Segundo a Mayo Clinic, Levodopa é a medicação mais potente para a doença de Parkinson. Além disso, seu desenvolvimento no final da década de 1960 representou um dos avanços mais importantes da história da medicina, demonstrando utilidade no diagnóstico diferencial entre a doença de Parkinson e os outros tipos de Parkinsonismo.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre a Levodopa, seu mecanismo de ação, tipos e associações com esse medicamento e cuidados na hora de tomar.
Navegação pelo Artigo
A Parkinson's Foundation explica que a Levodopa é um medicamento que atua como precursor da dopamina (o neurotransmissor que está em falta nas pessoas com Parkinson). Por este motivo, utilizamos levodopa como agente substituto de dopamina para o tratamento do Parkinson.
O desenvolvimento da levodopa tornou-se um marco importante no tratamento da doença de Parkinson, porque a dopamina não consegue atravessar a barreira hematoencefálica, a camada que protege o Sistema Nervoso Central contra substâncias que possam ter algum efeito sobre ele.
Com uma estrutura química diferenciada, a levodopa consegue atravessar a barreira hematoencefálica, convertendo-se em dopamina no cérebro. Uma vez convertida, ela ativa os receptores dopaminérgicos e compensa a diminuição da dopamina endógena.
Conforme artigo publicado na Nature, a levodopa pode converter-se em dopamina tanto no sistema nervoso central quanto no periférico. Mas quando esta conversão acontece fora do sistema nervoso central, não obtemos o efeito desejado para tratamento dos sintomas do Parkinson.
Além disso, pode haver efeitos adversos, já que a dopamina tem efeitos eméticos (provoca náuseas e vômitos) quando liberada próximo às terminações nervosas do trato digestivo.
Por esse motivo, na maioria dos casos, a levodopa é administrada em associação com outras substâncias, que favorecem sua passagem pela barreira hematoencefálica, aumentando sua disponibilidade no sistema nervoso central. As principais substâncias utilizadas em conjunto com a levodopa são a carbidopa e a benserazida.
Aqui no Brasil, a medicação conhecida comercialmente como Prolopa® é um tipo de levodopa associada com benserazida. Há também um outro tipo de levodopa, esta associada com carbidopa, conhecida comercialmente aqui no Brasil como Sinemet®.
Assista o vídeo abaixo e saiba mais sobre os tipos de Levodopa:
Existem diversos tipos de medicamentos com associação de levodopa e benserazida, com dosagens diferenciadas. A associação dessas duas substâncias é na proporção de 4:1, uma relação que foi demonstrada ideal em ensaios clínicos. Segundo o site da Roche, fabricante do Prolopa®, estão disponíveis no Brasil as seguintes apresentações:
A escolha entre estas apresentações é feita com base em sua condição médica, bem como sua resposta ao tratamento.
Conforme artigo publicado na StatPearls, a recomendação geral é tomar a levodopa sempre com o estômago vazio, para que a absorção do medicamento seja completa e ele possa ter todo seu efeito potencial. No início do tratamento, entretanto, o medicamento pode ser tomado com uma refeição leve, para reduzir efeitos como a perturbação estomacal, até que seu corpo se acostume com o medicamento.
Se você perder uma dose, tome o mais rápido possível. No entanto, se estiver quase na hora da sua próxima dose, pule a dose perdida e volte ao seu cronograma regular de dosagem. Não dobre as doses.
Para diminuir a possibilidade de efeitos colaterais, geralmente, iniciamos este medicamento em uma dose muito baixa e gradualmente aumentamos a dose ou a quantidade de vezes que o medicamento será ingerido durante o dia, conforme as necessidades individuais de cada paciente.
Para Melhorar a Absorção da Levodopa, a Cleveland Clinic recomenda:
Juntamente com seus efeitos necessários, um medicamento pode causar alguns efeitos indesejados. Segundo a National Library of Medicine, os efeitos adversos comuns do tratamento com levodopa são:
É necessária precaução especial para pacientes idosos, pois podem ser mais sensíveis aos efeitos sobre o sistema nervoso central. Os efeitos colaterais mais comuns em pacientes mais velhos que tomam levodopa podem ser:
Também podem ocorrer efeitos adversos cardiovasculares. Os mais comuns são:
Assim, é necessário reduzir ou descontinuar medicamentos anti-hipertensivos para alguns pacientes.
A Parkinson's UK alerta que o uso a longo prazo de levodopa também pode trazer outras complicações:
Tanto os efeitos colaterais quanto os efeitos que se desenvolvem com o uso a longo prazo podem ser minimizados quando iniciamos o tratamento com uma dose inicial baixa e aumentamos a dose lentamente até chegar em um nível satisfatório. Esta estratégia é ainda mais útil em idosos com Parkinson, cuja tolerância a medicamentos costuma ser menor do que em pessoas mais jovens.
Devido a esta gama de efeitos colaterais e a longo prazo com o uso da levodopa, algumas pessoas com Parkinson preferem adiar o início da levodopa em seu tratamento, acreditando ser um último recurso.
Mas, segundo a Cleveland Clinic, a maioria dos neurologistas concorda que atrasar o tratamento por muito tempo não é uma estratégia prudente. Levodopa é um medicamento extremamente benéfico para as pessoas com Parkinson e, com uma estratégia de administração adequada, pode melhorar intensamente a qualidade de vida do paciente.
A decisão sobre quando começar a levodopa é diferente para cada paciente e requer a consideração de potenciais benefícios, riscos e disponibilidade de alternativas.
Neste vídeo, Dr Diego de Castro e Dra Laura Moriyama explicam sobre quando começar a levodopa em seu curso de tratamento:
A American Society of Health-System Pharmacists orienta que você não deve parar de tomar levodopa de repente sem falar com o seu médico. A retirada abrupta pode causar um conjunto de sintomas, que podem incluir:
Em casos mais graves, os efeitos podem levar à hospitalização.
Qualquer retirada dos medicamentos de Parkinson precisa ser feita gradualmente, sob a supervisão de um médico neurologista, para evitar o risco dessas complicações.
Dr Diego de Castro é neurologista pela USP, especializado em Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento. Dedica-se ao tratamento do Parkinson e disponibiliza conteúdo para pacientes e familiares sobre esta condição.
Compartilhe este artigo! Siga-nos nas redes sociais.
Leia outros artigos sobre este tema:
Para tratamento de Doença de Parkinson em Vitória deixamos nosso endereço:
Avenida Américo Buaiz, 501 – Ed. Victória Office Tower Leste, Sala 109 - Enseada do Suá, Vitória - ES, 29050-911
Telefone: (27) 99707-3433
Para atendimento em São Paulo, segue nosso endereço:
R. Itapeva, 518 - sala 901 Bela Vista - São Paulo - SP, CEP: 01332-904
Telefones: (11) 3504-4304
Posts Relacionados:
Dr. Diego tenho acompanhado seus vídeos sobre Distonia. São excelentes! Já aprendi muito. Estou com Distonia de Escrivão. Gostaria de saber se a distonia pode vir com alguma outra doença cerebral? Como Parkinson? Seria interessante investigar?
Boa tarde,
meu esposo tem 58 anos e tem parkinson desde os 45 anos.
Toma prolopa 100/25mg - 4x ao dia
toma xadago 1 vez ao dia 50mg
toma contam 200mg 4 vezes ao dia
está tendo repuxoes, tremendo muito.
o que podems fazer para melhorar a qualidDE DE VIDA DELE/
G
Dr Diego, uma pessoa com diagnóstico de Parkson pode fazer uso de citoneurim?