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Distonia Focal - O que é Distonia Focal? | Dr Diego de Castro Neurologista

Dr Diego de Castro
13/10/2021
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A distonia focal é um tipo de distonia que atinge um músculo ou uma parte específica do nosso corpo.

Segundo a Mayo Clinic a distonia é definida, de forma mais abrangente, como:

"Um distúrbio do movimento causado pela contração involuntária de uma musculatura que produz movimentos como tremores ou posturas anormais".

A distonia é focal quando um ou mais músculos de determinada região se contraem de modo involuntário. Ela pode acometer isoladamente:

  • Mão
  • Olhos
  • Boca
  • Laringe
  • Pescoço
  • Pé.

Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista pela USP especialista em distúrbios do movimento, explica a distonia focal, seus tipos, causas, sintomas e tratamento.

Distonia Focal e outros tipos de Distonia

Na verdade, a distonia focal é um dos muitos tipos de distonia. De acordo com a Movement Disorders Society, a distonia focal é resultado de uma contração involuntária isolada e restrita a uma parte do corpo.

Quando outros músculos também se contraem involuntariamente, ao invés de distonia focal, a condição é classificada em outros tipos que incluem:

  • Forma segmentar: Duas ou mais regiões vizinhas se contraem (exemplo face e pescoço);
  • Forma Multifocal: Duas ou mais regiões distantes se contraem (exemplo os dois braços);
  • Hemidistonia: Metade do corpo tem contração involuntária (todo lado direito ou esquerdo);
  • Forma generalizada: Todo o corpo  se contrai de modo anormal (principalmente o dorso).

Sintomas da Distonia Focal

De acordo com o Dystonia Medical Research Foundation of Canada, os sintomas da distonia focal variam a depender da região e musculatura afetada. De maneira geral, os sintomas incluem:

  • Tremores
  • Cãibras
  • Posturas anormais
  • Dificuldade em realizar a atividade ou movimento
  • Contrações e movimentos involuntários que pioram com o movimento
  • Contrações involuntárias que se tornam mais acentuadas com o uso da musculatura.

Por esse motivo, os sintomas de distonia focal podem variar a depender do local onde há contração involuntária:

  • Mão: Dificuldade de escrever, tocar instrumento de cordas, digitar;
  • Boca: Dificuldade de tocar um instrumento de sopro, pronunciar palavras;
  • Boca e língua (Oromandibular): Dificuldade de mastigar e engolir;
  • Laringe (Disfonia Espasmódica): Dificuldade de emitir sons, tremor na voz, dificuldade de falar;
  • Olhos (Blefaroespasmo): Dificuldade de manter os olhos abertos, ficar sem piscar;
  • Pé: Dificuldade de andar ou correr.
Distonia Focal
Distonia do Músico é um tipo de Distonia Tarefa Específica

Distonia Focal - Distonia Tarefa Específica

Segundo o US National Libray of Medicine, por vezes, a contração distônica só ocorre para uma atividade específica (escrever, tocar piano, tocar violão, tocar trompete, cantar). Na mão, esse fenômeno é particularmente comum.

Por exemplo, em músicos violonistas, a contração involuntária pode aparecer apenas ao tocar violão. Durante a atividade, a mão assume uma postura anormal ou treme. Quando o indivíduo realiza outra atividade com a mão (comer por exemplo) não há nenhuma alteração. Esse tipo de quadro distônico é denominado distonia focal tarefa-específica.

As formas mais comuns de distonia tarefa-específica aparecem ao escrever (cãibra do escrivão) ou tocar algum instrumento (cãibra dos músicos). Outros profissionais, que realizam muitos movimentos repetitivos, também podem ser afetados, como:

  • Dentistas
  • Datilógrafos
  • Jogadores de Tênis
  • Jogadores de Golfe
  • Cirurgiões
  • Cantores

Neste vídeo, explicamos com mais detalhes a Distonia Tarefa Específica:

E especialmente para explicar o quadro distônico na mão, escrevemos um artigo inteiro. Saiba mais aqui: Conheça a Cãibra do Escrivão.

Causas da Distonia Focal

As causas da distonia focal não estão claramente esclarecidas. A maioria dos pacientes apresenta o quadro de modo espontâneo e nenhuma causa real é estabelecida.

Algumas vezes, condições neurológicas prévias podem causar o surgimento da distonia focal. Nesse subtipo de pacientes, dizemos que a condição é secundária e tem como possíveis causas:

  • Traumatismo craniano
  • AVC
  • Doença de Parkinson
  • Outras doenças neurológicas degenerativas
  • Uso prévio de medicamentos
  • Uso de drogas
  • Hipóxia neonatal
  • Hipoglicemia e outras alterações.

Pesquisa da Revista Brain aponta que mesmo nos pacientes em que não encontramos causas claras, há fatores que desencadeiam o quadro distônico, entre eles:

  • Susceptibilidade genética
  • Perda do mecanismo de inibição recíproca (enquanto um músculo contrai, o outro relaxa)
  • Hiperativação dos músculos antagonistas
  • Alterações do processamento das informações sensitivas-motoras cerebrais
  • Alterações do funcionamento de uma região chamada núcleos da base.
Causas da Distonia Focal
Susceptibilidade genética pode ser uma das causas da distonia focal

 Diagnóstico

Para o diagnóstico da distonia focal é utilizado:

  • História clínica
  • Exame neurológico
  • Exames complementares

O passo mais importante para o diagnóstico é a história contada pelo paciente e o exame neurológico. O neurologista avalia a presença de tremor ou postura anormal na mão, pé, olhos ou onde o paciente refere a contração involuntária.

O exame de eletroneuromiografia demonstra as contrações musculares hiperativas anormais. Também pode ajudar a mapear os principais músculos envolvidos e orientar o melhor tratamento (saiba mais sobre o exame no nosso artigo: Eletroneuromiografia - Exame dos Nervos e Músculos).

A ressonância e os exames laboratoriais são utilizados para descartar outras doenças que estejam causando o quadro distônico.

Por último, o teste genético pode ser utilizado em casos específicos e documentar a alteração genética em 10-25% dos pacientes.

Tratamento da Distonia Focal

A distonia focal não tem cura, mas possui tratamento que melhora a qualidade de vida dos pacientes. Segundo pesquisa da Revista Toxins, o melhor tratamento para a distonia focal é a aplicação de toxina botulínica (Botox).

A toxina atua diretamente na região onde o nervo se liga ao músculo, diminuindo a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina. Com isso, o músculo hiperativo relaxa e o paciente apresenta melhora dos sintomas.

O resultado da aplicação de toxina é melhor quanto mais preciso for o local de aplicação. Para isso, além da expertise do neurologista, pode ser utilizado o exame de eletroneuromiografia ou o ultrassom.

A resposta ao tratamento com toxina varia de 30-80%, a depender do segmento acometido. Escrevemos um artigo inteiro sobre o uso do botox. Leia em Toxina Botulínica para Tratamento da Distonia.

Outros tipos de tratamento da distonia focal são:

  • Medicamentos anticolinérgicos
  • Cirurgias
    • Denervação Seletiva
    • Estimulação Cerebral Profunda
  • Fisioterapia e Terapia Ocupacional
  • Estimulação Magnética Transcraniana (ainda em pesquisas)

Dr Diego de Castro Neurologista

Um paciente pode demorar 05 anos e passar por até 10 médicos antes do diagnóstico e tratamento adequado do quadro distônico, o que causa muito desgaste em pacientes e familiares.

Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP especialista em distonia e distúrbios do movimento. Cuida de pacientes com distonia focal e outros casos distônicos complexos por meio de aplicação de botox, eletroneuromiografia e estimulação cerebral profunda.

Também disponibilizamos conteúdo para pacientes e familiares. Aprenda mais clicando e lendo outros artigos:

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Dr Diego de Castro dos Santos
Neurologia - Dr Diego de Castro
Dr Diego de Castro dos Santos é Neurologista pela USP e responsável pelo Serviço de Especialidades Neurológicas – Eletroneuromiografia. Atua como neurologista em Vitória Espírito Santo ES e em São Paulo no tratamento de Dor de Cabeça, Depressão, Doença de Parkinson, Miastenia gravis e outras doenças. Também se dedica a reabilitação de pacientes com AVC, distonias e crianças com paralisia cerebral, por meio de aplicação de toxina botulínica (Botox) e neuromodulação.
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