Você já acordou com aquela sensação estranha de formigamento nos dedos mindinho e anelar? Ou talvez tenha notado que sua mão está perdendo força para segurar objetos simples do dia a dia. Esses sintomas podem parecer sem importância. Mas quando se tornam constantes, é hora de prestar atenção, pois podem sinalizar uma condição neurológica bastante comum: a neuropatia ulnar.
É frustrante não conseguir usar a mão com a mesma destreza ou até mesmo acordar no meio da noite com o braço formigando. No entanto, é importante entender que com o diagnóstico correto e o acompanhamento adequado, muitas pessoas conseguem gerenciar a condição de forma que ela não interfira mais nas suas atividades.
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre as causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento para a neuropatia ulnar.
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Segundo The National Institutes of Health, a neuropatia ulnar afeta um dos principais nervos do seu braço. Para entender essa condição, vamos compreender um pouco sobre anatomia de forma simples. O nervo ulnar percorre um caminho desde o seu pescoço até a ponta dos dedos. Durante essa jornada, ele passa por alguns pontos onde pode ficar "espremido" ou irritado.
O local mais comum onde isso acontece é no cotovelo, naquele ossinho saliente na parte interna do cotovelo. Ali existe um túnel estreito chamado túnel cubital, por onde o nervo ulnar precisa passar.
Quando você apoia o cotovelo por muito tempo numa superfície dura, ou quando dorme com o braço dobrado embaixo do travesseiro, está criando pressão nesse ponto. Com o tempo, essa pressão repetida pode irritar o nervo.
A The Johns Hopkins University explica que as causas da neuropatia ulnar são muito variadas:
Às vezes, a causa é algo tão simples quanto o hábito de falar muito tempo no telefone com o cotovelo apoiado. Outras vezes, pode ser resultado de uma lesão antiga que você nem lembra mais de ter sofrido.
Artigo publicado na StatPearls aponta que os sintomas da neuropatia ulnar têm uma característica bem específica. Eles afetam principalmente o dedo mindinho e a metade do dedo anelar - exatamente a área que o nervo ulnar "comanda". É como se apenas uma parte da sua mão tivesse perdido a conexão com o cérebro.
No início, você pode sentir apenas um formigamento ocasional. Muitas pessoas descrevem como se fosse uma "fisgada" que vai e volta. Mas conforme a condição progride, os sintomas se tornam mais evidentes e incômodos.
Quando a neuropatia ulnar não é tratada adequadamente, ela pode evoluir para sintomas mais limitantes:
Uma característica interessante é o "sinal de Froment". Quando você tenta segurar um papel entre o polegar e o indicador, precisa dobrar excessivamente o polegar para compensar a fraqueza. É um sinal clássico que nós neurologistas observamos durante o exame.
De acordo com o NHS, o diagnóstico da neuropatia ulnar requer uma avaliação cuidadosa. Durante a consulta, precisamos inicialmente ouvir sua história:
O exame físico é fundamental. Testamos a sensibilidade dos dedos, a força dos músculos da mão e fazemos algumas manobras específicas. Uma delas é o teste de Tinel, onde batemos levemente sobre o nervo no cotovelo para ver se reproduz os sintomas.
Para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade, geralmente solicitamos alguns exames:
A eletroneuromiografia é o exame mais importante. Ela nos mostra exatamente onde está o problema e quão severo ele é.
A American Academy of Physical Medicine and Rehabilitation orienta que maioria dos casos de neuropatia ulnar responde bem ao tratamento conservador, especialmente quando diagnosticados precocemente. O segredo está em remover ou reduzir a pressão sobre o nervo e dar tempo para que ele se recupere.
O primeiro passo é sempre identificar e modificar os fatores que estão causando a compressão:
A fisioterapia desempenha um papel fuundamental na recuperação. Os exercícios específicos ajudam a manter a mobilidade do nervo e fortalecer os músculos afetados.
Quando há inflamação ou dor significativa, podemos usar:
Nem todos os casos precisam de cirurgia. Mas quando o tratamento conservador não funciona após 3 a 6 meses, ou quando há sinais de atrofia muscular significativa, a intervenção cirúrgica pode ser a melhor opção.
A cirurgia mais comum é a descompressão do túnel cubital. É um procedimento relativamente simples onde liberamos o nervo da pressão no cotovelo. Em alguns casos, também fazemos a transposição do nervo, movendo-o para uma posição mais protegida.
A recuperação após a cirurgia varia de pessoa para pessoa. Alguns sentem alívio imediato dos sintomas de dormência, enquanto a força pode levar meses para retornar completamente. É importante ter expectativas realistas e seguir rigorosamente as orientações pós-operatórias.
Embora o formigamento nos dedos da neuropatia ulnar possa causar desconforto significativo, tem excelentes perspectivas de tratamento quando abordada adequadamente. O mais importante é não ignorar os sintomas iniciais, pois quanto mais precoce o diagnóstico, melhores são os resultados do tratamento. Com as estratégias corretas, você pode sim retomar suas atividades normais e ter uma qualidade de vida plena.
Se você está sentindo formigamento persistente nas mãos, fraqueza para segurar objetos ou qualquer outro sintoma que mencionamos, não hesite em buscar avaliação médica especializada. Um neurologista experiente pode fazer toda a diferença no seu diagnóstico e tratamento, guiando você pelo caminho mais eficaz para a recuperação completa.
Dr Diego de Castro é Neurologista e Neurofisiologista pela USP e se dedica integralmente ao universo do diagnóstico e assistência. À frente do Serviço de Especialidades Neurológicas, oferece um serviço de qualidade em diagnóstico de neuropatias e outras condições neurológicas.
Médico especialista em Eletroneuromiografia e Doenças Neuromusculares e à frente do Serviço de Eletroneuromiografia SP - Dr Diego de Castro, realiza o exame de eletroneuromiografia em São Paulo e Vitória - ES com qualidade reconhecida pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica.
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