"Fibromialgia pode matar?". É provavelmente a primeira pergunta em sua mente depois receber o diagnóstico de fibromialgia. Afinal, é uma doença complexa, que poucas pessoas entendem.
Na realidade, a fibromialgia não causa, por si só, a morte. Os sintomas não evoluem ao ponto de causarem complicações, como acontece em doenças terminais, como o câncer.
No entanto, conviver com fibromialgia sem um tratamento adequado pode ser perigoso sob outros pontos de vista, por exemplo, reduzindo sua qualidade de vida e capacidades de funcionamento.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, tenta responder à pergunta: "Fibromialgia pode matar?" e explica os fatores aos quais precisamos nos atentar quando se convive com esta doença.
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Segundo a Mayo Clinic, fibromialgia é uma doença caracterizada por dor musculoesquelética generalizada acompanhada de:
Apesar de sua causa ainda não ter sido totalmente esclarecida, os pesquisadores acreditam que a fibromialgia amplifica sensações dolorosas afetando a forma como o cérebro e a medula espinhal processam sinais dolorosos.
As manifestações físicas da fibromialgia superam as psicológicas, mas sintomas de depressão e a ansiedade também podem estar presentes.
A resposta curta para esta pergunta é: 'não'. Apesar de muito intensa, a dor que os pacientes experimentam não chega ao ponto de "desligar órgãos vitais". Por outro lado, a dor pode piorar com o tempo, tornando difícil viver uma vida normal. Um estudo publicado no International Journal of Social Psychiatry demonstrou que a fibromialgia afeta a qualidade de vida de uma pessoa tão severamente quanto a esclerose múltipla.
E a somatória de fatores associados à fibromialgia fazem desta uma doença grave que tem a capacidade de impactar praticamente todas as áreas da vida. Por exemplo, além de sentir dor generalizada, uma pessoa com fibromialgia precisa lidar com:
A gravidade destes sintomas impõe severas limitações à qualidade de vida do indivíduo com fibromialgia, favorecendo também o aparecimento de outras doenças que podem contribuir para um quadro fatal.
Pessoas com fibromialgia enfrentam regularmente desafios extremos, dor crônica e dificuldade crescente em muitas práticas de sua rotina diária.
A fibromialgia gradualmente reduz sua capacidade de cuidar de si mesmo. Assim, uma tendência a adotar comportamentos que aumentem o risco de desenvolver doenças crônicas acaba sendo muito comum.
Os fatores de risco para doenças crônicas que podem evoluir para um quadro fatal encontrados mais frequentemente em pessoas com fibromialgia são:
Segundo o NHS, esses são fatores que estão associados a:
Segundo artigo publicado na European Journal of Rheumatology, a intolerância ao exercício tem sido uma característica conhecida da fibromialgia, o que pode levar a um maior risco de eventos cardiovasculares, incluindo os fatais.
Um maior risco de doenças cardiovasculares pode ser atribuído aos níveis de peso e condicionamento físico. Além disso, o número de cigarros tragados e a inatividade física podem favorecer o desenvolvimento de aterosclerose (o endurecimento das artérias), um grave fator de risco para derrames e infartos.
Conforme artigo publicado na Neuropsychiatric Disease and Treatment, pessoas com fibromialgia têm um risco maior de pensar em suicídio do que a maioria das pessoas. Isso pode acontecer devido a muitos fatores. Por exemplo:
Estar em constante dor tem seu preço nas pessoas, não importa o quão fortes elas possam ser. Sem apoio ou esperança de alívio de sua doença, juntamente com agravantes como ansiedade, tristeza e medos, os pacientes com fibromialgia podem eventualmente desistir.
Se você está enfrentando esse desafio neste momento, lembre-se de que sempre há pessoas, grupos e recursos que você pode recorrer para pedir ajuda. Tenha sempre em mente que você não está sozinho em suas lutas.
Procure ajuda de pessoas que sabem como você se sente. Junte-se a grupos de apoio para que você possa ser exposto a pessoas que estão no mesmo barco que você. Eles podem falar sobre suas lutas, medos e esperanças.
Além de manter-se amparado por seus amigos e familiares, estar em contato com grupos de apoio ou associações, a regularidade nas consultas com seu médico é fundamental para manter sua doença controlada. Pacientes com fibromialgia também devem praticar exercícios regulares e/ou fisioterapia, conforme indicação para seu caso e realizar acompanhamento com um psicólogo ou profissional de saúde mental.
Seguindo estas recomendações, você garante uma vida longa, saudável e repleta de disposição para aproveitar cada momento.
Dr Diego de Castro é Neurologista e Neurofisiologista pela USP especialista em eletroneuromiografia e doenças neuromusculares.
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