De acordo com a Mayo Clinic, várias doenças neurológicas, como lesões medulares, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla ou doença de Parkinson podem apresentar alterações de força, sensibilidade, estado de consciência e/ou cognitivas, o que torna estes pacientes mais vulneráveis a desenvolver uma escara sacral.
Por este motivo, embora o tratamento direto da escara sacral seja muitas vezes gerenciado por especialistas em cuidados de feridas, enfermeiros ou médicos especializados em medicina física e reabilitação, o papel do Neurologista é valioso na compreensão das causas, na avaliação do sistema nervoso e no planejamento do tratamento a longo prazo para prevenir recorrências e complicações relacionadas a problemas neurológicos.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre Diagnóstico e Tratamento da Escara Sacral.
Navegação pelo Artigo
Segundo artigo publicado na Diagnostics (Basel, Switzerland), para um diagnóstico adequado, o médico deve avaliar atentamente a pele para decidir se você tem uma úlcera de pressão. Além disso, ele pode realizar algumas perguntas, como:
Se uma úlcera de pressão for encontrada, seu médico atribuirá um estágio à ferida. O estadiamento ajuda a determinar qual o melhor tratamento.
Além deste exame clínico, pode ser necessário realizar:
Informações da Cleveland Clinic explicam que o tratamento de úlceras por pressão envolve a redução da pressão sobre a pele afetada, o cuidado com as feridas, o controle da dor, a prevenção de infecções e a boa alimentação.
As escaras devem ser tratadas imediatamente, mesmo nos estágios iniciais, já que elas podem piorar rapidamente. Você mesmo ou um cuidador pode ser capaz de tratar uma escara nos estágios 1 ou 2. Mas a partir dos estágios 3 ou 4, pode ser necessário consultar um especialista em feridas.
Para tratar uma lesão por pressão, você ou seu médico pode:
Para úlceras de pressão profundas e graves, seu médico removerá o tecido morto usando um bisturi durante um procedimento chamado desbridamento. Também pode ser realizada a aplicação de pomadas que ajudam seu corpo a dissolver o tecido morto. Pode ser necessário, primeiro, anestesiar a área com um anestésico local porque, mesmo que o tecido esteja morto, a área ao redor não está.
Procure manter área perto da parte do corpo lesionada com um travesseiro ou almofada de espuma. Isso ajudará a aliviar a pressão sobre a área para que ela possa começar a cicatrizar.
Lembre-se de que a nutrição desempenha um papel importante na cicatrização de lesões por pressão. Para se curar corretamente, o corpo precisa de calorias, proteínas e nutrientes suficientes, como vitamina C e zinco. Em alguns casos, suplementos são necessários para promover a cura.
As feridas mais graves podem exigir uma internação hospitalar para combater a infecção ou pode ser necessária cirurgia para adicionar retalhos musculares ou enxertos de pele.
Dependendo dos seus sintomas, você pode tomar:
Medicamentos para controlar a dor podem ser muito úteis antes ou depois de mudar de posição e durante os cuidados com a ferida. Os medicamentos para dor aplicados na pele também podem ajudar durante o tratamento da ferida.
De acordo com o NHS, estágios 3 ou 4 úlceras de escaras que são profundas ou afetam uma grande área da pele podem necessitar de cirurgia para realização de um enxerto de pele que vai ajudar a fechar a ferida e promover a cicatrização.
As vantagens da intervenção cirúrgica precoce incluem a redução da disseminação da infecção, a melhoria da qualidade de vida e a facilitação da reabilitação.
Antes da cirurgia, é necessário eliminar os fatores contribuintes que impedem a cicatrização de feridas. Para isto, podemos otimizar a nutrição, controlar infecções, melhorar a condição médica geral do paciente e eliminar fontes de pressão externa.
As abordagens cirúrgicas para tratar uma escara sacral podem envolver uma ou mais das seguintes:
Essas abordagens são escolhidas com base na gravidade da escara, no estado geral de saúde do paciente e na presença de complicações como infecções ou exposição óssea.
Lembre-se de que sua pele não será tão forte como era antes de ter uma ferida de pressão. Escaras avançadas (estágios 3 ou 4) são ainda mais difíceis de recuperar totalmente. É importante tomar medidas preventivas, como reposicionar o corpo com frequência.
Medidas simples podem ajudar a evitar o desenvolvimento dessas lesões debilitantes:
Enfrentar uma condição neurológica que pode levar a imobilidade, e consequentemente, ao risco de desenvolver escaras sacrais pode ser assustador. Mas com o acompanhamento adequado e a implementação de medidas preventivas, é possível reduzir significativamente a incidência e gravidade dessas lesões. Não deixe de colocar estas recomendações em prática e avisar seu médico imediatamente se notar alguma diferença em sua pele.
Dr Diego de Castro é Neurologista da USP e se dedica integralmente ao universo do diagnóstico e assistência. Cuida de pacientes que sofreram AVC ou lidam com doenças neurológicas como Parkinson, lesão medular ou Esclerose Múltipla, por meio de uma avaliação neurológica elaborada dos sintomas motores e cognitivos do paciente e da aplicação de toxina botulínica (Botox).
Compartilhe este artigo! Siga-nos nas redes sociais!
Continue aprendendo lendo nossos outros artigos:
Veja abaixo nossas informações de contato para agendamento de consultas:
Avenida Américo Buaiz, 501 – Ed. Victória Office Tower Leste, Sala 109 - Enseada do Suá, Vitória - ES, 29050-911
Tel: (27) 99707-3433
R. Itapeva, 518 - sala 901 Bela Vista - São Paulo - SP, CEP: 01332-904
Telefones: (11) 3504-4304
Posts Relacionados: