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Esclerose Múltipla Tem Cura?

Dr Diego de Castro
23/03/2022
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Segundo a MS Society UK, embora a resposta para a pergunta: "Esclerose Múltipla Tem Cura?" ainda seja não, já podemos ver um futuro onde as pessoas conseguem viver livres dos efeitos da doença e não precisam se preocupar com surtos.

Como exemplo, podemos utilizar uma série de condições de saúde - como diabetes ou mesmo a infecção pelo vírus HIV - onde não há cura. Mas a experiência de vida das pessoas com essas condições mudou radicalmente, graças ao desenvolvimento de tratamentos.

Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre novas possibilidades de tratamento e gerenciamento dos sintomas da Esclerose Múltipla.

Esclerose Múltipla Tem Cura?

Ainda não há uma "cura" para a esclerose múltipla (EM). Mas um acompanhamento médico adequado pode encontrar as técnicas ideais de tratamento para ajudar a gerenciar a condição da melhor forma possível.

Nos últimos anos, novos medicamentos se tornaram disponíveis para ajudar a retardar a progressão da doença e aliviar os sintomas. E mais pesquisas continuam sendo realizadas, para aprender mais sobre as causas e fatores de risco da esclerose múltipla e, assim, desenvolver novos tratamentos.

Veja, a seguir, os progressos que já fizemos em relação à esclerose múltipla:

Desenvolvimento de Terapias Modificadoras da Doença

As terapias modificadoras de doenças são o principal grupo de medicamentos utilizados para tratar a EM. Até recentemente, a única opção de alta eficácia disponível era o Natalizumabe. Mas, atualmente, já foram aprovados pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA) e também pela ANVISA, aqui no Brasil, os seguintes medicamentos:

  • Ocrelizumabe - Trata pacientes adultos com formas de esclerose múltipla recidiva e esclerose múltipla progressiva primária.
  • Alemtuzumabe - Aprovado pela FDA como uma terapia modificadora de doenças para pessoas com formas de recaída de EM. Geralmente, é reservado para pessoas que tiveram uma resposta inadequada a duas ou mais terapias de EM.
  • Cladribina - Este medicamento foi aprovado pela FDA para o tratamento de adultos com formas de recaída de EM, incluindo esclerose múltipla recidiva e EM progressiva secundária ativa.
  • Siponimode - A FDA aprovou este medicamento para o tratamento de adultos com síndrome clinicamente isolada (um episódio neurológico inicial) e formas de recaída de EM, incluindo aqueles com EM secundária ativa progressiva. Isso significa que as pessoas que tiveram progressão de incapacidade, ou aquelas que ainda experimentam recaídas agudas ou nova atividade de ressonância magnética podem ser tratadas com este medicamento.

Progresso na Pesquisa Genética

Entender quais genes podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver EM é uma etapa importante para criar ferramentas clínicas que possam ajudar a tratar e possivelmente prevenir a doença.

Segundo artigo publicado no Plos Genetics, estudos do genoma já identificaram mais de 200 variantes genéticas associadas a um risco aumentado de desenvolver esclerose múltipla.

Pesquisas sobre a Terapia com Células-Tronco

O Transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TACT) é um procedimento que tem como principal objetivo redefinir o sistema imunológico. Segundo a National Multiple Sclerosis Society, este tratamento é realizado através das seguintes etapas:

  1. Retirada de células saudáveis do sistema imunológico do próprio paciente
  2. Administração de quimioterapia, para eliminar células imunes prejudiciais que estão causando danos
  3. Por meio de infusão intravenosa, as células imunes saudáveis são transplantadas ao paciente, para construção de um novo sistema imunológico.

Durante este processo, o paciente fica mais vulnerável a infecções com elevado risco de óbito, pois seu sistema imunológico está enfraquecido. Por esse motivo, este tratamento ainda é considerado apenas em casos selecionados.

Além disso, ainda precisamos compreender os seus efeitos em longo prazo sobre uma redução na frequência dos surtos ou progressão da EM. Por este motivo, este método de tratamento está sendo amplamente explorado em ensaios clínicos. Também é preciso esclarecer que o TACT não cura a EM, e sim, estabiliza a doença.

Pesquisas sobre Mudanças no Estilo de Vida

fatores de estilo de vida associados à Esclerose Múltipla
Cada vez mais pesquisas estão identificando fatores de estilo de vida que ajudam na prevenção e no tratamento da Esclerose Múltipla.

Segundo artigo publicado na Frontiers in Neurology, um número crescente de pesquisas está sendo realizado para identificar os fatores de estilo de vida associados ao desenvolvimento da EM.

Entre os fatores que já foram identificados como potenciais gatilhos para a doença, podemos citar:

  • Tabagismo
  • Estar acima do peso
  • Ter baixos níveis de vitamina D.

Entender como outras influências do estilo de vida podem afetar o risco de EM, a progressão da doença e a qualidade de vida do paciente, pode ajudar os pesquisadores a identificar novas maneiras de tratar e prevenir a doença. Entre os aspectos que já aprendemos com estas pesquisas, podemos destacar:

Dieta

Embora ainda não tenhamos dados de ensaios clínicos em larga escala, uma quantidade crescente de estudos sugerem a importância de fatores dietéticos no risco de EM.

Conforme artigo publicado na Current Nutrition Reports, entre os potenciais efeitos da dieta sobre a EM que estão sendo estudados, estão:

  • Fatores alimentares capazes de promover a regulação inflamatória das células imunes e a capacidade de reduzir a formação de novas lesões inflamatórias
  • Fatores alimentares que reduzem a inflamação do sistema nervoso central, combatem o estresse oxidativo e podem ajudar a prevenir a desmielinização crônica
  • Estratégias alimentares voltadas para remielinização e reparação nervosa, o que pode ser útil na restauração da função e na proteção contra danos adicionais.

Prática Moderada de Exercício Físico

De acordo com recomendações publicadas no Multiple Sclerosis Journal, exercícios moderados podem ajudar a melhorar uma série de sintomas de EM, incluindo:

  • Equilíbrio
  • Fadiga
  • Problemas de mobilidade
  • Dor.

O foco deve ser o progresso gradual com base em suas habilidades, preferências e segurança, buscando encontrar o exercício certo em uma intensidade que funcione para o seu nível de condicionamento físico e capacidade.

As atividades recomendadas podem incluir:

  • Caminhada
  • Natação ou hidroginástica
  • Alongamento suave
  • Yoga na cadeira
  • Treinamento de resistência.

Cronograma de Sono Consistente

Informações de um artigo publicado na European Neurology apontam que distúrbios do sono podem ser um gatilho para uma recaída da EM. E isso faz todo sentido, já que o sono é essencial para nosso organismo funcionar bem, especialmente quando está sob estresse ou lutando contra uma doença.

É importante praticar uma boa higiene do sono, que, basicamente, consiste nas seguintes práticas:

  • Estabelecer uma rotina de sono consistente, determinando horários para dormir e acordar
  • Manter seu quarto escuro, silencioso e confortável
  • Evitar ingerir grande quantidade de líquidos antes de dormir
  • Criar uma rotina relaxante para os momentos antes de dormir.

Também é importante conversar com seu médico sobre quaisquer questões que estejam interrompendo ou dificultando o sono. As seguintes dificuldades, por exemplo, são comuns entre pessoas com EM e podem interromper seu sono:

  • Ansiedade
  • Espasticidade muscular
  • Necessidade de urinar frequente durante a noite
  • Síndrome das pernas inquietas
  • Apneia do sono
  • Depressão.

Estamos começando a entender melhor a importância dessas medidas adicionais na progressão da doença e na forma como o paciente experimenta os sintomas da esclerose múltipla. O foco das pesquisas atuais está cada vez mais na otimização da saúde dos pacientes, ao invés de apenas novas abordagens de tratamento da doença.

Dr Diego de Castro Neurologista

Dr Diego de Castro cuida de pacientes com diversas doenças neurológicas e realiza o exame de eletroneuromiografia SP e eletroneuromiografia em Vitória ES em casos complexos e condições genéticas raras.

Com o propósito de oferecer um atendimento de excelência e confiança, o Dr Diego de Castro realiza uma avaliação neurológica minuciosa, capaz de auxiliar na definição diagnóstica de seus sintomas e atua juntamente à equipe multidisciplinar para fornecer um tratamento eficaz a seus pacientes.

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Dr Diego de Castro dos Santos
Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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