Síndrome da Dor Miofascial - Sintomas e Causas

A Mayo Clinic explica que Síndrome da Dor Miofascial é um distúrbio de dor crônica em que a pressão em pontos sensíveis nos músculos (chamados pontos de gatilho) causa dor no músculo e, às vezes, em partes aparentemente não relacionadas do seu corpo.

A dor miofascial é causada principalmente pelo acúmulo de tensão ou estresse nos músculos e tecidos fasciais, que são as camadas de tecido conjuntivo que envolvem os músculos. Fatores que podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição incluem:

• Má postura
• Lesões musculares
• Atividade física intensa
• Estresse emocional
• Distúrbios do sono
• Condições médicas crônicas.

Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre os sintomas e as causas da Dor Miofascial.

Compreendendo a Síndrome da Dor Miofascial

De acordo com a Cleveland Clinic, "Mio" significa músculo e "fascial" significa fáscia. Assim, a dor miofascial é uma condição crônica que surge da inflamação nos músculos e na fáscia (o tecido conjuntivo fino que envolve todos os níveis do tecido muscular - fibras musculares, músculos individuais e grupos musculares).

Esta síndrome geralmente ocorre após um músculo ter sido contraído repetidamente. Isso pode ser causado por movimentos repetitivos no trabalho ou hobbie ou por tensão muscular devido ao estresse.

Embora quase todos tenham experimentado dor de tensão muscular em algum momento da vida, o desconforto associado à dor miofascial persiste ou piora.

Para a maioria das pessoas, a dor miofascial ocorre em uma área específica. Mas, em alguns casos, pode afetar várias áreas do corpo, o que chamamos de dor referida.

Tipos de Pontos-Gatilho

Os pontos gatilho são nódulos palpáveis que podem ser sensíveis ao toque e, quando pressionados, causam dor local ou referida. Existem quatro tipos de pontos de gatilho:

• Ponto de gatilho ativo - normalmente está dentro de um músculo. A pressão aplicada resulta em dor no local do ponto de gatilho ou ao longo desse mesmo músculo.
• Ponto de gatilho latente - está inativo (adormecido), mas pode se tornar ativo.
• Ponto de gatilho secundário - é um nó em um músculo diferente daquele com o ponto de gatilho ativo. Um ponto de gatilho ativo e um ponto de gatilho secundário podem ficar irritados ao mesmo tempo.
• Ponto de gatilho satélite - é aquele que se torna inativo porque se sobrepõe à região de outro ponto de gatilho.

Causas da Dor Miofascial

Conforme informações da American Academy of Family Physicians, áreas sensíveis de fibras musculares contraídas podem se formar em seus músculos após lesões ou uso excessivo. Essas áreas sensíveis são o que conhecemos como os pontos de gatilho. Um ponto de gatilho em um músculo pode causar tensão e dor em todo o músculo. Quando essa dor persiste e piora, chamamos de síndrome da dor miofascial.

Fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver pontos de gatilho muscular, que podem evoluir para uma síndrome da dor miofascial, incluem:

• Lesão muscular. Uma lesão muscular aguda ou estresse muscular contínuo pode levar ao desenvolvimento de pontos-gatilho. Por exemplo, um ponto dentro ou perto de um músculo tenso pode se tornar um ponto de gatilho. Movimentos repetitivos e má postura também podem aumentar o risco.
• Estresse e ansiedade. Pessoas que frequentemente experimentam estresse e ansiedade podem ser mais propensas a desenvolver pontos de gatilho em seus músculos. Uma teoria sustenta que essas pessoas podem ser mais propensas a contrair seus músculos, uma forma de esforço repetido que deixa os músculos suscetíveis a pontos de gatilho.

Outros fatores que podem favorecer o desenvolvimento de dor miofascial incluem:

• Movimentos repetitivos (como martelar ou digitar)
• Má postura
• Fraqueza muscular
• Falta de atividade muscular (como ter a perna engessada)
• Trabalhar ou viver em um ambiente frio
• Nervos comprimidos
• Problemas metabólicos ou hormonais, como doença da tireoide ou neuropatia relacionada ao diabetes
• Deficiências vitamínicas, incluindo vitamina D e folato
• Infecções crônicas.

Características da Dor Miofascial

Segundo artigo publicado na StatPearls, a dor miofascial apresenta-se com sintomas que podem ser diferentes para cada pessoa. Às vezes, a dor acontece de repente e de uma só vez. Outras vezes, é uma dor constante e maçante que parece estar "em segundo plano".

Os sintomas mais relatados por pessoas com síndrome da dor miofascial incluem:

• Dor "ardida", latejante, contraída
• Pontos de gatilho (pequenos inchaços, nódulos ou nós no músculo que causam dor quando tocados e, às vezes, quando não são tocados)
• Rigidez muscular
• Músculos doloridos e sensíveis
• Músculos fracos
• Amplitude de movimento reduzida (por exemplo, não conseguir girar completamente o ombro).

Às vezes, as pessoas com síndrome de dor miofascial também podem desenvolver outras condições de saúde, como:

• Dores de cabeça
• Distúrbios do sono
• Estresse
• Ansiedade
• Depressão
• Sensação de cansaço (fadiga)
• Anormalidades posturais, como curvamento, arredondamento dos ombros ou postura da cabeça não alinhada com a coluna.

A Dor Miofascial pode ser classificada nas formas aguda e crônica. A forma aguda pode regredir espontaneamente ou após tratamentos simples. No entanto, as formas crônicas geralmente têm pior prognóstico, e os sintomas podem durar 6 meses ou mais.

Diagnóstico e Tratamento

A Dor Miofascial é uma condição médica que pode ser diagnosticada com base em achados clínicos. No entanto, a realização de exames médicos de imagem e eletrofisiológicos tem um grande valor na exclusão de outros distúrbios musculoesqueléticos, sendo fundamental para confirmar o diagnóstico.

Em relação ao tratamento, os objetivos são o alívio da dor e a correção dos fatores precipitantes. Existem muitos tratamentos para lidar com a dor miofascial, que abordaremos com detalhes em nosso próximo artigo.

Continue acompanhando nosso blog para saber mais sobre Diagnóstico e Tratamento da Dor Miofascial.

Dr Diego de Castro Neurologista e Neurofisiologista

Dr Diego de Castro é Neurologista e Neurofisiologista pela USP especialista em eletroneuromiografia e doenças neuromusculares.

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