Segundo a Organização Mundial de Saúde, após um AVC, um longo e persistente trabalho de reabilitação neurológica deve ser realizado para minimizar os prejuízos causados pela doença.
A reabilitação neurológica resulta de trabalho multidisciplinar, em que profissionais utilizam seus conhecimentos e habilidades especializadas em benefício dos sobreviventes de AVC. Esses profissionais incluem:
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica a importância do trabalho em equipe multidisciplinar de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros profissionais de saúde na reabilitação neurológica para recuperar as habilidades das vítimas de AVC.
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Antes de abordarmos a reabilitação neurológica após AVC, sugerimos nosso artigo: "Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou “Derrame Cerebral” – Saiba Mais sobre este Evento Cerebrovascular".
Resumidamente, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de sequelas e incapacidade motora em adultos no mundo.
Indivíduos que apresentam sequelas de AVC necessitam de reabilitação e um trabalho multidisciplinar. E o que é reabilitação?
“Reabilitação é o conjunto de ações desenvolvidas para restabelecimento e manutenção da função física, educação do paciente e sua família, assim como reintegração dessa pessoa ao seu círculo familiar e social”.
A capacidade para alcançar esses objetivos depende da motivação do paciente, do suporte social-familiar e do seu estado cognitivo.
Segundo o NIH, a reabilitação ajuda os sobreviventes do AVC a reaprender as habilidades que são perdidas quando parte do cérebro é danificado.
Além disso, a reabilitação também ensina aos sobreviventes novas maneiras de realizar tarefas para contornar ou compensar quaisquer deficiências residuais.
Há um forte consenso que o elemento mais importante para reabilitação é a prática repetitiva, orientada e focada: Como em qualquer aprendizado necessita-se de persistência e paciência.
Para alguns sobreviventes de AVC, a reabilitação será um processo contínuo para manter e aperfeiçoar habilidades e pode envolver o trabalho com especialistas por meses ou anos após o evento.
É comum que os pacientes abandonem a reabilitação ou desistam no meio do caminho, o que é um erro grave. O cérebro precisa reaprender novos processos. Esse trabalho árduo necessita de dedicação, persistência e apoio multiprofissional.
O indivíduo precisa estar focado e determinado. As frustrações e pessimismo existem, mas interromper esse trabalho sempre significa retroceder.
Em reabilitação neurológica cada dia é uma grande batalha que trará uma pequena, mas significativa vitória.
Portanto, realizar uma ou duas sessões de fisioterapia não trarão milagrosamente os resultados desejados. O importante é realizar um trabalho com afinco, otimismo, periódico e contínuo.
Os tipos e graus de comprometimento neurológico e sequelas que ocorrem após um acidente vascular cerebral dependem de qual área do cérebro foi danificada.
Segundo a American Stroke Association, o AVC pode causar cinco tipos de deficiência:
A reabilitação pós-AVC deve envolver profissionais médicos; enfermeiros de reabilitação; terapeutas físicos, ocupacionais, recreativos, fonoaudiólogos e vocacionais; e profissionais de saúde mental.
Vários estudos indicam que o processo de reabilitação de AVC em um ambiente multidisciplinar organizado resulta em uma redução de óbitos, incapacidade e necessidade de cuidados institucionais de longo prazo.
Também no site da Stroke Assotiation, encontramos inúmeras informações sobre a reabilitação após AVC, assim como orientações para uma melhor qualidade de vida dos pacientes.
Segundo o NHS, na reabilitação neurológica após AVC, o médico neurologista atua:
Segundo a National Stroke Association, cerca de ⅔ dos casos de AVC apresentam sequela motora. A perda de força em um lado do corpo pode ser acompanhada por um “enrijecimento” da musculatura ou do membro denominado espasticidade.
A espasticidade pós AVC está presente em até 40% dos indivíduos após 12 meses do evento. Quando espástico, o membro apresenta uma tendência a “ficar mais curto” ou em postura fechada ou ainda “endurecido”.
Se a espasticidade não é tratada, pode ser uma fonte comum de dor, deslocamento das articulações e dificultar muito a fisioterapia. Nesse caso, a sequela do AVC é tratada pelo neurologista ou fisiatra com a aplicação de toxina botulínica (botox). Leia mais sobre a importância da aplicação de Botox após AVC.
O neurologista também fornece informações importantes para demais membros da equipe de reabilitação como a extensão da lesão, condição cognitiva além de orientar as práticas de reabilitação que podem surtir um melhor efeito.
A presença de distúrbios cognitivos pode influenciar os resultados do tratamento. Durante a reabilitação, o paciente precisa aprender novas habilidades para realizar os exercícios. Um comprometimento na memória e atenção, por exemplo, pode afetar o sucesso da reabilitação.
Diversos trabalhos mostram que a reabilitação após AVC apresenta melhor resultado quando valorizamos esses aspectos cognitivos e emocionais. Nesse sentido, a musicoterapia pode ser um fator importante para motivar e trazer engajamento na realização das terapias.
Fisioterapeutas especializados em neurofuncional compreendem os aspectos da anatomia e fisiologia do movimento. Eles realizam programas de reabilitação individualizados para recuperar o controle sobre as funções motoras. Para tanto, avaliam:
Os fisioterapeutas trabalham para recuperar o uso de membros, ensinam estratégias compensatórias para reduzir o efeito dos déficits remanescentes e estabelecem programas de exercícios contínuos para ajudar as pessoas a manter suas habilidades recém-aprendidas.
Em geral, a fisioterapia enfatiza a prática de movimentos isolados progredindo para movimentos complexos que necessitam de coordenação e equilíbrio, como subir ou descer escadas ou mover-se com segurança entre obstáculos.
Pessoas com déficits de força ainda podem praticar movimentos durante a hidroterapia. A água fornece estímulo sensorial, bem como suporte de peso o que facilita parcialmente o apoio.
Uma tendência recente na fisioterapia enfatiza a eficácia de se engajar em atividades direcionadas a objetivos, como jogos, para promover a coordenação.
Além disso, a fisioterapia tem um papel muito importante para evitar o “encurtamento” e a atrofia da musculatura após AVC.
Nos casos de sequela motora com espasticidade, a fisioterapia pode ser realizada mais facilmente após a aplicação de botox. O músculo que recebe a toxina botulínica pode ser alongado com mais facilidade, evitando deslocamentos articulares e permitindo melhor movimentação para a reabilitação.
É muito importante que todos os pacientes com AVC sejam submetidos a uma avaliação de uma equipe multidisciplinar. O Acidente vascular cerebral continua sendo uma condição complexa e desafiadora. Por isso, apoio conjunto de profissionais dedicados pode ajudar os sobreviventes alcançar melhor qualidade de vida.
O trabalho do fonoaudiólogo em casos de AVC é indispensável para pacientes com alterações da fala e da linguagem bem como da deglutição. Esse trabalho deve ser realizado precocemente, ainda no hospital, para os casos de dificuldade de engolir.
A reabilitação fonoaudiológica precoce previne aspiração, permitindo que o alimento seja deglutido de maneira correta. Além de oferecer o suporte nutricional adequado, esse trabalho evita pneumonias, as quais são as principais causas de óbito dos sobreviventes de AVC.
A reabilitação fonoaudiológica permite ainda melhor comunicação dos pacientes e é o melhor tratamento da disartria. Quando voltada para reaprendizado da linguagem também é o melhor tratamento para afasia.
A fonoaudiologia associado a aplicação de botox nas glândulas salivares é ainda o melhor tratamento para salivação excessiva (sialorreia), complicação também comum após AVC.
A Terapia Ocupacional é muito importante para os casos de AVC com comprometimento das habilidades manuais como escrever, manusear talheres, etc.
O terapeuta ocupacional também é um profissional indispensável para reabilitação de quadros cognitivos e habilidades cerebrais que envolvam a leitura, o calculo, a escrita e outras competências.
Mesmo que a reabilitação não "cure" os efeitos do acidente vascular cerebral, na medida em que não é possível reverter os danos cerebrais, a reabilitação pode ajudar as pessoas a alcançarem o melhor resultado possível.
Dr Diego de Castro se dedica integralmente ao universo do diagnóstico e assistência. À frente do Serviço de Especialidades Neurológicas, acredita que é possível oferecer um serviço de qualidade em diagnóstico e tratamento das doenças neurológicas.
Também se dedica à reabilitação de pacientes com AVC, por meio de uma avaliação neurológica elaborada dos sintomas motores e cognitivos do paciente e da aplicação de toxina botulínica (Botox) em Vitória, abordagem que favorece a realização de fisioterapia, para reduzir os sintomas da espasticidade.
Dr Diego de Castro também realiza a aplicação de Botox em São Paulo para pacientes com AVC e outras condições.
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Olá, gostaria de informações sobre Reabilitação. Meu irmão sofreu um AVC a dos meses e perdeu muita autonomía e necesita fazer reabilitação necrológica e funcional. Gostaria de saber o preço do tratamento.
Atentamente,
Anataní Rodrigues Lemes.
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