Dieta Hipossódica - Redução de Sal para Prevenção de Doenças Neurológicas

Segundo o UptoDate, a dieta hipossódica consiste na redução da ingestão de alimentos com alto teor de sódio. Sabemos da importância desta modificação alimentar para o controle da hipertensão arterial. No entanto, existem muitos benefícios na baixa ingestão de sódio, inclusive para a saúde neurológica.

O que é a Dieta Hipossódica?

Compreenda melhor a influência do sódio no desenvolvimento de algumas doenças e o benefício de seguir uma dieta com baixa ingestão desse nutriente.

Como reduzir sal ajuda na prevenção de Doenças Neurológicas?

Nosso corpo necessita de uma pequena quantidade de sódio para controlar o volume sanguíneo e a pressão arterial. No entanto, esse mineral é encontrado em muitos alimentos industrializados. Por isso, o consumo excessivo de sal é uma tendência da sociedade moderna.

Segundo, a American Heart Association a quantidade adequada de sódio na dieta é inferior a 2,3 gramas de sódio por dia (equivalente a uma colher de chá de sal). Todos devem ter cuidado no consumo de sal, em especial pessoas com:

• Hipertensão arterial
• Doença renal
• Problemas cardíacos
• Diabetes
• Portadores de Doenças Neurológicas (AVC, Parkinson, Esclerose Múltipla, etc)

Nesses pacientes, o sódio causa os seguintes problemas:

• Grande retenção de líquidos
• Aumento da pressão arterial
• Formação de edemas (inchaço)
• Sobrecarrega da função cardíaca e renal
• Ativação da resposta inflamatória intestinal e de processos degenerativos do sistema nervoso central.

Quais são os benefícios para o organismo da Dieta Hipossódica?

• A dieta hipossódica representa menos sal e, portanto menos sódio em todo o organismo. Além de atuar diretamente na redução da pressão arterial, reduzir a ingestão de sódio aumenta a eficácia de medicamentos anti-hipertensivos.
• Outros benefícios à saúde, como a perda de peso, também tem sido associada à dieta com baixo teor de sódio.
• Doenças metabólicas, como a diabetes, e o risco de acidente vascular cerebral, também são reduzidos.
• Outro benefício é a menor ocorrência de cálculos renais (pedras nos rins), retenção de líquidos nas pernas e no abdômen e osteoporose.

Dieta Hipossódica e sua Relação com a Saúde Neurológica

• Prevenção do Acidente Vascular Cerebral - A relação entre a hipertensão arterial (principal consequência do consumo excessivo de sódio) e a ocorrência do acidente vascular cerebral já é bem conhecida: um dos mecanismos do Acidente Vascular Cerebral resulta das contínuas agressões nas paredes dos vasos sanguíneos cerebrais ficando mais suscetíveis a entupimentos ou rompimentos.
• Prevenção da Neuropatia Diabética - Há uma relação entre os níveis de sódio e de glicose em nosso organismo. Pessoas diabéticas têm maior risco de desenvolvimento de hipertensão arterial. O sódio excessivo também pode causar resistência à ação da insulina e ganho de peso. Uma das principais complicações do diabetes é a neuropatia, condição em que o açúcar excessivo causa lesões nos nervos e sintomas de formigamento, dormência, entre outros.
• Prevenção do Declínio Cognitivo - A ingestão excessiva de sal pode ter uma grave influência na memória e no funcionamento cognitivo. Não se trata apenas do risco de acidente vascular cerebral. Uma dieta rica em sódio apresenta um impacto negativo no óxido nítrico, uma substância fundamental para a saúde circulatória. A redução em seus níveis diminui a oferta de sangue para o cérebro, causando lesão neuronal, com consequente comprometimento cognitivo.

Como Reduzir a Ingestão de Sódio?

Embora a maioria das pessoas considere difícil reduzir a quantidade de sódio na dieta, nosso paladar se ajusta rapidamente à menor quantidade de sódio nos alimentos, pois as papilas gustativas podem ser “retreinadas” ao novo sabor aprendido.

Ervas frescas, misturas de especiarias sem sódio, alho, cebola, limão e azeite ou vinagre aromatizados são excelentes alternativas ao saleiro.

Veja algumas sugestões do US Department of Health para facilitar a redução do sódio em sua dieta:

• Retire o saleiro de mesa;
• Não utilize temperos prontos;
• Evite molhos condimentados como o de tomate, ketchup, mostarda ou molho shoyu;
• Prefira os alimentos frescos;
• Se for consumir algum alimento industrializado, leia o rótulo para saber qual o teor de sódio;
• Evite comer fora de casa ou escolha restaurantes que oferecem frutas ou legumes sem molhos;
• Ao comprar água engarrafada ou outras bebidas, verifique o rótulo para saber se contém sódio.

Lembre-se de que uma dieta rica em frutas e vegetais é naturalmente pobre em sódio e proporciona benefícios adicionais na redução da pressão arterial, do peso corporal e do risco de inúmeras doenças.

Em Resumo

Reduzir a ingestão de sódio é uma das maneiras mais econômicas de melhorar a saúde, pois pode evitar muitos eventos cardiovasculares. Para adultos, a OMS recomenda menos de 2000 mg/dia de sódio (equivalente a menos de 5 g/dia de sal), ou pouco menos de uma colher de chá.

A maior parte do sódio na dieta não vem da adição de sal de cozinha às suas refeições, mas de alimentos ultraprocessados. Por este motivo, é importante ter cuidado com alimentos ultraprocessados ou embalados, como biscoitos, condimentos e sopas enlatadas. Mesmo que não tenham gosto salgado, esses alimentos geralmente contêm sódio escondido. Lembre-se de que pequenas mudanças na dieta podem ajudar a controlar a ingestão de sódio.

Referências

• The frequency of adding salt to food and incident neuropsychiatric disorders: a large prospective cohort study of 426,832 participants - ScienceDirect
• High-salt diet does not boost neuroinflammation and neurodegeneration in a model of α-synucleinopathy - PMC
• High-salt diet promotes Alzheimer disease-like changes | Nature Reviews Neurology
• Reducing salt intake: a systematic review and meta-analysis of behavior change interventions in adults - PMC
• Physiological Mechanisms of Dietary Salt Sensing in the Brain, Kidney, and Gastrointestinal Tract | Hypertension

Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista

Para saber mais sobre como a alimentação pode ajudar no seu tratamento, consulte seu neurologista de confiança, obtenha um diagnóstico preciso e o tratamento adequado para o seu caso.

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