Segundo a Voice Foundation, a Miastenia gravis (MG) pode afetar todos os músculos responsáveis pela fala e deglutição. Por exemplo, a disartria (fala arrastada) ocorre em mais de 10% das pessoas com miastenia gravis. Outro distúrbio da fala muito comum nesses pacientes é a voz hipernasal (voz fanha).
A dificuldade em expressar ou falar pode afetar o desempenho no trabalho e pode fazer com que uma pessoa se sinta socialmente isolada porque tem dificuldade em ser ouvida ou compreendida.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre a voz fanha e outros distúrbio da voz na Miastenia gravis.
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A Myasthenia Gravis Foundation of America explica que a produção da voz humana começa gerando pressão de ar nos pulmões. Ele flui através das pregas vocais (cordas vocais), fazendo com que elas vibrem e produzam som. A vibração simétrica e fluida das pregas vocais cria uma voz agradável e suave.
A fala humana é produzida usando os músculos da garganta, mandíbula, palato, língua e lábios para moldar o som gerado pela caixa de voz em consoantes e vogais. Quando os músculos dos pulmões, trato vocal, garganta ou boca são afetados na MG, surgem os sintomas de problemas de voz, fala e deglutição.
Os problemas de voz observados na MG incluem:
O problema de voz pode resultar de um suporte respiratório deficiente ou de fraqueza, fazendo com que as pregas vocais não se movam adequadamente. Normalmente, os sintomas aparecem e/ou pioram com a fala contínua ou prolongada.
De acordo com artigo publicado no International Journal of Head and Neck Surgery, o diagnóstico de disfonia ou disartria é muitas vezes muito aparente para uma pessoa com MG porque ela percebe uma mudança em sua voz ou produção de fala.
Às vezes, os sintomas podem ser sutis ou intermitentes. De qualquer forma, se uma pessoa apresenta distúrbio vocal que dura mais de 2 semanas deve procurar atendimento médico para diagnóstico. Como a disartria é também um sintoma comum de AVC, qualquer novo início desse sintoma deve ser avaliado imediatamente por um médico.
Se você estiver com um distúrbio de voz, pode ser encaminhado a um médico de ouvido, nariz e garganta (otorrinolaringologista) e a um fonoaudiólogo. Um otorrinolaringologista garantirá que os sintomas sejam devidos à Miastenia gravis e o fonoaudiólogo avaliará o tipo e a gravidade dos sintomas e ajudará a conduzir o tratamento adequado.
Geralmente, pode ser realizada uma laringoscopia, um exame relativamente simples que usa uma pequena câmera flexível inserida pelo nariz para visualizar as vias aéreas superiores.
Quando se descarta a possibilidade de os sintomas estarem relacionados a problemas nos ouvidos, nariz ou garganta, exames como a eletroneuromiografia de laringe podem ser essenciais para o diagnóstico de doenças neuromusculares que afetam os nervos ou músculos da laringe, como a miastenia gravis.
A realização deste exame na laringe, contudo, envolve particularidades muito específicas. Assim, para a sua realização, é necessário conhecimento anatômico das estruturas laríngeas, especialmente a localização dos músculos.
Um profundo conhecimento da fisiopatologia das condições que podem comprometer sua função como órgão protetor das vias aéreas e responsável pela emissão vocal também é necessário.
A Conquer Myasthenia Gravis orienta que o tratamento dos distúrbios de fala e voz na MG seja individualizado e baseado na causa e na gravidade do problema. Na maioria dos casos, o tratamento adequado da Miastenia gravis mantém os sintomas sob controle, inclusive os sintomas relacionados à voz.
A MG é tratada com medicamentos chamados anticolinesterases (piridostigmina ou Mestinon), que restauram a força muscular e reduzem a tendência à fadiga. Outros tratamentos podem envolver terapia com um fonoaudiólogo. Exercícios de fortalecimento e/ou estratégias compensatórias podem ser empregados para ajudar a aumentar a compreensibilidade.
Um programa de fortalecimento não é indicado durante uma crise ou exacerbação miastênica, mas pode ser implementado durante a estabilidade ou quando em remissão. Os exercícios devem ser realizados durante o pico da terapia medicamentosa. Sempre revise qualquer plano de cuidados com seu médico.
Em pacientes jovens recentemente diagnosticados com MG ou pacientes adultos com timoma (um tumor benigno na glândula timo da parte superior do tórax), uma timectomia pode ajudar a controlar os sintomas ou levar à remissão da doença.
Com as opções terapêuticas atuais, a Miastenia gravis é uma doença que pode ser controlada sem qualquer efeito na expectativa de vida dos pacientes. Além disso, a melhora e o prognóstico da voz e da fala geralmente estão relacionados aos efeitos do tratamento da doença geral da MG.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP, especialista em eletroneuromiografia e Miastenia gravis. Cuida de pacientes com miastenia e outras condições neurológicas raras.
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