De acordo com a American Autonomic Society, enquanto a maioria das pessoas com COVID-19 se recupera completamente, outras continuam a experimentar sintomas crônicos e diversos, incluindo disfunções do sistema autônomo.
O sistema nervoso autônomo (SNA) é uma rede de nervos em todo o corpo que controlam os processos inconscientes, ou seja, aqueles que acontecem sem que pensemos nelas, como respiração, pressão arterial, frequência cardíaca, função urinária, temperatura corporal e outros. Assim, uma disfunção desse sistema pode trazer diversas complicações.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre as causas e sintomas da Disautonomia Pós-COVID.
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Artigo publicado na Clinical Medicine explica que após o surto inicial de infecções pelo novo coronavírus, o foco mudou para o gerenciamento das complicações a longo prazo da doença em sobreviventes. A Síndrome pós-COVID (conhecida coloquialmente como "COVID longa") engloba inúmeros sintomas (incluindo falta de ar, dor no peito, palpitações e tonturas) que podem durar semanas ou mais após a doença.
Essa condição pode estar relacionada a uma disfunção do sistema nervoso autônomo conhecida como intolerância ortostática, causada por uma sobrecarga da resposta imunológica contra o vírus.
A intolerância ortostática consiste em uma resposta autonômica anormal à ortostasia (ficar em pé). Quando uma pessoa saudável fica em pé, o sangue se acumula na pélvis e nas pernas, reduzindo o retorno venoso ao coração. Isso é detectado por receptores no coração e na aorta, que respondem aumentando a função do sistema adrenérgico simpático (mediado por noradrenalina e epinefrina). Isso resulta em taquicardia (compensando assim a redução do volume sanguíneo). Isto é seguido por vasoconstrição no sistema vascular, o que aumenta o retorno venoso ao coração.
De acordo com artigo publicado no Heart Rhythm Journal, a COVID-19 pode causar disfunção do SNA através de uma combinação dos seguintes mecanismos:
Segundo artigo publicado na Nature, a disautonomia é marcada pela falha ou pelo aumento das atividades dos componentes simpáticos ou parassimpáticos no sistema nervoso autônomo (SNA).
A disautonomia apresenta inúmeros sintomas clínicos, que podem incluir:
Os sintomas geralmente podem piorar:
A disautonomia pode ser aguda ou crônica, progressiva, mas também reversível. Os sintomas podem ocorrer independentemente da gravidade da COVID-19, embora os pacientes com sintomas mais graves na fase aguda experimentem uma maior taxa de persistência dos sintomas durante o acompanhamento.
Pode ser um desafio obter um diagnóstico de Disautonomia Pós-COVID. Muitos médicos não estão familiarizados com essa condição e podem descartar esses sintomas como apenas efeitos persistentes da doença por coronavírus ou mesmo sinais psicológicos causados por estresse e problemas de saúde mental.
O diagnóstico rápido e correto com manejo cuidadoso é essencial para a recuperação. Continue acompanhando nosso blog, em nosso próximo artigo vamos abordar o diagnóstico e o tratamento da Disautonomia Pós-COVID.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP e se dedica integralmente ao universo do diagnóstico e assistência.
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