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Dermatomiosite - Inflamação Muscular e Cutânea

Dr Diego de Castro
23/12/2020
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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Segundo a National Organization for Rare Disorders, dermatomiosite é um tipo de miopatia inflamatória caracterizada por alterações inflamatórias e degenerativas dos músculos e da pele. Os sintomas associados e os achados físicos podem variar muito de caso para caso, pois os pacientes podem apresentar-se de forma diferente.

As miopatias inflamatórias são um grupo de doenças que envolvem inflamação muscular crônica e fraqueza. Acredita-se que sejam doenças autoimunes, o que significa que as defesas naturais do corpo (anticorpos, linfócitos, etc.) contra organismos invasores de repente começam a atacar tecidos perfeitamente saudáveis por razões desconhecidas, levando a inflamação ou inchaço.

Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre a Dermatomiosite, suas causas, sintomas, formas de tratamento e cuidados gerais com os pacientes.

Porque a Dermatomiosite pode Ocorrer

Conforme a The Muscular Dystrophy Association, a causa da dermatomiosite ainda é desconhecida. No entanto, fatores genéticos, imunológicos, infecciosos e ambientais foram considerados.

Anormalidades imunológicas são comuns em pacientes com dermatomiosite. Pacientes frequentemente têm autoanticorpos circulando. A atividade anormal de células T pode estar envolvida na origem da doença da pele e da doença muscular. Além disso, os familiares podem manifestar outras doenças associadas à autoimunidade.

Agentes infecciosos também têm sido sugeridos como possíveis gatilhos de dermatomiosite:

  • Vírus (por exemplo: parvovírus, ecovírus, vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 [HTLV-1], HIV)
  • Espécies de toxoplasma
  • Espécies de Borrelia

Casos de dermatomiosite induzida por drogas já foram relatados. Os agentes que podem desencadear a doença incluem:

  • Estatinas
  • Penicilamina
  • Drogas do fator de necrose anti-tumor
  • Interferon
  • Ciclofosfamida
  • Vacina BCG
  • Quinidina

Sinais e Sintomas

Informações da Genetic and Rare Diseases Information Center apontam que pessoas com dermatomiosite frequentemente apresentam a doença da pele como uma das manifestações iniciais, podendo ser a única manifestação no início em talvez até 40% dos indivíduos com essa condição. O envolvimento cutâneo pode se manifestar da seguinte forma:

  • Erupção predominantemente em superfícies foto-expostas
  • Prurido de lesões cutâneas, às vezes intensas o suficiente para perturbar o sono
  • Eritema (rubor da pele ocasionado pela vasodilatação) no meio da face
  • Erupção ao longo das margens das pálpebras, com ou sem edema
  • Erupção no dorso das mãos, particularmente sobre os dedos
  • Alterações na pele entre as unhas e dedos
  • Erupção na parte externa das coxas superiores
  • Couro cabeludo escamoso ou queda de cabelo.
Dermatomiosite

O componente cutâneo da dermatomiosite é exacerbado pela luz solar e outras fontes de luz ultravioleta, o que também pode exacerbar o componente muscular.

A doença muscular pode ocorrer simultaneamente, pode preceder a doença da pele, ou pode seguir a doença da pele por semanas a anos. O envolvimento muscular se manifesta como o seguinte:

  • Fraqueza muscular nos músculos que se encontram mais próximo do tronco
  • Fadiga/fraqueza muscular ao subir escadas, andar, subir de uma posição sentada, pentear o cabelo ou pegar itens acima dos ombros
  • Tensão muscular: Pode ocorrer, mas não é uma característica típica de dermatomiosite.

As manifestações sistêmicas que podem ocorrer incluem as seguintes:

  • Distúrbios sistêmicos gerais (febre, dor nas articulações, mal-estar, perda de peso)
  • Disfagia devido ao envolvimento do músculo esquelético esofágico
  • Refluxo gastroesofágico devido ao envolvimento muscular liso do esôfago
  • Disfonia
  • Defeitos atrioventriculares, taquiarritmias, cardiomiopatias dilatadas
  • Úlceras gastrointestinais e infecções, mais comuns em crianças
  • Envolvimento pulmonar devido à fraqueza dos músculos torácicos
  • Calcinose (deposição de sais de cálcio embaixo da pele, músculos, tendões ou tecido gorduroso)
  • As crianças na primeira infância também podem desenvolver uma marcha na ponta dos pés secundária à contratura de flexão dos tornozelos.

Diagnóstico

Segundo a Mayo Clinic, o diagnóstico para dermatomiosite pode incluir exames laboratoriais e por imagem (por exemplo, ressonância magnética, radiografia torácica, ultrassonografia, eletromiografia, tomografia computadorizada), bem como biópsia muscular e de pele e outros testes conforme apropriado.

A eletromiografia (EMG) é um meio de detectar inflamação e dano muscular, sendo útil na seleção de um local de biópsia muscular.

A tomografia do tórax, abdômen e pélvis é útil na avaliação de possíveis malignidades que podem estar associadas à dermatomiosite.

Em pacientes adultos com dermatomiosite, a avaliação da malignidade deve ser realizada após o diagnóstico inicial e repetida pelo menos anualmente por 3 anos. O risco de malignidade aumenta com a idade.

Tratamentos

Artigo publicado no periódico Rheumatology, da British Society for Rheumatology aponta que a terapia para dermatomiosite envolve medidas para controlar a doença muscular e a doença da pele. Além disso, alguns pacientes com dermatomiosite precisam de tratamento para outras manifestações sistêmicas ou complicações.

O componente muscular é tratado administrando corticosteroides, tipicamente com um agente imunossupressor. A doença da pele é tratada evitando a exposição solar usando protetores solares e roupas fotoprotetoras, bem como com corticosteroides tópicos, agentes antimaláricos e medicamentos imunomodulatórios como metotrexato.

O cuidado cirúrgico geralmente é desnecessário. Alguns pacientes podem se beneficiar da remoção cirúrgica de áreas focais de calcinose, particularmente quando doloroso. A internação é necessária para pacientes com dermatomiosite fulminante, com envolvimento muscular e/ou dos órgãos internos.

Para casos refratários, o uso de globulina imune intravenosa de alta dose mensal (IVIG) por 6 meses tem se mostrado benéfico a curto prazo.

Cuidados Gerais

The Myositis Association recomenda algumas práticas de autocuidado, para conviver bem com a doença e manter sua qualidade de vida.

O repouso na cama pode ser valioso para aqueles com inflamação grave dos músculos.

Em pacientes com fraqueza muscular, um programa de fisioterapia é útil para ajudar a prevenir as contraturas que podem complicar a doença quando os pacientes não movem totalmente suas articulações. A prática também é recomendada, a fim de manter a força muscular, mesmo durante o curso da doença muscular ativa.

Uma dieta equilibrada é importante para pessoas com dermatomiosite. Pacientes com inflamação muscular grave podem precisar de proteína extra para equilibrar sua perda.

Para pacientes com disfagia e/ou refluxo gastroesofágico, a elevação da cabeça de sua cama e evitar comer antes de dormir são úteis. Essas manobras simples podem evitar pneumonia por aspiração. Em alguns casos, a alimentação por sonda nasogástrica é necessária para aumentar o insumo calórico.

Dr Diego de Castro Neurologista Especialista em Doenças Neuromusculares

Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP, especialista em doenças neurogenéticas e neuromusculares. Atualmente é colaborador do ambulatório de Neurogenética dessa instituição, onde cuida de doenças raras.

É comum que filhos de pacientes procurem na internet sobre a doença, principalmente sobre o risco de desenvolverem a condição. Há muitos fatores envolvidos, inclusive emocionais, que precisamos considerar. Busque adequado aconselhamento com um profissional responsável e que tenha experiência no assunto.

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Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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