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Aplicação de Toxina Botulínica (Botox) e Fisioterapia no Tratamento da Paralisia Cerebral

Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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Segundo a Mayo Clinic, a aplicação de toxina botulínica (Botox) e fisioterapia motora são estratégias fundamentais para tratamento da Paralisia Cerebral Infantil. Sem dúvida, um programa de reabilitação multiprofissional, com foco na fisioterapia após a aplicação de botox é o tratamento atual mais eficaz para Paralisia Cerebral.

Neste artigo, compreenda melhor a importância da fisioterapia após aplicação de toxina botulínica (Botox) no tratamento da paralisia cerebral, seus mecanismos e os benefícios da associação de ambas as técnicas.

Tratamento da Paralisia Cerebral com Fisioterapia e Toxina Botulínica

O tratamento da Paralisia Cerebral Infantil envolve muitas modalidades de terapias, individualmente ou combinadas entre si.

Antes de conhecermos melhor estas abordagens, é interessante compreender os sintomas da paralisia cerebral.

O que é a Paralisia Cerebral?

A Cerebral Palsy Alliance define a paralisia cerebral como:

"Um grupo de desordens permanentes do sistema motor que causam limitação de atividade e que são resultado de uma lesão no cérebro imaturo ou em desenvolvimento".

O evento que causa a lesão cerebral pode ocorrer ainda durante a gestação, no momento do parto ou no pós parto.

A lesão cerebral pode afetar o sistema motor da seguinte maneira:

  • Redução da força muscular
  • Alterações do tônus muscular (espasticidade)
  • Alterações do comprimento muscular
  • Anormalidades posturais ou do equilíbrio
  • Movimentos involuntários
  • Limitação nos movimentos de determinadas articulações
  • Deficiências na capacidade funcional

Distúrbios da comunicação e comportamento, sensação, problemas percepcionais, cognitivos e epilepsia podem acompanhar os distúrbios motores da PC em muitos casos.

O que é Espasticidade?

O termo "espasticidade" é uma denominação médica para um fenômeno motor caracterizado pelo “enrijecimento” da musculatura.

De acordo com o Center Disease Control nos EUA, a espasticidade na Paralisia Cerebral está presente em cerca de 80-90% das crianças com PC.

Os familiares podem percebê-la na:

 Dificuldade que as crianças têm de “dobrar” ou de movimentar livremente uma articulação, mantendo-a “dura” ou “esticada”.

Quando a espasticidade permanece por um longo período sem tratamento há risco de deformidade articular. A imobilização muscular e seu enrijecimento encurtam os músculos, tecido conjuntivo e articulações, situação que sempre deve ser evitada.

Consequências da Espasticidade na Paralisia Cerebral

  • A espasticidade na Paralisia Cerebral deve, preferencialmente, ser detectada e tratada precocemente.
  • Os sintomas da paralisia cerebral no sistema musculoesquelético causam problemas maiores à medida que a criança cresce.
  • Para o crescimento muscular normal, é necessário o alongamento do músculo. Um músculo hipertônico (incapaz de relaxar) não acompanha o desenvolvimento ósseo da criança.
  • O aumento da altura e do peso da criança com espasticidade pode contribuir para problemas do sistema musculoesquelético.  
  • Contraturas e deformidades em torção surgem pelo crescimento dos ossos e músculos não estarem em proporção.
  • Com o tempo pode haver deslocamento (luxações) das articulações.
  • Casos avançados de espasticidade podem apresentar dor, que se torna crônica conforme a criança cresce.
  • Isolamento social e limitações funcionais decorrentes de todos esses fatores podem afetar negativamente o estado mental da criança.

Tratamento Multidisciplinar da criança com Paralisia Cerebral

Muitas modalidades terapêuticas são usadas para o tratamento das crianças com paralisia cerebral. A combinação de modalidades é o que chamamos de "tratamento multidisciplinar".

O tratamento multidisciplinar tem se mostrado mais eficaz do que o uso de métodos isolados no tratamento da espasticidade em PC.

A equipe é formada por:

  • Neuropediatra
  • Neurologistas especialistas em reabilitação ou fisiatras
  • Fisioterapeutas
  • Terapeutas ocupacionais
  • Fonoaudiólogos
  • Enfermeiros e outros profissionais.

Aplicação de Toxina Botulínica (Botox) para Tratamento da Paralisia Cerebral

O tratamento da espasticidade com aplicação de toxina botulínica (Botox) é um tratamento efetivo e muito seguro para crianças com PC.

A toxina botulínica (botox) é uma medicação aplicada sobre cada músculo espástico.  Segundo pesquisa publicada no Frontiers of Pharmacologyela promove:

  • Redução do tônus ​​muscular
  • Alívio da dor muscular
  • Melhora da função motora
  • Facilitação do uso de órteses (dispositivos importantes para manutenção do eixo correto das articulaçõe)
  • Prevenção de deformidades articulares secundárias à espasticidade.

As injeções de botox relaxam os músculos, com efeito que se inicia em 48-72 h, mas diminuindo 3-4 meses depois.

Neste período em que a contratilidade muscular melhora é o momento ideal para a fisioterapia e terapia ocupacional intensificarem os trabalhos de reabilitação.

Nosso artigo Toxina Botulínica no Tratamento da Paralisia Cerebral explica detalhadamente como é realizada a aplicação da toxina e seus efeitos.

Fisioterapia Após Aplicação de Toxina Botulínica

A fisioterapia motora é uma parte fundamental e obrigatória do tratamento da Paralisia Cerebral em pacientes com aplicação de toxina botulínica.

É importante considerar que a redução da espasticidade, por si só, não é suficiente para obter resultados funcionais. Deve-se realizar atividades como:

  1. Alongamento
  2. Fortalecimento dos músculos
  3. Sustentação de peso nas extremidades
  4. Prática de tarefas da vida diária

As crianças precisam continuar um programa intensivo de fisioterapia antes e depois da aplicação de toxina botulínica para obter melhorias funcionais.

Observações clínicas sugerem que a fisioterapia aumenta o efeito benéfico da toxina botulínica: crianças com PC mais ativas fisicamente apresentam melhora da espasticidade e maior duração de efeito das injeções de toxina botulínica do que as menos ativas.

O Grupo de estudos em Paralisia Cerebral da Florida (Cerebral Palsy Group) destaca os objetivos da fisioterapia na Paralisia Cerebral:

  • Melhorar a funcionalidade
  • Apoiar o desenvolvimento de habilidades e a locomoção
  • Sustentar a saúde em termos de interação social e independência
  • Evitar possíveis deformidades
  • Os melhores resultados são alcançados pela intervenção intensa precoce.

Assim, a combinação da toxina botulínica com a fisioterapia na paralisia cerebral permite:

"Combinação ideal de prevenção de deformidades, alongamento muscular, controle de dor associado a ganho de força e melhora da funcionalidade dessas crianças".

Fisioterapia após Aplicação de Toxina Botulínica (Botox)

Após Fisioterapia e Toxina Botulínica: Cirurgia na Paralisia Cerebral

A cirurgia para paralisia cerebral deve ser considerada em algumas situações:

  • Casos muito graves de espasticidade ou crianças que demoram muito a iniciar a aplicação de botox/fisioterapia podem evoluir com espasticidade incapacitante e intensa deformidade articular.
  • A aplicação de botox iniciada tardiamente pode não apresentar o mesmo benefício da aplicação em fases iniciais da espasticidade.
  • Em casos graves, os pacientes poderão necessitar de cirurgias ortopédicas como osteotomias ou transferências de tendões para corrigir as deformidades articulares já estabelecidas.

Existe ainda a possibilidade de tratamento neurocirúrgico. Os procedimentos utilizados são:

  1. Rizotomia dorsal: A Rizotomia dorsal seletiva (DSR) é um procedimento em que 30% a 50% dos nervos sensoriais são cortados para diminuir a espasticidade
  2. Bomba de baclofeno intratecal: A bomba de baclofeno intratecal é um dispositivo implantado no abdômen da criança para fornecer continuamente relaxante muscular ao fluido que envolve a coluna. O baclofeno é capaz de inibir a espasticidade causando relaxamento muscular.

Em todas as formas de tratamento cirúrgico, uma avaliação multidisciplinar deve ser realizada medindo-se os riscos e benefícios para as crianças.

Como é o Tratamento das Formas Não Espásticas de PC?

Enquanto a espasticidade está presente em 80-90% das crianças com PC, as demais crianças apresentam uma forma não espástica caracterizada por quadro de discinesia, ataxia ou combinação dessas formas.

A discinesia refere-se a "movimentos involuntários e posturas anormais que podem acometer qualquer parte do corpo, incluindo o pescoço e a cabeça (segmento crânio-cervical)".

Nas formas em que há contração muscular com posturas anormais (discinesia distônica) os pacientes também podem se beneficiar da aplicação de toxina botulínica.

Nas formas atáxicas ocorre um fenômeno de "incoordenação motora e desequilíbrio" que são de difícil tratamento. Essas crianças devem realizar um programa intensivo de terapias e podem se beneficiar, além da fisioterapia, da musicoterapia e da equoterapia.

Novos estudos com técnicas de estimulação cerebral profunda estão em andamento para auxiliar pacientes com as formas discinética e atáxica de PC.

Tratando outros sintomas da Paralisia Cerebral

Além dos déficits motores os pacientes com paralisia cerebral podem apresentar salivação excessiva (sialorréia).

Existe um grande benefício da aplicação de botox em glândulas salivares juntamente com a reabilitação com profissional de fonoaudiologia para esses pacientes. Saiba mais em: Tratamento da Sialorreia (Salivação Excessiva) com Aplicação de Toxina Botulínica em Glândulas Salivares.

Muitas crianças com PC apresentam epilepsia ou outros transtornos cognitivos na infância e, por isso, sempre devem estar em acompanhamento com um neuropediatra.

Para um programa de tratamento realmente eficaz, é necessária uma abordagem em equipe, incluindo fisioterapia, terapia ocupacional, terapia comportamental, tratamento farmacológico e às vezes cirúrgico, equipamento adaptativo e tratamento dos demais problemas de saúde relacionados.

Fisioterapia para Paralisia Cerebral

Para saber mais sobre a nossa abordagem ao tratamento da paralisia cerebral, veja abaixo nossas informações de contato para agendamento de consultas:

Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista Aplicação de Botox em São Paulo

Dr Diego de Castro Neurologista SP se dedica a reabilitação de pacientes com doenças neurológicas.

Durante a especialização em Neurologia na Universidade de São Paulo, decidiu prosseguir em aprimoramento no diagnóstico de doenças raras de origem neurogenética e na reabilitação neurológica por meio de neuromodulação (Estimulação Cerebral Profunda) e aplicação de Toxina Botulínica.

Endereço: R. Itapeva, 518 - sala 901 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01332-904

Telefone: (11) 3504-4304

No Serviço de Especialidades Neurológicas, com unidades em Vitória – ES e São Paulo, oferece um serviço de qualidade de assistência com objetivo de minimizar distúrbios sensoriais e motores, facilitar as atividades da vida diária e reduzir a carga de familiares e cuidadores.

Avenida Américo Buaiz, 501 – Ed. Victória Office Tower Leste, Sala 109 - Enseada do Suá, Vitória - ES, 29050-911

Telefone: (27) 99707-3433


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Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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