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Uso Excessivo de Analgésicos: Quando o Remédio se Torna o Problema

Dr Diego de Castro
15/10/2025
Dr Diego de Castro Neurologia
Autor: 
Dr. Diego de Castro dos Santos

CRM-SP 160074 / CRM-ES 11.111
Neurofisiologia clínica - RQE 74154
Neurologia - RQE 74153.
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Você já parou para pensar quantas vezes por semana recorre a um analgésico? Se a resposta for "muitas vezes" ou "perdi a conta", este artigo é para você. O uso excessivo de analgésicos pode parecer inofensivo, afinal, são medicamentos que compramos sem receita na farmácia. Mas quando usamos esses remédios com muita frequência, eles podem criar um ciclo vicioso onde a dor que você está tentando aliviar se torna ainda mais intensa e frequente.

Mas com o acompanhamento médico adequado e mudanças no tratamento, é possível quebrar esse ciclo e retomar o controle da sua vida. Você pode voltar a ter dias sem dor, recuperar sua produtividade e aproveitar momentos com sua família sem depender de comprimidos.

Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre o uso excessivo de analgésicos, seus riscos e como identificar se você está nessa armadilha.

O Que Acontece Quando Você Usa Analgésicos Demais

Segundo a Mayo Clinic, analgésicos são medicamentos eficazes quando usados corretamente. Eles nos permitem continuar nossas atividades diárias mesmo quando sentimos dor. O problema surge quando essa solução temporária se transforma em hábito.

"Pense no seu corpo como uma casa com um alarme de incêndio. A dor é o alarme tocando, avisando que algo não está certo. Os analgésicos são como desligar o alarme sem apagar o incêndio. No começo, funciona perfeitamente. Mas se você desliga o alarme todos os dias, várias vezes ao dia, o sistema começa a ficar confuso. Ele passa a tocar com mais frequência, mesmo quando não há fogo de verdade. É exatamente isso que acontece com o uso excessivo de analgésicos: seu corpo começa a interpretar sinais normais como dor intensa."

Quando você toma analgésicos com muita frequência, o sistema nervoso se torna hipersensível. Os receptores de dor no cérebro ficam mais ativos. E o remédio que deveria aliviar sua dor começa a causá-la. Esse fenômeno tem nome na medicina: cefaleia por uso excessivo de medicamentos, quando falamos de dores de cabeça, ou síndrome de sensibilização central, quando falamos de dores em geral.

sistema nervoso hipersensível

Os sinais de que você está usando analgésicos demais incluem:

  • Necessidade de tomar o medicamento mais de 2 a 3 vezes por semana
  • Aumento gradual da dose para obter o mesmo efeito
  • Dor que retorna rapidamente após o efeito do remédio passar
  • Sensação de que a dor está piorando com o tempo
  • Dependência emocional do medicamento, sentindo ansiedade se não tiver o comprimido por perto
  • Dificuldade de concentração e alterações de humor
  • Problemas digestivos frequentes, como gastrite ou úlceras.

Quais Analgésicos Podem Causar Esse Problema

Praticamente todos os analgésicos podem causar problemas quando usados em excesso. Não importa se é um medicamento "fraco" vendido sem receita ou um remédio mais forte prescrito pelo médico. O risco existe para todos.

De acordo com Cleveland Clinic, os medicamentos mais comumente associados ao uso excessivo incluem:

  • os anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno
  • o paracetamol, considerado por muitos como "inofensivo"
  • a dipirona, tão popular no Brasil.

E nos medicamentos mais potentes, com codeína, tramadol ou outros opioides, o risco é ainda maior.

As Dores de Cabeça

As cefaleias merecem atenção especial quando falamos de uso excessivo de analgésicos, pois é nesse cenário que o ciclo vicioso se instala com mais facilidade.

The Migraine Trust explica que a enxaqueca ou dores de cabeça tensionais já tornam seu sistema nervoso mais sensível à dor. Quando você adiciona o uso frequente de analgésicos à equação, está criando o ambiente perfeito para desenvolver a cefaleia rebote.

A cefaleia rebote tem características bem específicas:

  • Ela geralmente aparece logo pela manhã, assim que você acorda
  • Melhora temporariamente com o analgésico, mas volta com força total algumas horas depois
  • É uma dor de cabeça diária ou quase diária, diferente do padrão que você tinha antes.

Muitas pessoas a descrevem como uma sensação de pressão constante, como se estivessem usando um chapéu apertado o dia inteiro.

O tratamento para a cefaleia rebote exige coragem. Você precisa parar de tomar os analgésicos que está usando em excesso. As primeiras semanas podem ser difíceis, com piora temporária da dor. Mas na maioria dos casos, após 2 a 4 semanas sem o medicamento causador, as dores de cabeça começam a melhorar significativamente. É como se seu cérebro precisasse de um "reset" para voltar ao normal.

Durante esse período de transição, seu neurologista pode prescrever medicamentos preventivos específicos para enxaqueca, que não causam o efeito rebote. Podem ser betabloqueadores, antidepressivos em doses baixas, anticonvulsivantes ou até mesmo as novas medicações baseadas em anticorpos monoclonais. O objetivo é reduzir a frequência das crises enquanto seu corpo se recupera do uso excessivo.

Rompendo o Ciclo do Uso Excessivo

Conforme informações da Harvard Health, parar abruptamente com os analgésicos nem sempre é a melhor estratégia, especialmente se você está usando medicamentos mais fortes ou há muito tempo. Seu médico precisa avaliar sua situação individualmente. Para alguns pacientes, a retirada gradual é mais segura e confortável. Para outros, especialmente em casos de cefaleia rebote, a suspensão abrupta sob supervisão médica traz melhores resultados.

Durante o processo, você pode experimentar sintomas de abstinência. Não se assuste com esse termo. Significa apenas que seu corpo está se reajustando.

Lembre-se de que seu médico pode prescrever medicações de suporte para ajudá-lo a passar por essa fase. Em casos muito graves, também é possível realizar um período de internação hospitalar para fazer essa transição de forma mais confortável e segura.

Mas o tratamento não termina quando você para de tomar os analgésicos. É fundamental identificar e tratar a causa original da sua dor. Se você tem enxaqueca, artrite, fibromialgia ou qualquer outra condição crônica, precisa de um plano de tratamento adequado. Isso pode incluir medicações preventivas, fisioterapia, mudanças no estilo de vida, técnicas de gerenciamento de estresse e, em alguns casos, abordagens psicológicas como a terapia cognitivo-comportamental.

Em Resumo

O uso excessivo de analgésicos é um problema mais comum do que você imagina, mas também é totalmente reversível com o tratamento correto. A chave está em reconhecer os sinais precocemente e buscar ajuda profissional antes que o ciclo se torne mais difícil de quebrar. Lembre-se: sentir dor com frequência não é normal, e depender de analgésicos diariamente também não deveria ser sua realidade.

Se você se identificou com as situações descritas neste artigo, não espere mais. A avaliação com um neurologista especializado pode identificar a causa real da sua dor e criar um plano de tratamento personalizado que vai muito além de simplesmente tomar comprimidos. Você merece viver sem dor e sem dependência de medicamentos. Com o acompanhamento médico adequado, é possível recuperar sua qualidade de vida e retomar o controle da sua saúde.

Referências

Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista

Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP e se dedica a cuidar de pacientes com dor crônica e outras condições neurológicas. Além deste artigo sobre atividade física no tratamento da dor crônica disponibiliza conteúdo sobre saúde e sistema nervoso. Continue lendo nossos artigos:

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Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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