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Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou “Derrame Cerebral” - Causas, Diagnóstico e Tratamento

Dr Diego de Castro
25/11/2022
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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Para o adequado tratamento de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) primeiro precisamos entender sua causa e seu diagnóstico. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou "derrame cerebral" é um evento de morte das células de uma determinada região cerebral decorrente da interrupção do abastecimento de sangue. Segundo a American Heart Association, as causas de um AVC são basicamente:

  • Obstrução (fechamento) de uma artéria cerebral
  • Ruptura de uma artéria.

Independente do mecanismo e do tipo de AVC, o resultado final é a morte de células neuronais.

Segundo a Mayo Clinic, o “derrame cerebral” pode causar incapacidade duradoura ou mesmo a morte. Contudo, medidas preventivas e o tratamento precoce, quando em sua ocorrência, podem reduzir o dano cerebral.

Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista pela USP explica o AVC, como reconhecê-lo precocemente, seus tipos, fatores de risco, causas, diagnóstico, tratamento assim como formas de prevenção.

Tipos

Existem dois tipos principais de acidente vascular cerebral: o AVC isquêmico, que é causado pela obstrução de uma artéria cerebral, e o AVC hemorrágico, causado por rompimento de um vaso sanguíneo cerebral com consequente sangramento na área circundante.

Isquêmico

O AVC isquêmico é a forma mais comum de AVC no mundo, correspondendo cerca de 80% de todos os AVCs. O termo “isquemia” significa interrupção do fluxo sanguíneo. Isso significa a morte de células cerebrais causada pela perda de fluxo sanguíneo por obstrução de uma artéria cerebral.

A artéria tem seu fluxo interrompido pela presença de placas de gordura e de colesterol ou pela obstrução abrupta por um pequeno coágulo proveniente do coração ou das artérias do pescoço.

As doenças cardíacas, como arritmias ou insuficiência cardíaca, produzem pequenos coágulos no coração que podem se desprender e alcançar a circulação cerebral. As doenças cardíacas correspondem a 30% das causas de AVC; por esse motivo cuidar bem do coração é uma medida importante para prevenir a ocorrência de um AVC isquêmico.

Hemorrágico

Segundo US National Library of Medicine, o AVC hemorrágico ocorre por rompimento de uma artéria cerebral. Há extravasamento de sangue o que causa morte de células cerebrais.

O AVC hemorrágico é uma condição grave e está associada a hipertensão (“pressão alta”), distúrbios de coagulação sanguínea e deformidades nos vasos sanguíneos.

Entenda melhor os tipos e mecanismos do AVC assistindo ao vídeo abaixo:

Causas de Acidente Vascular Cerebral (AVC)

  • Segundo o Ministério da Saúde, o acidente vascular cerebral é a principal causa de óbito no Brasil.
  • O AVC também é a principal causa de lesão neurológica incapacitante em homens e mulheres com mais de 50 anos de idade.
  • Acidentes vasculares cerebrais são mais comuns entre idosos, pois os fatores de risco para sua ocorrência aumentam com a idade.
  • Pouco mais de 50% de todos os casos ocorrem em homens.

Descrevemos as principais condições que causam ou estão associadas ao AVC no item fatores de risco. Mas antes precisamos definir os tipos de AVC.

Fatores de Risco para Acidente Vascular Cerebral (AVC)

É importante reconhecer esses fatores de risco, pois muitos deles podem ser modificáveis com mudanças no estilo de vida. Muitos desses fatores de risco são causas de AVC. Veja a seguir os fatores de risco para o AVC isquêmico:

  • Idade acima de 40 anos;
  • Doença cardíaca (insuficiência cardíaca, arritmias, prótese valvar);
  • Hipertensão arterial;
  • Tabagismo;
  • Diabetes;
  • Níveis elevados de colesterol;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Parto recente;
  • Ter sofrido um ataque isquêmico transitório;
  • Sedentarismo;
  • Obesidade;
  • Formação excessiva de coágulos sanguíneos;
  • Histórico familiar de acidente vascular cerebral.

Veja agora os fatores de risco para o AVC hemorrágico:

  • Hipertensão arterial;
  • Tabagismo;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Uso de medicamentos anticoagulantes.

Como reconhecer os primeiros sinais de um Acidente Vascular Cerebral?

Reconhecer os primeiros sinais de um AVC é uma medida fundamental. Isso porque as células cerebrais conseguem ficar sem fluxo sanguíneo até 3-4 horas e meia! O processo de real morte cerebral só se estabelece após esse período. Ao reconhecer essas alterações precocemente e acionar o SAMU de maneira imediata existe a possibilidade de tratamento para reverter a obstrução do fluxo sanguíneo.

Um AVC geralmente se inicia de maneira repentina, abrupta. É possível determinar a hora aproximada em que o paciente estava bem e de repente apresentou a dificuldade para falar, sorrir ou realizar algum movimento. Portanto qualquer um deve tentar observar os seguintes sinais:

  • O paciente é capaz de Sorrir? Observe se a boca está torta ou se o paciente está impossibilitado de realizar tal movimento
  • O paciente é capaz de Abraçar? Observe se ele é capaz de elevar os braços e as mãos para abraçar.
  • O paciente é capaz de Falar naturalmente? Observe se ele é capaz de cantar sem dificuldade

Em caso de qualquer alteração em sorrir, abraçar ou cantar acione o serviço de emergência (SAMU) imediatamente pelo telefone 192. Tempo perdido é cérebro perdido.

Sintomas de um AVC
Sinais e Sintomas de um AVC chame o SAMU

Diagnóstico e Tratamento do AVC em Vitória ES

  • No serviço hospitalar o médico visa identificar a presença da alteração neurológica.
  • Além do quadro clínico, exames de imagem, como a tomografia de crânio, são utilizados para identificar o tamanho e o tipo de AVC.
  • Algumas vezes esses exames precisam ser repetidos pois eles podem inicialmente ser normais.
  • Em caso de um rápido atendimento, é possível utilizar medicações para tentar restabelecer o fluxo arterial. Essa medicação tem a capacidade de dissolver o trombo dentro da artéria e é denominada "trombolítico". Ao procedimento, chamamos "trombólise".
  • A trombólise pode ser realizada até 4h e meia do inicio dos sintomas, na maioria dos casos. Não são todos os hospitais que dispõe da medicação.
  • Nas suspeitas de AVC, candidatos ao uso de trombolítico, O SAMU é capaz de levar o paciente direto ao hospital que tem disponibilidade da medicação. A trombólise é realizada apenas nos pacientes com AVC isquêmico.
  • Graças a pesquisas recentes, também foi desenvolvida uma técnica de cateterismo dos vasos cerebrais em que o trombo pode ser retirado mecanicamente. Essa forma de tratamento chamada "Trombectomia mecânica", está na fase inicial de implantação no Brasil e está presente apenas em alguns serviços especializados em AVC. 
  • Nesses centros existe a possibilidade de, além do medicamento, utilizar terapia endovascular para o tratamento. Na terapia endovascular uma prótese (stent) é colocada na artéria obstruída para abri-la.
  • Essas formas de tratamento, no entanto, são decididas para cada caso a depender do tipo de AVC, do tempo em que ele ocorreu e da disponibilidade de cada serviço.

Por que um paciente com AVC precisa ficar internado?

A morte de células cerebrais é uma condição grave e irreversível. A internação serve para realizar a investigação e determinar com isso um tratamento que evite a ocorrência de um novo evento.

Durante a internação os exames são voltados para avaliar a saúde do coração, das artérias da cabeça e do pescoço, presença de arritmias, anormalidades do colesterol e da glicose e determinar a extensão e a gravidade do AVC.

Nessa fase precoce também são realizadas as primeiras medidas de reabilitação, como uso de sondas para alimentação, exercícios com fonoaudiólogos para melhorar a fala e fisioterapia. Essas medidas são diferentes para cada caso a depender da gravidade do evento.

Tratamento do AVC em Vitória ES: Importância da Reabilitação e da Equipe Multiprofissional

A segunda etapa do tratamento do AVC é a reabilitação. A reabilitação é um caminho longo que restaura a capacidade de um indivíduo que sofreu AVC.

O cérebro é um órgão fantástico. A morte de um grupo de células acarreta um processo neurológico denominado remodelamento sináptico. As regiões que são vizinhas a área afetada tentam estabelecer novas conexões cerebrais a fim de substituir e suprir sua ausência. Esse é um processo lento que ocorre ao longo de 3 a 6 meses após o AVC, mas é o que garante a melhora clínica dos indivíduos.

A reabilitação após um AVC conta com:

Outros profissionais e outras formas de terapia também colaboram com todo processo. A reabilitação serve para acelerar a formação de novas conexões cerebrais e isso permite uma grande melhora clínica nos indivíduos. Após o AVC é muito importante ser persistente e disciplinado na realização das terapias pois são elas que garantem a melhor recuperação para o paciente.

Como prevenir um AVC?

Segundo o NHS, a maioria das causas para um AVC podem ser evitadas. Na realidade, a prevenção deste evento cerebrovascular é preferível ao tratamento de suas consequências.

A estratégia mais importante de prevenção do primeiro acidente vascular cerebral é identificar e tratar os principais fatores de risco. Quando uma pessoa apresenta o primeiro acidente vascular cerebral, medidas preventivas de um novo evento devem ser estabelecidas, já que o nível de gravidade das sequelas é sempre maior na reincidência do evento.

Saiba mais sobre medidas de reabilitação neurológica no AVC em nossos próximos posts!

Dr Diego de Castro Neurologista & Neurofisiologista

Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP e se dedica a reabilitação de pacientes com Acidente Vascular Cerebral.

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Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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