para evitar esta situação, planeje atividades e exposição à luz durante o dia, para incentivar a sonolência noturna. Mantenha, também, uma luz noturna acesa para reduzir a agitação que ocorre quando os arredores são escuros ou desconhecidos.
  • As respostas dos cuidadores, às vezes, pioram o comportamento. Evite corrigir e interrogar uma pessoa com demência. Ofereça garantia e validação de suas preocupações.
  • Criar rotinas diárias e manter as tarefas simples. Insira tarefas em etapas mais fáceis e foque em sucessos, não em fracassos.

Por outro lado, os delírios (falsa crença com forte convicção, apesar das evidências em contrário) podem afetar negativamente o convívio social e, na maioria dos casos, devem ser tratados, mais produtivamente por um profissional de saúde mental.

Distúrbios comportamentais da demência de corpos de Lewy
Os distúrbios comportamentais na demência de corpos de Lewy devem ser tratados quando incomodam o paciente ou afetam negativamente o convívio social.

Medicamentos antipsicóticos devem ser usados com extrema cautela. Embora sejam prescritos para sintomas comportamentais que podem ocorrer no Alzheimer, eles podem causar efeitos colaterais graves em até 50% daqueles com demência corporal de Lewy. Efeitos colaterais podem incluir mudanças bruscas na consciência, deglutição prejudicada, confusão, episódios de delírios ou alucinações, ou piora dos sintomas parkinsonianos.

Tratando a Disfunção Autonômica

A hipotensão ortostática (queda da pressão arterial) é um sintoma comum na Demência de Corpos de Lewy, frequentemente apresentando-se como tontura ou desmaio, principalmente quando em pé.

O cuidado inicial consiste em medidas simples, como:

  • Levantar-se lentamente
  • Elevação das pernas ao sentar
  • Uso de meias elásticas
  • Aumento da ingestão de líquidos
  • Se possível, evitar medicamentos que pioram o sintoma.

Se estas medidas falharem, medicamentos podem ser usados.

Outras manifestações da disfunção autonômica são os problemas urinários e intestinais, e a disfunção erétil. Veja, a seguir como podemos lidar com esses problemas:

  • Medicamentos com atividade anticolinérgica podem ser usados ​​para tratar a urgência urinária, a frequência e a incontinência de urgência. Entretanto, eles devem ser usados ​​com cautela, devido ao risco de agravar os problemas cognitivos. Conforme estudo publicado no International Neurourology Journal, uma abordagem que pode ajudar é a realização de fisioterapia pélvica, que ajuda no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico.
  • A constipação geralmente pode ser tratada com modificações na dieta diária, para incluir alimentos com alto teor de fibras (frutas e vegetais) e boa ingestão de líquidos. Laxantes e amaciantes de fezes podem ser necessários nos casos mais graves.
  • A disfunção erétil e a perda da libido, nesses pacientes, pode estar relacionado a diversos fatores. Embora a disfunção autonômica seja uma causa possível, depressão, perda de mobilidade, dor e outras doenças também presentes contribuem com este tipo de disfunção. O tratamento pode ser complexo, necessitando de um acompanhamento urológico e / ou psiquiátrico.

É importante trabalhar com um profissional de saúde experiente, pois certos medicamentos podem piorar alguns sintomas.

Dr Diego de Castro Neurologista & Neurofisiologista

Dr Diego de Castro cuida de pacientes com diversas doenças neurológicas. Sua trajetória conta com a experiência adquirida como neurologista da Universidade de São Paulo e como médico colaborador no ambulatório de Neurogenética e no ambulatório de Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas da USP.

Com o propósito de oferecer um atendimento de excelência e confiança, o Dr Diego de Castro realiza uma avaliação neurológica minuciosa, capaz de auxiliar na definição diagnóstica de seus sintomas e atua juntamente à equipe multidisciplinar para fornecer um tratamento eficaz a seus pacientes.

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Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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