A Distonia laríngea é uma forma especial de distonia cujo pilar central de tratamento se baseia na aplicação de Botox (toxina botulínica).
A distonia laríngea também é conhecida como "Disfonia Espasmódica" e compõe um dos vários tipos de distonia que podem atingir a musculatura da cabeça e do pescoço, incluindo:
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista especialista em Distonia e Distúrbios do Movimento pela USP, aborda a aplicação de toxina botulínica (botox) para distonia da laringe - as disfonias espasmódicas adutoras e abdutoras, sua eficácia e efeitos colaterais.
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A Distonia Laríngea (DL) ou Disfonia Espasmódica é um distúrbio de contração involuntário da musculatura laríngea. É também conhecida como "disfonia espasmódica", que se refere a uma anormalidade de contração muscular da laringe, nos quais movimentos musculares involuntários interferem com:
Basicamente, a condição é caracterizada pelo grave comprometimento da pronúncia de frases. No geral a distonia laríngea não compromete práticas como cantar, cantarolar, rir, ou atividades relacionadas, como bocejar, gritar ou espirrar.
A contração involuntária tende a piorar em situações de estresse e pode ser temporariamente aliviada com álcool, medicamentos tranquilizantes ou sedativos.
No paciente com a distonia laríngea, podem ocorrer distonias focais associadas em outras áreas, como torcicolo, blefaroespasmo, espasmo hemifacial, estrabismo e cãibra do escrivão. Embora a condição possa ser tratada por um médico otorrinolaringologista, por causa da relação com outras doenças neurológicas, a consulta com um neurologista deve ser sempre considerada.
As distonias laríngeas resultam de movimentos musculares pouco coordenados. Embora várias opções farmacológicas, cirúrgicas e fisioterapêuticas possam ser usadas para o tratamento, a injeção de toxina botulínica é atualmente o padrão de tratamento com os melhores resultados clínicos.
Segundo o National Organization of Rare Disease, a distonia laríngea é subdividida em dois tipos, dependendo se a movimentação anormal das pregas vocais ocorre durante a adução ou abdução dos músculos laríngeos.
Menos de 1% dos pacientes têm componentes abdutores e adutores simultaneamente, e seu tratamento pode ser particularmente desafiador. Saiba mais lendo este artigo.
Para tratamento da distonia laríngea adutora a toxina botulínica (Botox) pode ser injetada por meio de várias abordagens. Ela pode ser injetada por:
Em nosso serviço (Especialidades Neurologicas - Eletroneuromiografia) realizamos a aplicação do botox orientados pela eletroneuromiografia laríngea o que permite maior precisão e segurança para o paciente. A técnica utilizada é a mesma realizada pela Mayo Clinic nos Estados Unidos e está disponível no vídeo abaixo:
Durante 1 a 2 semanas, o paciente pode sentir falta de ar e ficar mais suscetível à aspiração de líquidos. Portanto, é instruído a beber com cautela. Os benefícios do tratamento geralmente duram de 3 a 6 meses. À medida que os efeitos da toxina botulínica desaparecem, o paciente percebe um aumento gradual na tensão e no esforço da fala.
As dosagens de toxina botulínica para tratamentos subsequentes são ajustadas equilibrando o desejo do paciente aos efeitos terapêuticos e adversos.
Em casos raros, os pacientes apresentam falta de ar significativa, mesmo em pequenas doses. Nesses casos, podemos realizar as aplicações em apenas uma prega vocal.
O sucesso do tratamento com toxina botulínica para a distonia laríngea de abdução é mais variável do que para o tipo adutor. As aplicações são feitas em um dos músculos da laringe, chamado cricoaritenóideo posterior. Como esse músculo não pode ser visualizado diretamente, o procedimento requer orientação com eletromiografia laríngea.
A maioria dos pacientes tem uma boa resposta ao procedimento. A maioria requer uma segunda aplicação cerca de um mês depois, muitas vezes do outro lado.
Injeções bilaterais de uma só vez podem comprometer as vias aéreas. O movimento da prega vocal deve ser avaliado no momento da injeção para avaliar a permeabilidade das vias aéreas. A forma abdutora apresenta mais efeitos colaterais com o tratamento.
A resposta do tratamento a aplicação de toxina botulínica é tipicamente melhor em pacientes mais jovens. A taxa de sucesso se aproxima de 50% - 70% e é maior na distonia laríngea adutora do que na distonia laríngea abdutora.
Doses grandes ou repetidas podem causar resistência pela formação de anticorpos; isso pode ocorrer em cerca de 3% - 10% dos pacientes e também está relacionado à idade mais jovem e a doses de reforço.
No Serviço de Especialidades Neurológicas, entendemos que a aplicação de toxina botulínica para distonia laríngea pode envolver uma certa apreensão para o paciente. Por este motivo, realizamos uma avaliação abrangente, identificando se um paciente é ou não um bom candidato para o procedimento e a técnica adequada para sua realização.
Se você tiver dúvidas sobre nossa abordagem e a realização deste procedimento, entre em contato e deixe-nos ajudar. Veja abaixo nossas informações de contato para o agendamento de consultas.
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Boa tarde, sou de Contagem - MG, faço uso da toxina botulínica nas cordas vocais, os médicos que faziam esta aplicação em Belo Horizonte com a pandemia não fazem mais, estou desde março de 2019 sem esta aplicação, e estou necessitando da aplicação, poderia me ajudar?