Um trombolítico é um medicamento especial que tem a função de "desmanchar" ou "desfazer" um trombo ou coágulo sanguíneo. Essa classe de medicamentos também é chamada de "fibrinolítico".
O nome trombolítico tem origem na palavra "trombólise" que significa "quebrar" ou "diluir" um trombo. Esse procedimento é realizado visando restaurar o fluxo sanguíneo de uma artéria ou veia.
Historicamente, os medicamentos trombolíticos revolucionaram o tratamento de muitas condições fatais. Eles são empregados em serviços de emergência para salvar vidas de pacientes vítimas de AVC e infarto.
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista pela USP explica sobre medicamentos trombolíticos, suas indicações e contraindicações.
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Um trombolítico é um medicamento que atua na dissolução de um trombo ou coágulo sanguíneo. Tecnicamente, essa classe de medicamentos é capaz de ativar uma substância no sangue denominada plasminogênio. O plasminogênio, por sua vez, tem o potencial de desmanchar o trombo e restaurar o fluxo sanguíneo normal.
Por esse motivo, o trombolítico é indicado para desobstruir, desfazer entupimentos agudos de vasos sanguíneos. Sua ação é mais eficiente quanto mais rápido ele é iniciado após a emergência.
O primeiro trombolítico utilizado no Brasil foi a Estreptoquinase. Esse medicamento foi empregado para tratamento do infarto agudo do miocárdio. Apesar de efetiva em alguns casos, a medicação estava associada a muitos episódios de sangramento, incluindo sangramentos intracranianos. Com o advento de novas medicações esse tipo de efeito colateral foi minimizado.
Atualmente, os dois principais trombolíticos são:
Segundo a National Libray of Medicine, as principais indicações do trombolítico são:
Todas essas condições são causadas pela interrupção de fluxo sanguíneo por um trombo. Sem adequado fluxo, há falta de oxigênio e nutrientes. Essa condição é denominada isquemia e pode ocorrer em qualquer órgão, mas é mais grave e comum no cérebro e coração.
No AVC isquêmico, o trombolítico mais utilizado é a alteplase. Essa medicação é de administração endovenosa ("pela veia"). A alteplase diminui a chance de sequelas e potencialmente pode reverter um AVC se utilizada rapidamente.
Segundo a Academia Americana de Neurologia, para utilizar a alteplase são necessários os seguintes cuidados:
O tempo que a medicação é administrada é de cerca de 1h. O termo médico do procedimento de infundir a medicação na veia é trombólise.
Durante a trombólise do AVC, o paciente é monitorizado continuamente e uma série de cuidados médicos e de enfermagem são necessários para prevenir complicações. As primeiras 24-48h são as mais importantes nesse processo.
A trombólise é bem sucedida quando o fluxo cerebral é restaurado e o paciente recupera a força ou desaparece a alteração neurológica.
O infarto agudo do miocárdio foi uma das primeiras indicações do trombolítico. A estreptoquinase foi a primeira medicação utilizada, mas apresentava muitos inconvenientes como sangramentos e queda de pressão arterial. Posteriormente, trombolíticos de nova geração foram desenvolvidos e mudaram o curso do infarto cardíaco.
O trombolítico mais utilizado no infarto no Brasil é a tenecteplase. Essa medicação pode ser administrada até mesmo na emergência do SAMU. É uma medicação endovenosa de rápido efeito.
Segundo pesquisa do Lancet, para utilizar a tecneteplase são necessários os seguintes cuidados:
A embolia pulmonar é resultado da presença de um trombo na artéria pulmonar. A causa mais comum é a trombose da perna. Quando o trombo da perna se desprende e alcança o pulmão chamamos de embolia.
Segundo The New England Journal of Medicine, há diversos graus de embolia pulmonar. O mais grave é quando um grande ou vários trombos se desprendem da perna e chegam a artéria pulmonar, obstruindo totalmente seu fluxo (embolia pulmonar maciça). Tal fato acarreta 3 problemas:
O uso do trombolítico também auxilia muito casos graves de embolia. O trombolítico utilizado é a alteplase ou a tecneteplase. Deve ser iniciado rapidamente, mas poder ser empregado até 48h-72h do início da embolia maciça.
Algumas vezes, trombolíticos são empregados em condições não usuais. Segundo a Society of Vascular Surgery, isso pode ocorrer em algumas situações excepcionais:
Em todas essas situações, o uso da medicação só compensa o risco caso a trombose tenha ocorrido há poucos minutos.
Infelizmente, qualquer trombolítico pode ter um efeito colateral grave e potencialmente fatal: o sangramento. Os sangramentos variam de leve a graves e incluem os seguintes locais:
Após o uso do trombolítico, é comum ocorrer um discreto sangramento na pele e gengiva que não gera nenhum problema para o paciente. De acordo com a American Heart Association, o realmente preocupante são sangramentos volumosos que formam hematomas. De todos os locais de sangramento, o sistema nervoso é o mais grave.
Para minimizar os efeitos colaterais, o mais importante é respeitar as contra-indicações. Segundo US National Libray of Medicine, o trombolítico está contra-indicado nas seguintes situações:
A medicação sempre deve ser administrada em hospital, em sala de emergência ou UTI. Após seu uso, o paciente deve ficar sob estrita observação para avaliar sua eficácia e a possibilidade de surgimento de qualquer sangramento.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP e cuida de pacientes com AVC e outras condições neurológicas.
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Muito bem elucidado , de forma simples e objetiva . Valeu a pena ter lido, sou odontólogo e gosto de interagir com a parte médica . Parabéns
MATERIAL MUITO BOM, DE FORMA EXPLICATIVA CLARA E OBJETIVA.
Muito obrigado!