Segundo a Cleveland Clinic, coreia é um distúrbio do movimento que ocorre em muitas doenças e condições diferentes. Como este é um sintoma comum da doença de Huntington, muitas vezes encontramos o termo "Coreia de Huntington" para descrever a doença.
Abordamos a doença de Huntington em outros conteúdos aqui no blog:
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica especificamente sobre o distúrbio do movimento Coreia, quais condições podem causá-lo, suas manifestações, diagnóstico e tratamento.
Navegação pelo Artigo
Coreia é uma palavra de origem grega, que significa "dança". Caracterizada por um movimento involuntário anormal, esta condição integra o grupo de distúrbios neurológicos chamados discinesias (causadas pela superatividade do neurotransmissor dopamina nas áreas do cérebro que controlam o movimento).
Há muitos termos utilizados para definir os movimentos anormais. Por exemplo:
Para estabelecer critérios mais objetivos, o Comitê Ad Hoc de Doenças Extrapiramidais da Federação Mundial de Neurologia define a coreia como:
"Um estado de movimentos espontâneos excessivos, de periodicidade irregular, não repetitivo, aleatoriamente distribuído e de caráter abrupto. A gravidade de sua manifestação pode variar desde agitação, com surtos de exacerbação dos gestos e expressões a movimentos das mãos, marcha instável que se assemelha a uma dança, podendo evoluir para um fluxo contínuo de movimentos violentos e incapacitantes".
Coreia é uma característica primária da doença de Huntington, um distúrbio progressivo do movimento hereditário que aparece em adultos, mas também pode ocorrer em uma variedade de outras condições. Por exemplo, a coreia de Sydenham ocorre em uma pequena porcentagem de crianças e adolescentes como uma complicação da febre reumática.
Segundo o NINDS, os sinais mais comuns de coreia são os movimentos musculares involuntários, geralmente nas mãos, pés e rosto. As contrações musculares são breves, abruptas, irregulares e imprevisíveis. Em casos mais leves, pode parecer que os movimentos são realizados de forma proposital ou apenas que o paciente está inquieto e desajeitado.
Pacientes com coreia exibem impersistência motora (ou seja, não conseguem manter uma postura sustentada). Ao tentar segurar um objeto, eles alternadamente apertam e liberam os dedos. Muitas vezes, os pacientes soltam objetos involuntariamente.
No geral, a coreia pode afetar várias partes do corpo, e interferir com a fala, deglutição, postura e marcha. Porém, desaparece no sono. O tônus muscular é normal na maioria dos pacientes, mas, em alguns casos, a hipotonia está presente.
Dependendo da causa, outros sintomas motores incluem:
O balismo e a atetose são os principais distúrbios do movimento que devem ser lembrados no diagnóstico diferencial:
Segundo a International Parkinson and Movement Disorder Society, a coreia é um sintoma neurológico que se origina em uma área do cérebro chamada gânglio basal, uma região no cérebro que controla o movimento.
Dezenas de condições genéticas, doenças autoimunes, distúrbios metabólicos, infecções e medicamentos podem afetar os gânglios basais e levar ao surgimento da coreia. As causas mais comuns são:
Conforme informações da University of Florida Health Science Center, devido às diversas condições e distúrbios que podem causar coreia, é importante um diagnóstico abrangente que identifique a causa para os movimentos involuntários. Determinar a causa da coreia às vezes pode ser desafiador até mesmo para especialistas em distúrbios de movimento, e em alguns pacientes, a causa não pode ser identificada.
Seu médico fará uma série de perguntas sobre o histórico familiar, os medicamentos que você toma, e quaisquer sintomas além de movimentos incontroláveis. Seu médico também perguntará com que frequência e quanto tempo seus movimentos musculares descontrolados estão acontecendo e se eles pioram em momentos de estresse.
Além do exame físico, exames laboratoriais e de imagem podem ser solicitados:
Segundo o NINDS, não há um curso padrão de tratamento para a coreia. O tratamento depende da doença que está causando o distúrbio do movimento.
Embora a coreia de Huntington não possa ser curada, um adequado acompanhamento médico pode ajudar você e sua família a gerenciar sua condição.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP, especialista em doenças neurogenéticas e distúrbios do movimento pela USP. Atualmente é colaborador do ambulatório de Neurogenética dessa instituição, onde cuida de doenças raras. Na Universidade de São Paulo, Dr Diego de Castro adquiriu a experiência necessária para diagnóstico e tratamento da Doença de Huntington.
É comum que filhos de pacientes procurem na internet sobre a doença, principalmente sobre o risco de desenvolverem a condição. Há muitos genes protetores envolvidos e outros fatores emocionais a se considerar. Busque adequado aconselhamento com um profissional responsável e que tenha experiência no assunto.
Gostou desse artigo? Compartilhe com alguém! Siga-nos nas redes sociais!
Leia nossos outros artigos:
Estamos disponíveis para ajudar.
Avenida Américo Buaiz, 501 – Ed. Victória Office Tower Leste, Sala 109 - Enseada do Suá, Vitória - ES, 29050-911
Tel: (27) 99707-3433
R. Itapeva, 518 - sala 901 Bela Vista - São Paulo - SP, CEP: 01332-904
Telefones: (11) 3504-4304
Posts Relacionados
POr favor me ajudem. Minha irma tem diagnosticada a Coreia de HUntington. Moramos no Mato Grosso do Sul. Como podemos iniciar um tratamento ou acompanhamento pelo SUS, pois não temos condições financeiras para particular.
Olá Sandra! Para tratamento da Doença de Huntington no Mato Grosso Sul voce precisa procurar o Setor de Neurologia do Hospital das Clinicas da UNiversidade Federal do Mato Grosso do Sul. Ou pedir ajuda de uma assistente social no Posto de Saúde próximo a voce para que a assistente social consiga esse tipo de encaminhamento.