A Hérnia de disco é uma condição de degeneração de uma estrutura denominada disco intervertebral. Esta é uma das causas mais comuns de dores nas costas.
O termo “hérnia de disco” significa "extrusão, extravasamento e perda da estrutura normal do disco intervertebral". Na hérnia de disco o disco intervertebral perde parcialmente sua cápsula e ocorre o extravasamento de sua cartilagem, o que pode comprimir outras estruturas causando dor, formigamento e perda de força.
A hérnia de disco pode ocorrer na região lombar (hérnia lombar) ou no pescoço (hérnia cervical). Alguns indivíduos são mais vulneráveis a problemas no disco e podem sofrer de hérnia de disco em vários locais da coluna vertebral.
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista pela USP explica as causas da hérnia de disco, seus sintomas e formas de tratamento.
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De maneira geral, uma hérnia de disco ocorre pelo envelhecimento ou sobrecarga mecânica de um disco intervertebral com ruptura de sua cápsula e extravasamento de seu conteúdo.
Os ossos (vértebras) que formam a coluna vertebral são amortecidos pelos discos intervertebrais que funcionam como "pequenos travesseiros", entre cada uma das vértebras. Cada um dos discos é uma cartilagem especial que possui uma camada externa resistente (o anel), circundando um material gelatinoso no interior, chamado núcleo.
À medida que envelhecemos ou sobrecarregamos a coluna, nossos discos podem perder fluido e secar. Desidratado, o núcleo interno pode romper-se gerando a hérnia de disco.
Os fragmentos do material do disco podem pressionar as raízes nervosas. Quando isto ocorre, temos uma condição neurológica chamada radiculopatia, que é uma causa de fraqueza, dormência ou alterações na sensação.
Nem toda hérnia de disco causa radiculopatia. A radiculopatia ocorrerá apenas nos casos em que a hérnia seja grande o suficiente para comprimir a raiz nervosa, lesionando-a.
O vídeo abaixo demonstra como a hérnia de disco comprime a raiz nervosa:
Segundo a Mayo Clinic, as causas de hérnia de disco estão associadas a:
Quase a totalidade dos indivíduos irão desenvolver alguma hérnia de disco ao longo da vida e sua incidência aumenta com a idade.
Embora a idade seja o fator de risco mais comum, a inatividade física pode causar fraqueza nos músculos das costas e nos abdominais, que podem não suportar a coluna adequadamente. As lesões nos discos intervertebrais também aumentam quando pessoas que normalmente não são fisicamente ativas participam de atividades excessivamente árduas.
Além disso, trabalhos que exigem levantamento e torção pesados da coluna também podem causar hérnia de disco.
De acordo com a American Academy of Orthopaedic Surgeons, os sintomas de uma hérnia de disco variam dependendo de onde o disco foi rompido, do tamanho da ruptura e de qual raiz nervosa ele pode estar pressionando.
Se nenhum nervo for afetado, você poderá sentir dores nas costas em graus variados (de leve a intensa) ou até mesmo nenhuma dor.
Se a hérnia de disco estiver afetando um nervo, você pode sentir:
Se você tiver uma hérnia de disco no pescoço, poderá enfrentar:
Nos braços, a hérnia de disco cervical pode gerar sintomas parecidos com outras condições ou problemas médicos (como síndrome do túnel do carpo). A eletroneuromiografia de membros superiores é uma maneira de determinar a origem do sintomas.
Nas pernas, a hérnia de disco lombar pode se confundir com outras formas de neuropatia, principalmente em pacientes com diabetes. Também nesses casos a eletroneuromiografia dos membros inferiores pode auxiliar na determinação da real origem desse tipo de sintoma.
Ciática é a dor que irradia ao longo do nervo ciático. Esse tipo de dor costuma ser descrita pelos pacientes como “uma dor que desce pela parte de trás das pernas a partir da região lombar ou nas nádegas”.
Alguns pacientes pensam que a dor significa sempre lesão ou inflamação do nervo ciático, o que é um erro. Os pacientes podem apresentar dor que segue o trajeto do nervo ciático quando existem inflamações nos tendões e articulações da região do quadril. Algumas vezes sintomas de formigamento podem estar associados a inflamação de um músculo denominado piriforme (síndrome piriforme).
Em especial, nos casos de dor pela hérnia de disco com duração maior do que 3 semanas de evolução é comum que a dor seja referida na região do nervo ciático. O exame de eletroneuromiografia de membros inferiores será muito importante para determinar se há ou não há lesão de estruturas nervosas. Outros sintomas da lesão nervosa são:
Para o diagnóstico da hérnia de disco é necessário primeiramente examinar o paciente. Além de um histórico médico completo e exame físico, o seu médico pode solicitar:
Segundo Cleveland Clinic, o tratamento da hérnia de disco é geralmente conservador e não cirúrgico. Essa forma de tratamento pode demorar 8-12 semanas e inclui:
Nosso artigo: “A Importância das Atividades Físicas no Tratamento da Dor Crônica” fornece orientações para manter-se ativo durante o tratamento da hérnia de disco.
Segundo o NHS, podemos recomendar cirurgia para hérnia de disco se as opções de tratamento conservador não reduzirem ou não acabarem com a dor por completo.
Um paciente pode ser considerado candidato à cirurgia da coluna vertebral se:
Os benefícios da cirurgia devem ser avaliados. Embora uma grande porcentagem de pacientes com hérnia de disco relate um alívio significativo da dor após a cirurgia, não há garantia de que a cirurgia aliviará a dor por completo. Inclusive, alguns pacientes podem apresentar piora da dor com a cirurgia, situação denominada “dor pós-laminectomia”.
O paciente deve ter sido submetido a pelo menos seis meses de tratamento, como fisioterapia e analgésicos. O paciente deve estar em boa saúde geral, sem sinais de infecção, osteoporose ou artrite. Se houver degeneração que afeta mais de um disco ou dor significativa nas pernas, o paciente não é candidato à cirurgia.
Nem sempre é possível impedir que uma hérnia de disco se desenvolva, mas existem algumas medidas que você pode seguir para reduzir seu risco:
Dr Diego de Castro é Neurologista e Neurofisiologista pela USP especialista em eletroneuromiografia e doenças neuromusculares.
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Artigo excepcional. Rico em conhecimento. Estou tratando minha hérnia de disco e as informações foram de grande valia.
Bom dia, tive uma situação em que no início,sentia um ligeiro formigueiro na perna, " não dei importância"... Após algumas semanas a perna direita deixou me " totalmente" sem forças ou seja com dores de morte da cintura para baixo, após consulta técnica foi me feito um ( TAC) resultado... ( L5 S1 ) tomei muitas " drogas" a fim de aliviar as dores mortais
... Mas ( nada )... Incluindo injeções, ( sempre com dores não insuportáveis )... Passados 3 meses nesta situação os sintomas passaram para a perna esquerda assim fique totalmente incapacitado, passados dois meses consegui me levantar e sempre mas com muito recreio, fazer uma vida normal " sempre coma perna esquerda fermente do joelho para baixo" mais no pé, acompanhado com picadas, hoje trabalho, tento não fazer demasiadas forças mas ultimamente incomoda me bastante mais.... Pronto... Assim estou eu e agradecia que me pudesse dar alguma direção pois tenho receio de voltar ao estado de incapacidade. Dez de já um muito obrigado.