

Existe uma frustração genuína em pacientes com Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) ao saber que o ferro pode ajudar a aliviar o seu sintoma, mas sofrer com efeitos colaterais do tratamento.
Segundo o International Sleep Institute, para um grupo específico de pessoas, o tratamento com ferro via oral (comprimidos ou gotas) é um processo lento ou mesmo ineficiente.
Neste artigo, Dr. Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica quando a reposição de ferro endovenoso (na veia) é indicada, por que ela funciona quando os comprimidos falham e desmistifica o medo que muitas pessoas têm desse procedimento.
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A Cleveland Clinic explica que o intestino é extremamente seletivo, e até um pouco ineficiente, na absorção de ferro.
Quando há algum processo inflamatório ou os níveis de ferro já estão um pouco alterados, acontece uma espécie de bloqueio no intestino para a absorção de ferro. Ele vai ser eliminado, sem cair na corrente sanguínea. É por isso que muitos pacientes tomam suplementos por 6 meses e a ferritina sobe míseros 5 pontos.
O tratamento endovenoso é a estratégia inteligente de "pular este bloqueio". Ao colocar o ferro diretamente na veia, nós evitamos a absorção intestinal, garantindo que a dose certa seja entregue ao organismo para ser metabolizada, possibilitando uma resposta clínica em algumas semanas.
Conforme o Scientific and Medical Advisory Board of the RLS Foundation, nem todo mundo precisa tomar ferro na veia. Para casos leves, a via oral funciona bem. No entanto, a indicação do ferro endovenoso (como a Carboximaltose Férrica ou o Sacarato de Hidróxido Férrico) vem sendo cada vez mais realizada para perfis específicos:
Aqui estão os maiores mitos. Antigamente, as infusões de ferro eram demoradas e causavam muitas reações. Atualmente, a realidade é outra.
O procedimento é ambulatorial. Isso significa que você não precisa ser internado em um hospital. Ele é feito em clínicas especializadas ou centros de infusão.
A segurança das novas formulações de ferro é altíssima, com riscos de reação alérgica grave sendo muito raros (muito menores do que eram no passado). Em relação aos efeitos colaterais, uma revisão publicada na Frontiers in Neurology apontou que o tratamento parece geralmente bem tolerado, com efeitos adversos controláveis.
O único risco que exige atenção é o extravasamento. Se o ferro vazar para fora da veia, ele pode deixar uma mancha escura na pele. Por isso, a técnica é tudo. É fundamental realizar o procedimento em um local com equipe de enfermagem treinada especificamente para infusões, que garanta um acesso venoso seguro e monitore o paciente durante aqueles minutos. Quando feito por mãos experientes, o risco é mínimo.
Diferente de um analgésico que você toma e a dor passa em 1 hora, o ferro precisa ser transportado para o cérebro e começar a participar da produção de dopamina.
Geralmente, os pacientes relatam uma melhora na energia geral e no cansaço físico já na primeira semana. A melhora específica da agonia nas pernas costuma ocorrer progressivamente entre 2 a 4 semanas após a infusão, mas pode variar conforme o paciente e o grau de deficiência de ferro.
A decisão de mudar do ferro oral para o endovenoso pode ser o divisor de águas no seu tratamento. Se você está "patinando" há meses com comprimidos, sofrendo com dores de estômago e noites em claro, converse com seu neurologista sobre essa possibilidade.
A tecnologia farmacêutica avançou para nos dar opções mais rápidas, seguras e eficazes. Não aceite viver com a agonia das pernas inquietas por achar que o tratamento "não funcionou", quando, na verdade, talvez você só precisasse mudar a rota de entrega do medicamento.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP e cuida de pacientes com problemas do sono e outras condições neurológicas.
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