A distonia focal é um tipo de distonia que atinge um músculo ou uma parte específica do nosso corpo.
Segundo a Mayo Clinic a distonia é definida, de forma mais abrangente, como:
"Um distúrbio do movimento causado pela contração involuntária de uma musculatura que produz movimentos como tremores ou posturas anormais".
A distonia é focal quando um ou mais músculos de determinada região se contraem de modo involuntário. Ela pode acometer isoladamente:
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista pela USP especialista em distúrbios do movimento, explica a distonia focal, seus tipos, causas, sintomas e tratamento.
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Na verdade, a distonia focal é um dos muitos tipos de distonia. De acordo com a Movement Disorders Society, a distonia focal é resultado de uma contração involuntária isolada e restrita a uma parte do corpo.
Quando outros músculos também se contraem involuntariamente, ao invés de distonia focal, a condição é classificada em outros tipos que incluem:
De acordo com o Dystonia Medical Research Foundation of Canada, os sintomas da distonia focal variam a depender da região e musculatura afetada. De maneira geral, os sintomas incluem:
Por esse motivo, os sintomas de distonia focal podem variar a depender do local onde há contração involuntária:
Segundo o US National Libray of Medicine, por vezes, a contração distônica só ocorre para uma atividade específica (escrever, tocar piano, tocar violão, tocar trompete, cantar). Na mão, esse fenômeno é particularmente comum.
Por exemplo, em músicos violonistas, a contração involuntária pode aparecer apenas ao tocar violão. Durante a atividade, a mão assume uma postura anormal ou treme. Quando o indivíduo realiza outra atividade com a mão (comer por exemplo) não há nenhuma alteração. Esse tipo de quadro distônico é denominado distonia focal tarefa-específica.
As formas mais comuns de distonia tarefa-específica aparecem ao escrever (cãibra do escrivão) ou tocar algum instrumento (cãibra dos músicos). Outros profissionais, que realizam muitos movimentos repetitivos, também podem ser afetados, como:
Neste vídeo, explicamos com mais detalhes a Distonia Tarefa Específica:
E especialmente para explicar o quadro distônico na mão, escrevemos um artigo inteiro. Saiba mais aqui: Conheça a Cãibra do Escrivão.
As causas da distonia focal não estão claramente esclarecidas. A maioria dos pacientes apresenta o quadro de modo espontâneo e nenhuma causa real é estabelecida.
Algumas vezes, condições neurológicas prévias podem causar o surgimento da distonia focal. Nesse subtipo de pacientes, dizemos que a condição é secundária e tem como possíveis causas:
Pesquisa da Revista Brain aponta que mesmo nos pacientes em que não encontramos causas claras, há fatores que desencadeiam o quadro distônico, entre eles:
Para o diagnóstico da distonia focal é utilizado:
O passo mais importante para o diagnóstico é a história contada pelo paciente e o exame neurológico. O neurologista avalia a presença de tremor ou postura anormal na mão, pé, olhos ou onde o paciente refere a contração involuntária.
O exame de eletroneuromiografia demonstra as contrações musculares hiperativas anormais. Também pode ajudar a mapear os principais músculos envolvidos e orientar o melhor tratamento (saiba mais sobre o exame no nosso artigo: Eletroneuromiografia - Exame dos Nervos e Músculos).
A ressonância e os exames laboratoriais são utilizados para descartar outras doenças que estejam causando o quadro distônico.
Por último, o teste genético pode ser utilizado em casos específicos e documentar a alteração genética em 10-25% dos pacientes.
A distonia focal não tem cura, mas possui tratamento que melhora a qualidade de vida dos pacientes. Segundo pesquisa da Revista Toxins, o melhor tratamento para a distonia focal é a aplicação de toxina botulínica (Botox).
A toxina atua diretamente na região onde o nervo se liga ao músculo, diminuindo a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina. Com isso, o músculo hiperativo relaxa e o paciente apresenta melhora dos sintomas.
O resultado da aplicação de toxina é melhor quanto mais preciso for o local de aplicação. Para isso, além da expertise do neurologista, pode ser utilizado o exame de eletroneuromiografia ou o ultrassom.
A resposta ao tratamento com toxina varia de 30-80%, a depender do segmento acometido. Escrevemos um artigo inteiro sobre o uso do botox. Leia em Toxina Botulínica para Tratamento da Distonia.
Outros tipos de tratamento da distonia focal são:
Um paciente pode demorar 05 anos e passar por até 10 médicos antes do diagnóstico e tratamento adequado do quadro distônico, o que causa muito desgaste em pacientes e familiares.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP especialista em distonia e distúrbios do movimento. Cuida de pacientes com distonia focal e outros casos distônicos complexos por meio de aplicação de botox, eletroneuromiografia e estimulação cerebral profunda.
Também disponibilizamos conteúdo para pacientes e familiares. Aprenda mais clicando e lendo outros artigos:
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