Uma das sequelas do Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a perda de força associada a espasticidade. A aplicação da toxina botulínica (Botox) em pacientes com espasticidade após AVC é uma abordagem terapêutica eficaz. O tratamento com Botox após sequela de AVC acarreta o relaxamento da musculatura e facilita a execução de atividades funcionais assim como a prática da fisioterapia.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre a aplicação da toxina botulínica e seus benefícios na reabilitação após AVC.
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Abordamos em artigos anteriores as causas do AVC e seu mecanismo. Antes de conhecer a importância da toxina botulínica após o AVC, é importante compreender alguns conceitos básicos de como o AVC causa lesão neurológica.
Resumidamente, em um AVC ocorre morte de uma parte do cérebro pela falta do fluxo sanguíneo. Os neurônios sadios que se encontram em torno da área cerebral acometida tentam assumir a função dos neurônios que morreram.
Nesse mecanismo de adaptação pode ocorrer uma integração inadequada das informações sensitivas e motoras e uma ativação involuntária intermitente ou sustentada dos músculos que estavam enfraquecidos. A ativação involuntária é denominada espasticidade e é um fenômeno frequente que se inicia nos 3-6 meses após um AVC.
Segundo a National Stroke Association, cerca de 2/3 dos casos de AVC cursam com sequela motora, e 40% desses pacientes desenvolverão espasticidade.
Em termos simples, a espasticidade consiste:
Na hiperatividade involuntária dos músculos, fazendo com que eles se tornem mais “rígidos, duros” já nos primeiros meses após um AVC.
A espasticidade pode causar deformidade das articulações, posturas fixas, dor e perda da função de um membro por exemplo.
Atualmente a aplicação da toxina botulínica é o melhor tratamento medicamentoso para pacientes com espasticidade após AVC.
Os objetivos do tratamento com toxina botulínica após AVC incluem:
Como exemplo prático um paciente vítima de AVC que apresenta uma postura da mão constantemente fechada, com os dedos ou punhos “endurecidos”, ao receber a aplicação de toxina nos músculos com espasticidade apresentará o relaxamento da musculatura e a mão vai se tornar maleável e abrirá com mais facilidade.
Um exemplo semelhante pode ser usado quando existe espasticidade na perna. Alguns pacientes podem ficar com a “perna esticada” ou “ficar arrastando a ponta do pé” por dificuldade de apoiar a planta do pé no chão. A toxina nesses casos pode proporcionar o apoio do pé no chão de maneira adequada.
Em ambas situações, a toxina facilita:
A toxina em si não é capaz de recuperar a força que ocorre após o AVC, mas juntamente com um programa adequado de fisioterapia e outras estratégias, ela é uma importante ferramenta para a reabilitação e trazer qualidade de vida aos pacientes.
Os efeitos da toxina botulínica não são permanentes. Cada marca existente no mercado (Botox, Dysport, Xeomin, entre outras) tem sua peculiaridade, mas em linhas gerais os efeitos da toxina têm duração aproximada de 12 semanas.
Após esse período o efeito da toxina diminui muito sendo necessário reaplicar a medicação.
As doses da toxina são geralmente ajustadas de acordo com alguns fatores, que incluem gravidade da espasticidade, número de músculos envolvidos, idade, número de aplicações e de outras terapias associadas.
É importante saber que o efeito da toxina é melhor quanto mais preciso for sua a administração. É necessário aplicar a toxina em cada músculo acometido. Em algumas vezes um mesmo músculo precisa receber a medicação em mais de um ponto.
Por ser uma injeção, é importante que os pacientes saibam que não existe um número fixo de “agulhadas”. O número de injeções e a dose por músculo varia para cada paciente e é determinado quando o paciente passa na consulta clínica.
Em alguns pacientes com salivação excessiva (sialorreia) após AVC além da aplicação intramuscular, pode ser realizada a aplicação de botox nas glândulas salivares. Esses pacientes têm o benefício de diminuir a salivação e também o risco de pneumonias aspirativas.
O tratamento com toxina botulínica na espasticidade pós-AVC reduz de forma segura e efetiva o tônus muscular, aumenta a amplitude de movimento e propicia uma série de outros benefícios. Medidas como posicionamento adequado das articulações, uso de órteses, alongamento e fisioterapia são essenciais no manejo da espasticidade e devem sempre estar alinhados ao uso da toxina botulínica.
Conhece alguém vítima de AVC e espasticidade? Compartilhe este artigo e converse com o seu neurologista de confiança sobre a indicação da aplicação de botox após AVC.
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Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP e realiza a aplicação de Botox em Vitória para pacientes vítimas de AVC, distonia e outras doenças. Saiba mais.
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Tive um AVC hemorrágica esse tratamento também é indicado
Quem toma a toxina botulínica para sequelas de AVC se parar o que acontece
Tive COVID 19 em 2021, fiquei na UTI 72 dias ,fui entubada 2 vezes,e fizeram a traqueostomia, fiquei toda paralisada ,sai do hospital com os pes e a mãos tortos ,30 dias após sair do hospital ,sofri 2 Avcs ,1 frontal e 1 lateral a direita ,estou até hoje com dificuldade para andar ,com meu pé direito,favo aplicação de botox,a cada 4 meses,mas tive muita sequelas do COVID 19