Segundo The Johns Hopkins Hospital, pessoas com Parkinsonismo desenvolvem sintomas parecidos aos da doença de Parkinson, como tremores e rigidez, mas também podem apresentar uma série de problemas adicionais. Além disso, as pessoas com parkinsonismo não tendem a responder aos tratamentos tradicionais da doença de Parkinson.
Por este motivo, obter um diagnóstico adequado é importante para garantir que uma pessoa receba os tratamentos mais propensos a serem eficazes.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre as abordagens de tratamento para o Parkinsonismo.
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Segundo a Movement Disorders Society, o termo parkinsonismo refere-se a um grupo de distúrbios do movimento caracterizados por lentidão (bradicinesia) e rigidez. Esses sintomas são os mesmos da doença de Parkinson. No entanto, o parkinsonismo apresenta causas e evolução clínica diferentes.
Infelizmente, ainda não existe uma terapia completamente modificadora do curso da doença para nenhum dos tipos de Parkinsonismo. Essas condições representam um desafio diagnóstico e terapêutico que exige uma abordagem cuidadosa e abrangente. Assim, o tratamento é sintomático e solidário.
Conforme artigo publicado na CNS Neuroscience & Therapeutics, apesar de o benefício ser transitório e geralmente modesto na melhor das hipóteses, levodopa é a terapia de primeira linha para o parkinsonismo. A terapia física e ocupacional são componentes complementares importantes na gestão do parkinsonismo.
Injeções de toxina botulínica são uma boa opção para distonia focal — blefarospasmo em PSP, distonia da extremidade superior em CBD e casos selecionados em MSA.
Os efeitos colaterais sistêmicos são geralmente mínimos e a resposta ao tratamento é alta. Agentes orais (por exemplo, benzodiazepínicos, anticolinérgicos, relaxantes musculares) raramente são eficazes para a distonia no parkinsonismo. No entanto, a fisioterapia e a terapia ocupacional podem ser úteis se utilizados em conjunto com a terapia farmacológica.
Mesmo antes de distúrbios de marcha e instabilidade postural estarem presentes ou proeminentes, a terapia física e ocupacional pode ser benéfica.
No início do curso da doença, os terapeutas podem ensinar aos pacientes exercícios para ajudar a manter a força, flexibilidade e mobilidade, bem como melhorar o desempenho das atividades da vida diária.
Em fases posteriores da doença, os terapeutas podem realizar avaliações de segurança domiciliar (e propor modificações e/ou equipamentos adaptativos para tornar as rotinas diárias mais seguras e fáceis), treinar os cuidadores na gama de exercícios de movimento e direcionar a seleção adequada de cadeiras de rodas, se necessário.
Os fonoaudiólogos podem tratar a disfunção linguística com exercícios de fala e sugerir dispositivos para facilitar a comunicação.
A disfagia é tratada com recomendações de consistência alimentar adequada, ajustes comportamentais na hora da refeição e/ou técnicas para promover a nutrição adequada e reduzir o risco de aspiração.
Os tubos de gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) nem sempre são necessários, mas geralmente vale a pena considerá-los proativamente, com objetivo de evitar asfixia ou aspiração, pois estes podem resultar em pneumonia potencialmente fatal. Levantar a possibilidade de um tubo PEG precocemente permite ao paciente e ao cuidador tempo suficiente para tomar uma decisão não pressionada e informada em relação à terapia.
Os sintomas autônomos da MSA são individualmente direcionados em esforços para melhorar a qualidade de vida e maximizar o cuidado geral (ou seja, quando a hipotensão ortostática não é tratada, pode piorar distúrbios de marcha e instabilidade postural).
Medicamentos (como sildenafil) podem ser prescritos. No entanto, os pacientes com hipotensão ortostática sintomática devem ser instruídos a permanecer em posição supino durante a relação sexual e para as quatro horas seguintes. Injeções intracavernosais de papaverina ou prostaglandina E1 são opções alternativas.
A urgência urinária, a frequência e/ou a incontinência com resíduos inferiores a 100 mL (ou seja, hiperatividade detrusor) são frequentemente tratadas com anticolinérgicos, mas o perfil de efeito colateral desses agentes pode limitar o uso, especialmente em idosos.
Outras considerações podem incluir injeções de toxina botulínica no músculo detrusor ou estimulação elétrica (ou seja, unidades TENS ou neuroestimuladores implantados).
A retenção urinária pode exigir autocateterização intermitente para prevenir infecção do trato urinário. Antagonistas alfa-adrenérgicos raramente são usados por causa de seu potencial para exacerbar a hipotensão ortostática.
O tratamento inicial é não farmacológico:
Se as orientações acima forem ineficazes, a terapia farmacológica é adicionada.
Pacientes com parkinsonismos neurodegenerativos podem representar um dilema diagnóstico para médicos e um desafio de gestão para médicos, pacientes e familiares.
Informações da American Parkinson Disease Association apontam que o tratamento da doença neurodegenerativa progressiva requer uma abordagem integral que abrange o paciente, o cuidador e toda a unidade familiar. O tipo e o nível de cuidado, é claro, mudarão à medida que os sintomas em curso avançam e novos sintomas se desenvolvem.
Os pacientes devem estar ativamente engajados em seus cuidados (por exemplo, tomadas de decisão, participação em exercícios e programas sociais) o máximo possível.
Os cuidadores desempenham um papel fundamental na gestão dos pacientes. É importante que os médicos avaliem rotineiramente seus níveis de estresse e possíveis sintomas de Burnout do cuidador.
A equipe de atenção deve incluir profissionais de saúde e especialistas em cuidados paliativos assim que for necessário. Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos podem auxiliar em quase todas as etapas da doença e os assistentes sociais podem fornecer recursos e apoio adicionais, particularmente no que diz respeito a serviços de cuidados domiciliares e cuidados de longo prazo.
Especialistas em cuidados paliativos podem ajudar a otimizar o gerenciamento de sintomas, dar apoio emocional e espiritual e coordenar a comunicação entre pacientes, familiares e prestadores, a fim de alinhar os objetivos e direções do cuidado atual e futuro.
Dr Diego de Castro é Neurologista pela USP especialista em distúrbios do movimento e neurogenética. Cuida de pacientes com doenças raras e casos de difícil diagnóstico.
É muito comum pacientes com um suposto diagnóstico de Parkinson evoluirem com piora e ausência de resposta a tratamentos convencionais. Na verdade, este é um sinal de que o caso precisa ser melhor investigado. Nessa situação, há uma grande possibilidade de um diagnóstico de parkinsonismo, principalmente das formas atípicas.
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