Segundo a Mayo Clinic, Esquizofrenia é uma doença mental complexa e crônica que afeta a cognição, as emoções e o comportamento das pessoas. É uma das condições psiquiátricas mais debilitantes e misteriosas, impactando significativamente a qualidade de vida daqueles que a vivenciam e suas famílias.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre as causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento para a esquizofrenia.
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De acordo com a Cleveland Clinic, as causas da esquizofrenia ainda permanecem desconhecidas, mas acredita-se que seja uma interação complexa entre fatores:
Já compreendemos que a predisposição genética desempenha um forte papel, já que a probabilidade de desenvolver esquizofrenia é maior em pessoas que têm parentes de primeiro grau com a condição.
Além disso, anormalidades no funcionamento do cérebro, desequilíbrios de neurotransmissores (substâncias químicas cerebrais) e complicações durante a gestação ou parto podem contribuir para o desenvolvimento da esquizofrenia. O uso de substâncias psicoativas, como a cannabis, pode desencadear ou exacerbar a condição em indivíduos predispostos.
Conforme informações da World Health Organization, os sintomas da esquizofrenia podem ser divididos em três categorias principais: sintomas positivos, sintomas negativos e sintomas cognitivos.
Segundo informações do National Institute of Mental Health, não há um exame específico que possa confirmar que uma pessoa tem esquizofrenia; portanto, o diagnóstico é baseado na avaliação clínica, histórico médico e sintomas apresentados.
Os critérios diagnósticos para esquizofrenia, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), incluem a presença de:
Também é necessário realizar a exclusão de outras condições médicas ou psiquiátricas que possam explicar os sintomas. Para isto, podemos solicitar exames como:
A American Psychiatric Association explica que o tratamento da esquizofrenia é multifacetado e muitas vezes requer uma abordagem combinada de terapia, medicamentos e suporte contínuo. Os principais componentes do tratamento incluem:
Os antipsicóticos são a pedra angular do tratamento, ajudando a controlar os sintomas positivos da esquizofrenia. Eles atuam nos neurotransmissores do cérebro para estabilizar a atividade neuronal.
A farmacoterapia com medicação antipsicótica continua sendo a base no tratamento agudo e de manutenção da esquizofrenia. Os agentes antipsicóticos (primeira, segunda e terceira gerações) têm se mostrado mais eficazes na redução dos sintomas positivos da esquizofrenia, mas insatisfatórios na redução dos sintomas negativos e da propensão à recaída.
Há também uma carga significativa de efeitos colaterais com medicamentos antipsicóticos, incluindo sintomas extrapiramidais, ganho de peso e anormalidades metabólicas, o que pode tornar os medicamentos antipsicóticos menos aceitáveis para os pacientes e suas famílias.
Devido às limitações dos agentes farmacológicos antipsicóticos, modalidades alternativas para o tratamento da esquizofrenia vêm sendo investigados e a neuromodulação é uma dessas opções.
De acordo com artigo publicado no Innovations in Clinical Neuroscience, entre os diferentes métodos de neuromodulação, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é um dos que tem sido mais investigado em ensaios clínicos nos últimos 15 anos.
Já temos vários estudos publicados evidenciando que a estimulação magnética transcraniana repetitiva pode ter benefício no alívio de sintomas positivos e negativos da esquizofrenia, particularmente alucinações auditivas. Esses achados devem encorajar a comunidade psiquiátrica a expandir a pesquisa em outras aplicações para as quais a estimulação magnética transcraniana pode ser usada para tratar pacientes com incapacidade psiquiátrica.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar os indivíduos a gerenciar seus sintomas e melhorar as habilidades sociais e de enfrentamento. E, quando realizada em grupo, oferece um ambiente de suporte onde os pacientes podem compartilhar experiências e estratégias para lidar com a esquizofrenia.
O apoio da família e da comunidade é fundamental para o processo de recuperação. A educação sobre a doença e o estabelecimento de um sistema de apoio podem ajudar a melhorar o manejo da esquizofrenia.
Depois que os sintomas da esquizofrenia são controlados, vários tipos de terapia podem continuar a ajudar as pessoas a controlar a doença e melhorar sua vida. Manter uma rotina saudável, incluindo a prática de exercícios físicos, uma dieta balanceada e uma boa higiene do sono, pode auxiliar no gerenciamento da esquizofrenia.
Como a esquizofrenia geralmente ocorre no início da idade adulta, os indivíduos com o transtorno geralmente se beneficiam da reabilitação para ajudar a desenvolver habilidades de gerenciamento de vida, completar o treinamento vocacional ou educacional e manter um emprego.
Uma satisfatória qualidade de vida pode ser alcançada através do tratamento adequado. É fundamental que indivíduos afetados recebam o suporte necessário para gerenciar sua condição e melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a pesquisa contínua sobre as causas e tratamentos da esquizofrenia é vital para oferecer esperança e melhores perspectivas para aqueles que vivem com essa condição desafiadora.
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Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP especialista em Distúrbios do Movimento e Neurogenética.
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