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Esquizofrenia: das Origens aos Caminhos para a Recuperação

Dr Diego de Castro
11/10/2023
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Segundo a Mayo Clinic, Esquizofrenia é uma doença mental complexa e crônica que afeta a cognição, as emoções e o comportamento das pessoas. É uma das condições psiquiátricas mais debilitantes e misteriosas, impactando significativamente a qualidade de vida daqueles que a vivenciam e suas famílias.

Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre as causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento para a esquizofrenia.

Causas da Esquizofrenia

De acordo com a Cleveland Clinic, as causas da esquizofrenia ainda permanecem desconhecidas, mas acredita-se que seja uma interação complexa entre fatores:

  • Genéticos
  • Biológicos
  • Ambientais
  • Neuroquímicos.

Já compreendemos que a predisposição genética desempenha um forte papel, já que a probabilidade de desenvolver esquizofrenia é maior em pessoas que têm parentes de primeiro grau com a condição.

Além disso, anormalidades no funcionamento do cérebro, desequilíbrios de neurotransmissores (substâncias químicas cerebrais) e complicações durante a gestação ou parto podem contribuir para o desenvolvimento da esquizofrenia. O uso de substâncias psicoativas, como a cannabis, pode desencadear ou exacerbar a condição em indivíduos predispostos.

Sintomas da Esquizofrenia

Conforme informações da World Health Organization, os sintomas da esquizofrenia podem ser divididos em três categorias principais: sintomas positivos, sintomas negativos e sintomas cognitivos.

Sintomas Positivos

  • Delírios: crenças falsas ou distorcidas que não correspondem à realidade
  • Alucinações: percepções sensoriais sem uma fonte externa real, como ouvir vozes ou ver coisas que não estão presentes
  • Pensamento desorganizado: dificuldade em organizar os pensamentos ou expressá-los de maneira lógica
  • Comportamento catatônico: movimentos anormais, imobilidade ou comportamento repetitivo.

Sintomas Negativos

  • Apatia: falta de motivação e interesse nas atividades diárias
  • Embotamento afetivo: expressão emocional limitada
  • Pobreza do discurso: dificuldade em manter uma conversa coerente e fluida
  • Redução do prazer nas atividades cotidianas.

Sintomas Cognitivos

  • Dificuldade de concentração e atenção
  • Problemas de memória de curto prazo
  • Dificuldade em compreender informações e tomar decisões.
sintomas da esquizofrenia

Diagnóstico da Esquizofrenia

Segundo informações do National Institute of Mental Health, não há um exame específico que possa confirmar que uma pessoa tem esquizofrenia; portanto, o diagnóstico é baseado na avaliação clínica, histórico médico e sintomas apresentados.

Os critérios diagnósticos para esquizofrenia, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), incluem a presença de:

  • Pelo menos dois dos cinco principais sintomas
  • Sintomas há pelo menos um mês
  • Prejuízos na capacidade de trabalho ou relacionamentos (amigáveis, românticos, profissionais ou outros).

Também é necessário realizar a exclusão de outras condições médicas ou psiquiátricas que possam explicar os sintomas. Para isto, podemos solicitar exames como:

  • Exames de imagem: Tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e outros exames de imagem para descartar problemas como acidente vascular cerebral, lesões cerebrais, tumores e outras alterações na estrutura cerebral
  • Exames de sangue, urina e líquido cefalorraquidiano (punção espinhal): À procura de mudanças químicas nos fluidos corporais que possam explicar as mudanças em seu comportamento. Eles podem descartar toxicidade por metais pesados ou outras causas de envenenamento, infecções, entre outros
  • Teste de atividade cerebral: Um eletroencefalograma (EEG) detecta e registra a atividade elétrica em seu cérebro e pode ajudar a descartar condições como epilepsia.

Tratamento da Esquizofrenia

A American Psychiatric Association explica que o tratamento da esquizofrenia é multifacetado e muitas vezes requer uma abordagem combinada de terapia, medicamentos e suporte contínuo. Os principais componentes do tratamento incluem:

Medicamentos Antipsicóticos

Os antipsicóticos são a pedra angular do tratamento, ajudando a controlar os sintomas positivos da esquizofrenia. Eles atuam nos neurotransmissores do cérebro para estabilizar a atividade neuronal.

A farmacoterapia com medicação antipsicótica continua sendo a base no tratamento agudo e de manutenção da esquizofrenia. Os agentes antipsicóticos (primeira, segunda e terceira gerações) têm se mostrado mais eficazes na redução dos sintomas positivos da esquizofrenia, mas insatisfatórios na redução dos sintomas negativos e da propensão à recaída.

Há também uma carga significativa de efeitos colaterais com medicamentos antipsicóticos, incluindo sintomas extrapiramidais, ganho de peso e anormalidades metabólicas, o que pode tornar os medicamentos antipsicóticos menos aceitáveis para os pacientes e suas famílias.

Devido às limitações dos agentes farmacológicos antipsicóticos, modalidades alternativas para o tratamento da esquizofrenia vêm sendo investigados e a neuromodulação é uma dessas opções.

De acordo com artigo publicado no Innovations in Clinical Neuroscience, entre os diferentes métodos de neuromodulação, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é um dos que tem sido mais investigado em ensaios clínicos nos últimos 15 anos.

Já temos vários estudos publicados evidenciando que a estimulação magnética transcraniana repetitiva pode ter benefício no alívio de sintomas positivos e negativos da esquizofrenia, particularmente alucinações auditivas. Esses achados devem encorajar a comunidade psiquiátrica a expandir a pesquisa em outras aplicações para as quais a estimulação magnética transcraniana pode ser usada para tratar pacientes com incapacidade psiquiátrica.

Terapia Psicossocial

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar os indivíduos a gerenciar seus sintomas e melhorar as habilidades sociais e de enfrentamento. E, quando realizada em grupo, oferece um ambiente de suporte onde os pacientes podem compartilhar experiências e estratégias para lidar com a esquizofrenia.

Apoio Familiar e Comunitário

O apoio da família e da comunidade é fundamental para o processo de recuperação. A educação sobre a doença e o estabelecimento de um sistema de apoio podem ajudar a melhorar o manejo da esquizofrenia.

Intervenções de Estilo de Vida

Depois que os sintomas da esquizofrenia são controlados, vários tipos de terapia podem continuar a ajudar as pessoas a controlar a doença e melhorar sua vida. Manter uma rotina saudável, incluindo a prática de exercícios físicos, uma dieta balanceada e uma boa higiene do sono, pode auxiliar no gerenciamento da esquizofrenia.

Como a esquizofrenia geralmente ocorre no início da idade adulta, os indivíduos com o transtorno geralmente se beneficiam da reabilitação para ajudar a desenvolver habilidades de gerenciamento de vida, completar o treinamento vocacional ou educacional e manter um emprego.

Uma satisfatória qualidade de vida pode ser alcançada através do tratamento adequado. É fundamental que indivíduos afetados recebam o suporte necessário para gerenciar sua condição e melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a pesquisa contínua sobre as causas e tratamentos da esquizofrenia é vital para oferecer esperança e melhores perspectivas para aqueles que vivem com essa condição desafiadora.

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Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista

Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP especialista em Distúrbios do Movimento e Neurogenética.

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Telefone: (11) 3504-4304

Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia

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Dr Diego de Castro dos Santos
Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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