Ter uma condição de dor crônica, como a síndrome da dor miofascial, pode ser frustrante. E como muitos dos sinais e sintomas são semelhantes a vários outros distúrbios, muitas pessoas acabam consultando vários médicos antes de receber um diagnóstico.
De acordo com a Cleveland Clinic, a Dor Miofascial pode ser diagnosticada por meio de avaliação clínica, mas os exames de imagem e eletrofisiológicos desempenham um papel importante na exclusão de outros distúrbios musculoesqueléticos, sendo essenciais para confirmar o diagnóstico.
No que diz respeito ao tratamento, os principais objetivos são reduzir a dor e abordar os fatores desencadeantes. E para isto, podemos contar com diversas opções de tratamento disponíveis.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre Diagnóstico e Tratamento da Dor Miofascial.
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Conforme informações da American Academy of Family Physicians, seu diagnóstico começa antes mesmo da sua consulta com o médico. Para preparar-se para a consulta, você pode seguir os passos abaixo:
É provável que o seu médico lhe faça uma série de perguntas, o que pode incluir:
Durante um exame físico, seu médico pode aplicar pressão suave dos dedos na área dolorosa, sentindo as áreas tensas. Certas maneiras de pressionar o ponto de gatilho podem provocar respostas específicas. Por exemplo:
Como estes sintomas podem ter muitas causas possíveis, seu médico pode recomendar outros exames e procedimentos para descartar outras causas:
Uma fonte de confusão associada à dor miofascial é a fibromialgia. É verdade que ambas são propensas a causar dor muscular intensa e sensibilidade, mas não compartilham a mesma causa ou conjunto de sinais e sintomas específicos.
Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, o diagnóstico de fibromialgia baseia-se em uma história de dor generalizada (por pelo menos 3 meses de duração), definida como bilateral, superior e inferior do corpo, bem como na coluna vertebral, e na presença de sensibilidade excessiva ao aplicar pressão em 11 de 18 locais músculo-tendinosos específicos (chamados de tender points).
As principais diferenças entre dor miofascial e fibromialgia são relacionadas a seguir:
O diagnóstico diferencial também deve ser realizado com outras condições, tais como:
Uma pessoa pode ter síndrome de dor miofascial e também uma dessas condições. Isso torna especialmente importante consultar um médico especialista que possa diagnosticar a diferença e aplicar os tratamentos adequados para cada condição.
Segundo artigo publicado na StatPearls, a síndrome da dor miofascial é uma doença com característica recidivante (em que ocorre o reaparecimento dos sinais e sintomas da doença após um período de melhora). Por este motivo, é importante que os fatores que desencadeiam sintomas sejam removidos o máximo possível, caso contrário o efeito curativo pode não ser realizado.
Como existem muitas opções de tratamento, os planos de tratamento devem atender ao local da lesão, curso da doença e situação individual. Nenhuma evidência conclusiva justifica o uso de uma terapia ao invés de outra. Na realidade, pode ser necessário utilizar mais de uma abordagem para encontrar alívio da dor.
O objetivo da fisioterapia terapêutica é restaurar a função e reduzir a dor. Manipulação e alongamento podem dilatar vasos, acelerar a circulação linfática e promover a absorção e excreção de mediadores inflamatórios. Tem o efeito terapêutico de aliviar espasmos, relaxar os músculos, melhorar os movimentos incorretos, estabilizar as articulações, melhorar a circulação, aliviar o edema e a dor.
A onda de choque extracorpórea transmite a energia mecânica para o corpo através de um determinado meio e atua sobre o tecido muscular espasmódico sem danificar os tecidos circundantes. No processo de tratamento, as ondas de choque são aplicadas para relaxar os músculos tensos, localizar e tratar os pontos-gatilho de forma superficial e profunda.
A medicação oral é prescrita na menor dose e no menor curso de tratamento possível, prestando atenção a fatores como:
Prestando atenção a estes fatores, podemos reduzir as reações adversas garantir a segurança do uso de medicamentos. Os medicamentos que podem ser utilizados são:
Injetar um agente entorpecente ou um esteroide em um ponto de gatilho pode ajudar a aliviar a dor.
Em algumas pessoas, apenas o ato de inserir a agulha no ponto de gatilho ajuda a quebrar a tensão muscular. Chamada de agulhamento seco, essa técnica envolve a inserção de uma agulha em vários lugares dentro e ao redor do ponto de gatilho.
A acupuntura também pode ser útil para algumas pessoas que têm síndrome de dor miofascial.
Em casos crônicos, os pacientes são propensos à ansiedade, depressão ou somatização devido à recorrência da doença e longo prazo da dor, bem como problemas econômicos, sociais e pessoais. Para esses pacientes, além do tratamento convencional, também devem ser realizados educação em saúde e tratamento psicológico, como o biofeedback, analgesia hipnótica e terapia cognitivo-comportamental.
A Mayo Clinic orienta que é importante cuidar de si mesmo se você tem síndrome de dor miofascial. Medidas de autocuidado para manter seu corpo saudável podem tornar mais fácil para você se concentrar em lidar com sua dor. Experimente as seguintes práticas:
Também pode ajudar conversar com um conselheiro sobre os desafios que você está enfrentando. Grupos de suporte online ou presenciais também podem ser úteis, conectando você com pessoas que entendem o que você está passando.
Dr Diego de Castro é Neurologista e Neurofisiologista pela USP especialista em eletroneuromiografia e doenças neuromusculares.
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