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Formigamento e Fraqueza? Compreenda a Mononeuropatia

Dr Diego de Castro
16/04/2025
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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O termo médico mononeuropatia resulta da união dos termos "mono" que quer dizer "único", "neuro" relativo a "nervo" e "patia" que significa "lesão". Assim, uma mononeuropatia é a lesão de um único nervo periférico.

Uma mononeuropatia pode acometer qualquer nervo do corpo incluindo braços, pernas, tronco, região genital e a face. Os locais mais comuns são a mão e a perna.

Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista pela USP explica a mononeuropatia, suas causas, sintomas e diagnóstico.

Compreendendo o Sistema Nervoso Periférico

Segundo The University of Queensland, o sistema nervoso é dividido em 2 grandes componentes:

  1. Sistema Nervoso Central
  2. Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso central é nosso cérebro e nossa medula. Essas estruturas estão protegidas pelo ossos do crânio e pelos ossos da coluna. Eles são como uma grande central do pensamento, coordenação e movimentos.

Essa grande central precisa se comunicar com os músculos, pele, articulações e órgãos como coração, rins, intestinos, bexiga etc. Cada "cabo de energia" que conecta a grande central com um órgão ou estrutura é chamado de nervo periférico. O conjunto dos nervos periféricos forma o sistema nervoso periférico.

De acordo com Rice University, um nervo periférico também é o conjunto de prolongamentos de várias células nervosas. Cada prolongamento é denominado individualmente de axônio. Como um fio que transmite a energia, ele é encapado por uma capa de gordura denominada bainha de mielina. Assim, o nervo periférico também é definido como "um conjunto de axônios que comunica um mesmo órgão e estrutura com o sistema nervoso central".

De modo geral, um nervo periférico é classificado de acordo com o tipo de informação que ele transporta:

  • Nervos motores - Relacionados a movimentação e força
  • Nervos sensitivos - Relacionados a sensibilidade, tato e transmissão de dor
  • Nervos mistos - Relacionados tanto a sensibilidade quanto a movimentação
  • Nervos autonômicos - Relacionado ao funcionamento de nossos órgãos internos (intestino, coração, etc)

A Mononeuropatia

Conforme dissemos anteriormente, a lesão de um único nervo periférico é denominada mononeuropatia. Segundo Johns Hopkins Medicine, uma mononeuropatia pode atingir qualquer um dos 41 pares de nervo do corpo humano. De modo geral os locais mais comuns são a mão ou a perna porque são nervos mais longos e mais vulneráveis a lesões.

Os nervos mais atingidos por uma mononeuropatia são:

  • No membro superior:
    • Nervo Mediano
    • Nervo Ulnar
    • Nervo Radial
  • No membro inferior:
    • Nervo Fibular
    • Nervo Ciático

Nervos de qualquer parte do corpo podem ser afetados incluindo no ombro, face, costelas e até na região genital.

Mononeuropatia

Causas

As causas da mononeuropatia são muito variáveis. Segundo Cleveland Clinic, as causas mais comuns são:

  • Traumas (quedas de moto, acidentes automobilísticos)
  • Compressões nervosas
  • Doenças Inflamatórias
  • Efeitos colaterais de medicações
  • Doenças infecciosas ou neoplásicas
  • Lesões por terapia de radiação

É possível que uma mononeuropatia ocorra por uma lesão em um ponto muito específico (lesão focal) ou envolva todo o nervo (lesão difusa).

De modo geral, a lesão focal ocorre em um ponto onde o nervo está muito próximo de um osso ou articulação e há movimentos repetitivos. Com o excesso de movimento, essas estruturas podem "apertar" ou "gerar um atrito" sobre o nervo, lesionando-o. No nosso corpo, os pontos mais comuns de compressão são:

  • Punho - Região chamada Túnel do Carpo - local onde passa o nervo mediano
  • Cotovelo - região chamada Túnel Cubital - local onde passa o nervo ulnar
  • Perna - região chamada Túnel Fibular - local onde passa o nervo fibular
  • Pé - Região chamada Túnel do Tarso - local onde passa o nervo dorsal do pé

Além disso, a mononeuropatia pode ser causada por uma lesão na bainha de mielina (desmielinização) ou uma lesão direta sobre os axônios (lesão axonal).

Mononeuropatia Inflamatória - Mononeurite

Segundo a American Association of Neuromuscular Medicine, quando a mononeuropatia é causada por quadros inflamatórios ou infecciosos, ela recebe o nome de mononeurite. Essa condição atinge o nervo difusamente. Quando múltiplos nervos estão inflamados difusamente, o quadro é denominado mononeurite múltipla. As principais causas de mononeurite são:

  • Hanseníase
  • Síndrome de Sjogren
  • Lúpus
  • Sarcoidose
  • HIV, Hepatite B e Hepatite C
  • Outras doenças inflamatórias

Fatores de Risco

Qualquer pessoa pode apresentar mononeuropatia. No entanto, alguns fatores de risco para o surgimento da condição são:

  • Diabetes
  • Obesidade
  • Hipotireoidismo
  • Esforço repetitivo
  • Indivíduos acamados ou imobilizados
  • Lúpus, Sjogren, Artrite reumatoide
  • Outras doenças sistêmicas

Sintomas da Mononeuropatia

De acordo com US National Library, a mononeuropatia acarreta sintomas de:

  1. Perda de força
  2. Alterações da sensibilidade
  3. Outros sintomas neurológicos

É importante observar que cada nervo tem seu trajeto e caminho específico. Portanto, os sintomas produzidos por uma mononeuropatia obedecem a distribuição do território de cada nervo.

Os sintomas da mononeuropatia também podem ser diferentes a depender de sua gravidade. Formas leves podem apresentar sintomas de alteração de sensibilidade discreta, enquanto lesões acentuadas podem produzir grave perda de força e atrofia.

Além disso, quando o nervo é puramente motor, o único sintoma apresentado pode ser perda de força. Já nos nervos puramente sensitivos, dormências ou formigamentos podem ser a única manifestação.

Veja abaixo os sintomas de mononeuropatia mais comuns, de acordo com o nervo acometido:

  • Neuropatia do nervo mediano - Dormência na mão e / ou fraqueza no polegar, indicador e dedo médio
  • Neuropatia ulnar - Dormência e / ou perda de força que se estende do cotovelo até o dedo anelar e o dedo mínimo
  • Neuropatia radial - Dificuldade em abrir a mão
  • Neuropatia fibular - Dormência e perda de força na perna e dorso do pé

Diagnóstico da Mononeuropatia

Segundo a ScienceDirect, o diagnóstico de uma mononeuropatia baseia-se em:

  • História Clínica e Exame Neurológico
  • Exames Laboratoriais
  • Exame de Eletroneuromiografia
  • Imagem do Nervo (ultrassom ou ressonância)

O neurologista utilizará da história clínica e do exame neurológico para avaliar qual nervo foi acometido. Exames laboratoriais são particularmente úteis nas mononeuropatias difusas e fazem parte da investigação das mononeurites.

De todos os exames, o diagnóstico de mononeuropatia é confirmado pelo exame de eletroneuromiografia (ENMG).

Exame de Eletroneuromiografia

Além de confirmar a presença da mononeuropatia, na eletroneuromiografia podemos avaliar o funcionamento do nervo e determinar:

  • Padrão da lesão (axonal ou desmielinização)
  • Porção do nervo acometido (focal ou difusa)
  • Grau do acometimento (leve, moderado ou acentuado)
  • Tipo (sensitivo, motor ou misto)
  • Prognóstico (Bom ou mau prognóstico)
  • Orientar próximos passos da investigação

Neste vídeo, descrevemos sucintamente o que é o exame de eletroneuromiografia:

Exames de Imagem

Os exames de imagem, como ultrassom ou ressonância, são particularmente úteis nas lesões focais. Eles permitem estudar a anatomia da região do nervo e estruturas vizinhas. Segundo pesquisa publicada na Muscle & Nerve, esses exames permitem ainda:

  • Determinar o ponto exato de compressão nervosa
  • Guiar tratamentos, como infiltrações ou bloqueio anestésicos
  • Planejar procedimentos cirúrgicos, caso necessário

Tratamento da Mononeuropatia

De acordo com a Mayo Clinic, o tratamento da mononeuropatia depende da causa, gravidade e localização da lesão nervosa. Abaixo, descrevemos as principais abordagens terapêuticas:

Tratamento Conservador (Não Cirúrgico)

  • Repouso e Imobilização: Em casos de compressão nervosa (como síndrome do túnel do carpo), evitar movimentos repetitivos e usar talas pode aliviar a pressão sobre o nervo
  • Fisioterapia: Exercícios de fortalecimento e alongamento ajudam a melhorar a função muscular e reduzir a compressão
  • Medicações:
  • Analgésicos e anti-inflamatórios (ex.: ibuprofeno, naproxeno) para alívio da dor
  • Medicamentos da classe dos anticonvulsivantes (ex.: gabapentina, pregabalina) para dor neuropática
  • Corticoides orais ou injetáveis em casos inflamatórios
  • Infiltrações Guiadas por Ultrassom: Injeções de anestésicos e corticoides no local da compressão podem reduzir inflamação e dor.

Tratamento Cirúrgico

Indicado quando há compressão grave ou falha no tratamento conservador. Exemplos:

  • Liberação do Túnel do Carpo (para neuropatia do nervo mediano)
  • Transposição do Nervo Ulnar (em compressões no cotovelo)
  • Descompressão do Nervo Fibular (em lesões na perna).

Tratamento de Doenças de Base

Se a mononeuropatia for secundária a condições como diabetes, lúpus ou infecções, o controle da doença é essencial.

Terapias Complementares

  • Acupuntura (pode ajudar no alívio da dor neuropática)
  • Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS)
  • Suplementação com Vitaminas (em casos de deficiência nutricional).

Prognóstico e Prevenção

O NHS explica que o prognóstico da mononeuropatia varia conforme a causa e gravidade da lesão. Casos leves, como compressões nervosas temporárias, podem ter recuperação completa em semanas com tratamento adequado, enquanto lesões graves podem necessitar de meses de reabilitação ou até deixar sequelas permanentes.

A prevenção inclui medidas como evitar movimentos repetitivos que sobrecarreguem os nervos, controlar doenças crônicas (diabetes, hipotireoidismo) e manter um peso saudável, reduzindo o risco de compressões nervosas. Além disso, o diagnóstico precoce e o manejo multidisciplinar são essenciais para melhorar os resultados.

Referências

Dr Diego de Castro Neurologista

Dr Diego de Castro é Neurologista e Neurofisiologista pela USP e atua no diagnóstico de mononeuropatias e outras condições que afetam o nervo periférico.

Além de cuidar dessas pessoas, é referência na realização do exame de Eletroneuromiografia.

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Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.

One comment on “Formigamento e Fraqueza? Compreenda a Mononeuropatia”

  1. Olá Dr. Parabéns pela excelente explanação. Gostaria de sanar uma dúvida, há 4 anos sofri uma lesão por PAF, e lesionou o nervo ulnar e passei por uma cirurgia. Já se passaram aproximadamente 4 anos e ainda continuo com redução de força na mão, dormência nas proximidades do dedo mínimo e limitações nos movimentos dos dedos. Fiz uma eletroneuromiografia que acusou a neuropatia. Esse caso se enquadra no conceito da monoparesia, eu posso ser considerado um PCD para efeitos legais?

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