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Leucoencefalopatia Tem Cura?

Dr Diego de Castro
02/03/2022
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A comunidade científica ainda vem buscando uma resposta para a pergunta: "Leucoencefalopatia Tem Cura?". Os avanços tecnológicos, tanto em testes genéticos quanto em exames de imagem vem permitindo identificar novas variedades de leucoencefalopatia. Mas ainda há muitas lacunas na compreensão dessas doenças.

Assim, o neurologista, quando frente a um caso suspeito de leucoencefalopatia tem o desafio de lidar com doenças raras e ainda pouco compreendidas.

Como abordamos no artigo da semana passada, existem diferentes tipos de leucoencefalopatia: as doenças que afetam a substância branca cerebral, assim como suas causas. Dessa forma, tanto o diagnóstico pode envolver uma variedade de exames, quanto no tratamento, as abordagens para gerenciamento da condição podem ser variadas, dependendo do processo patológico específico envolvido.

Mas, segundo a University Health Network of Toronto, com um diagnóstico abrangente e cuidados médicos proativos, é possível gerenciar os sintomas, para dar ao indivíduo a melhor qualidade de vida possível. Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre Diagnóstico e Tratamento da Leucoencefalopatia.

Diagnóstico da Leucoencefalopatia

Conforme artigo publicado na ScienceDaily, um exame físico cuidadoso pode fornecer pistas importantes para o diagnóstico. Alguns achados neurológicos podem ajudar a identificar o tipo de leucoencefalopatia e nos guiar em seu tratamento. Entre os aspectos que são analisados, estão:

  • Circunferência da cabeça: Medições frequentes da circunferência da cabeça são necessárias para determinar se houve crescimento da cabeça. As leucoencefalopatias podem estar associadas à macrocefalia (aumento do tamanho da cabeça) ou megaencefalia (aumento do tamanho do cérebro).
  • Pele: Manifestações cutâneas foram descritas em leucoencefalopatias hereditárias específicas
  • Exame oftalmológico: Manifestações oftalmológicas envolvendo córnea, cristalino, retina e nervo óptico estão presentes em vários tipos de leucoencefalopatia
  • Características neurológicas:
    • Espasticidade progressiva
    • Alguns pacientes podem apresentar hipotonia
    • Distonia ou rigidez, dependendo da causa
    • Ataxia cerebelar (distúrbios relacionados à coordenação motora e equilíbrio)
    • Alterações da marcha
    • Neuropatia periférica (que pode resultar em diminuição dos reflexos de tendões profundos)
    • Miopatia (distúrbio estrutural e/ou funcional dos músculos)
    • Convulsões (dependendo da causa da leucoencefalopatia)
    • Alterações cognitivas e/ou comportamentais
    • Disartria (dificuldade para falar corretamente, articular as palavras usando os músculos da face e da boca)
    • Síndrome piramidal (um problema que afeta a via nervosa que controla os movimentos voluntários)

A avaliação dos exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, deve buscar alguns dos padrões típicos de cada tipo de leucoencefalopatia (abordados no artigo da semana passada).

Uma avaliação de exames laboratoriais deve ser realizada antes da solicitação dos testes genéticos, para excluir causas infecciosas, inflamatórias e metabólicas para a leucoencefalopatia.

Buscando Causas Genéticas

Conforme artigo publicado no Continuum, periódico da American Academy of Neurology, ainda não há na literatura uma recomendação consensual sobre a melhor forma de buscar o diagnóstico genético de um paciente. Assim, analisar a história familiar do paciente pode ajudar a identificar algum padrão de hereditariedade.

Quando o quadro clínico e os exames de imagem forem coerentes com a história familiar, podemos testar um gene de cada vez. Mas também é possível realizar testes genéticos para múltiplos genes.

causa genética para a leucoencefalopatia
Analisar a história familiar do paciente pode ajudar a identificar alguma causa genética para a leucoencefalopatia

Tratamento da Leucoencefalopatia

Segundo artigo pubicado na Neurology Reviews, embora atualmente não haja cura para a maioria dos tipos de leucoencefalopatia, elas são condições tratáveis. Com cuidados médicos proativos e abrangentes, os sintomas podem ser bem gerenciados para dar ao indivíduo a melhor qualidade de vida possível.

Um diagnóstico minucioso e assertivo é muito importante, pois, identificando a causa dos danos à mielina, podemos estabelecer estratégias de tratamento específicas, a fim de retardar a progressão da doença.

Com base nas características individuais da doença e os sintomas do paciente, algumas abordagens que podem ser eficazes, incluem:

  • Para muitas pessoas com leucoencefalopatia devido a pequenos AVCs, as opções de tratamento podem incluir melhorar a saúde cardiovascular a partir de uma dieta saudável e prática de atividades físicas, evitar o uso de tabaco e controlar os níveis de hipertensão ou colesterol.
  • Segundo artigo publicado no Frontiers in Neurology, formas específicas de doenças que afetam a matéria branca cerebral, como a leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), podem necessitar de tratamentos específicos. Por exemplo, para pacientes com LMP que são HIV positivos, a otimização da Terapia Antirretroviral é a melhor opção terapêutica, e em pacientes HIV negativos, recomenda-se a remoção ou diminuição de qualquer fonte potencial de imunossupressão.
  • Para pacientes que têm convulsões, medicamentos anticonvulsivos são úteis para controlar convulsões.
  • Antibióticos podem ser prescritos para ajudar a controlar infecções, como pneumonia ou infecções do trato urinário que podem surgir à medida que os pacientes ficam progressivamente mais fracos.
  • Relaxantes musculares podem ser recomendados para tratamento da espasticidade.
  • Antidepressivos são frequentemente prescritos para tratar sintomas de depressão e ansiedade.

Terapias Complementares

Pacientes que apresentam problemas de equilíbrio e dificuldade para caminhar, como resultado da doença, podem se beneficiar da prática de fisioterapia. Sua saúde física e mental pode ser beneficiada, quando você é capaz de andar e se locomover melhor com pouca ou nenhuma assistência.

Segundo a Revista GeneReviews, recomenda-se aconselhamento genético e psicológico para ajudar pacientes e famílias a entender a genética e a progressão da doença e fornecer apoio psicossocial.

Prevenção da Leucoencefalopatia

Conforme artigo publicado na Human Brain Mapping, ainda há pouco a se fazer para prevenção de alguns tipos de leucoencefalopatia.

Mas algumas práticas podem ajudar a manter a integridade e um funcionamento adequado da matéria branca cerebral, assim como evitar muitas condições que afetam esta estrutura em nosso sistema nervoso:

  • A prática de exercícios físicos, especialmente atividades cardiorrespiratórias e treinamento de resistência ao peso, pode estar relacionada com a melhoria da integridade da matéria branca no cérebro.
  • Quando adultos aprendem novas habilidades (como um segundo idioma ou tocar um instrumento), a quantidade de matéria branca cerebral aumenta.
  • O funcionamento da matéria branca também pode ser melhorado pela prática de meditação.

Para pessoas com histórico familiar de leucoencefalopatia, é recomendado realizar aconselhamento genético, para compreender o seu risco e planejar monitoramento por meio de exames, caso necessário.

Dr Diego de Castro Neurologista

Dr Diego de Castro cuida de pacientes com diversas doenças neurológicas e realiza o exame de eletroneuromiografia SP e eletroneuromiografia em Vitória ES em casos complexos e condições genéticas raras.

Com o propósito de oferecer um atendimento de excelência e confiança, o Dr Diego de Castro realiza uma avaliação neurológica minuciosa, capaz de auxiliar na definição diagnóstica de seus sintomas e atua juntamente à equipe multidisciplinar para fornecer um tratamento eficaz a seus pacientes.

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Dr Diego de Castro dos Santos
Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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