Segundo a American Society of Health-System Pharmacists, a piridostigmina ou "Brometo de Piridostigmina" é um medicamento da classe dos inibidores da colinesterase e no Brasil tem como nome comercial o Mestinon.
Seu mecanismo de ação consiste em modular substâncias químicas em nosso corpo que estão envolvidas na comunicação entre impulsos nervosos e movimento muscular. Por este motivo, é usada para tratar os sintomas da Miastenia gravis.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre a Piridostigmina, seu mecanismo de ação, indicações e formas de utilizar adequadamente este medicamento.
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A piridostigmina é um medicamento utilizado principalmente no tratamento de uma doença chamada "miastenia gravis".
Para que ocorra qualquer contração muscular no organismo, o nervo libera sobre o músculo uma substância chamada "acetilcolina". A acetilcolina é captada pelos receptores de acetilcolina e esse fenômeno desencadeia a contração muscular normal.
Conforme abordamos no artigo sobre Miastenia gravis, a miastenia é uma doença neurológica autoimune caracterizada pela produção de anticorpos que atacam os receptores de acetilcolina do músculo.
Assim, na miastenia ocorre disfunção na região que o nervo se liga ao músculo (junção neuromuscular). Através de vários mecanismos, a inflamação presente na miastenia inativa os receptores de acetilcolina. A falta de sinalização da acetilcolina causa fraqueza e fadiga.
De acordo com artigo publicado na StatPearls, Piridostigmina é um inibidor reversível da enzima que quebra a acetilcolina (acetilcolinesterase ou colinesterase). Assim, o uso da piridostigmina aumenta os níveis de acetilcolina disponível na junção neuromuscular, melhorando a contração muscular, a força e os sintomas da Miastenia gravis.
A piridostigmina é usada com tratamento sintomático por pacientes com Miastenia gravis há décadas. Embora seja mais utilizado por pacientes que se encontram em um estado leve a moderado da doença, o seu uso estende-se a pacientes em estado grave.
Segundo artigo publicado na Cochrane Library, os pacientes com miastenia raramente experimentam completa resolução da fraqueza quando tratados unicamente com a piridostigmina. No entanto, a fraqueza pode melhorar significativamente para que uma vida melhor seja retomada.
A dose de piridostigmina e o intervalo entre as doses podem variar de dia para dia, pois a história natural de MG é caracterizada por exacerbações e remissões. Quando o paciente necessita mais do que a dose recomendada para obter alívio adequado de seus sintomas, pode ser necessário outras modalidades de tratamento.
De acordo com a Cellera Farma, fabricante do Mestinon® (o medicamento à base de Brometo de Piridostigmina disponível no Brasil), estão disponíveis comprimidos com 60mg deste fármaco. A dosagem e o intervalo entre as tomadas devem seguir a prescrição médica.
As doses geralmente são baseadasno estado clínico e resposta ao tratamento. Geralmente, recomenda-se a ingestão de 1 a 3 comprimidos 2 a 4 vezes ao dia.
Como a piridostigmina pode causar dor de estômago ou outros desconfortos, você deve tomar a medicação preferencialmente junto com as refeições.
Se você perder uma dose, tome assim que se lembrar. Se estiver perto da hora da próxima dose, pule a dose perdida e tome sua próxima dose na hora regular. Não dobre a dose para recuperar uma dose perdida.
A Cleveland Clinic explica que em pacientes com Miastenia gravis, o efeito de uma dose se estabelece de forma progressiva, em geral, 15 a 30 minutos após administração oral. A duração da piridostigmina é cerca de 4 horas durante o dia e aproximadamente 6 horas durante a noite, já que durante o sono há uma redução da atividade física.
Pode ser interessante manter um registro diário com:
Este registro vai ajudar o médico a identificar qual dosagem é mais eficaz para você.
Os efeitos deste medicamento começam a se manifestar de forma lenta, portanto é necessário continuar a tomar o medicamento
pelo período que o médico recomendou. Não pare de tomar piridostigmina, mesmo que não esteja mais experimentando os sintomas da Miastenia gravis. Converse com o seu médico sobre como você está se sentindo e se seria o momento para um ajuste na dose.
A Mayo Clinic orienta que, antes de usar a piridostigmina, é importante informar ao médico seu histórico médico, especialmente de:
Antes de se submeter a uma cirurgia, informe ao seu médico ou dentista sobre todos os medicamentos que utiliza (incluindo medicamentos prescritos, medicamentos não prescritos e produtos à base de plantas).
Deve-se também observar o princípio médico de não utilizar medicamentos durante a gravidez e amamentação, a não ser em casos de extrema necessidade e sob observação médica.
Durante o tratamento com piridostigmina, você pode sentir sono, ter visão turva e uma certa dificuldade para pensar ou reagir rapidamente. Tenha cuidado se você dirigir ou realizar qualquer atividade que exija estar alerta e capaz de ver claramente. Além disso, ingerir álcool pode aumentar estes efeitos colaterais.
Outros efeitos colaterais que a Piridostigmina pode causar incluem:
Com menos frequência, a piridostigmina pode causar efeitos colaterais graves. Por exemplo:
Nestes casos, contate seu médico imediatamente para uma orientação adequada.
Conforme informações do NIH, além de ter sido aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) para tratar os sintomas da Miastenia gravis e reverter os efeitos dos relaxantes musculares, a Piridostigmina pode ser utilizada como tratamento para:
intoxicação a organofosforados.
Outras indicações incluem:
Também existem estudos para investigar os efeitos da piridostigmina como um modulador imunológico, especialmente com foco no tratamento da infecção pelo HIV. Moduladores imunológicos (também chamados de imunomoduladores) são substâncias que ajudam a ativar, impulsionar ou restaurar a função imunológica normal.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP, especialista em cuidar de pessoas com Miastenia gravis e outras condições neurológicas raras.
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