Dor de cabeça ou cefaleia é uma das queixas neurológicas mais comuns e uma das causas mais frequentes de afastamento do trabalho em pessoas na faixa etária produtiva (20-55 anos).
Estima-se que até 4% da população mundial seja vítima de dor de cabeça por mais de 15 dias por mês. Segundo Harvard University, as causas da dor de cabeça são muito variadas e, por isso, conhecer os sintomas e determinar um diagnóstico preciso do tipo de cefaleia é fundamental para prevenção e tratamento adequado da dor de cabeça.
De acordo com a International Headache Society, órgão internacional responsável pelo estudo e classificação das cefaleias, existem mais de 150 tipos de dores de cabeça. Essa imensa variedade clínica demonstra a importância de uma avaliação neurológica minuciosa para um diagnóstico e tratamento preciso.
Neste artigo, Dr Diego de Castro, Neurologista e Neurofisiologista pela USP, explica sobre a dor de cabeça, suas causas, sintomas, formas de tratamento e prevenção.
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Segundo a Mayo Clinic, as causas das dores de cabeça podem ser divididas em:
As cefaleias primárias são um grupo de distúrbios em que a dor de cabeça não é um sintoma, e sim a própria doença. As cefaleias primárias são a causa mais comum de dores de cabeça. Neste grupo estão:
Já as cefaleias secundárias representam doenças em que a dor de cabeça é na verdade um sintoma e tem sua origem em alterações estruturais como:
Segundo o NHS, no diagnóstico da dor de cabeça a história clínica e o exame neurológico são muito importantes. É preciso que os pacientes entendam que na avaliação por métodos de imagem (Tomografia e Ressonância de cranio) das cefaleias primárias os exames são absolutamente normais.
Tanto a tomografia quanto a ressonância são solicitados para descartar outras doenças que estejam causando a dor. Ou seja, todos os exames solicitados servem para afastar a possibilidade de cefaleia secundária.
A investigação neurológica e de imagem normal não quer dizer que "você não tenha nada". Dor de cabeça não é frescura. É uma doença em que existe desregulação dos neurônios e das substâncias relacionadas a dor.
Os pacientes apresentam um "cérebro sensibilizado" em que pequenos estímulos são interpretados pelo cérebro como sinais dolorosos. Isso explica a sensibilidade dos pacientes a tantos fatores do ambiente e emocionais.
Segundo de Migraine Trust, no caso da enxaqueca, a dor aparece gradativamente, em um dos lados e alguns pacientes relatam a sensação de “a cabeça latejar ou pulsar”.
De acordo com Harvard University, no caso da cefaleia tipo tensão ou cefaleia tensional, os sintomas podem ser:
Segundo The American Migraine Foundation, dor de cabeça ou Cefaleia em Salvas é um tipo de cefaleia primária menos frequente, mas de fortíssima intensidade:
Segundo Johns Hopkins Medicine, algumas pessoas que inicialmente apresentam enxaqueca ou cefaleia tensional podem desenvolver a chamada cefaleia crônica diária. Os sintomas incluem:
Conforme mencionado, existem as chamadas “cefaleias secundárias”. Neste grupo podemos citar como exemplo as dores de cabeça pós-trauma e a cefaleia associada a transtornos dos seios nasais.
Dores de cabeça pós traumáticas podem ocorrer dentro de um a dois dias após a lesão, na maioria dos casos são relatados desconfortos constantes e dolorosos que pioram de forma intermitente, podendo incluir vertigens, tonturas, dificuldade de concentração, problemas de memória, cansaço e irritabilidade.
A cefaleia sinusal é provocada por infecções sinusais, porém não são muito comuns, já que, na maioria das vezes pessoas diagnosticadas com sinusite na verdade sofrem de enxaqueca.
Conforme dissemos anteriormente, os neurologistas utilizam a descrição dos sintomas do paciente para definir melhor o tipo de dor de cabeça e com isso seu diagnóstico.
Existem critérios bem estabelecidos pela International Headache Society que servem de apoio para o diagnóstico dos diferentes tipos de dor.
Os exames de imagem e exames laboratoriais são utilizados para afastar doenças estruturais como tumores e outras doenças.
A dor de cabeça é um sinal de alerta quando:
Já nos casos de dor de cabeça crônica, buscar ajuda do médico neurologista é essencial, pois ele poderá investigar as causas para este sintoma e iniciar o tratamento adequado.
Existem dois pontos para o tratamento das dores de cabeça:
Somente o seu neurologista poderá receitar o melhor tratamento para cada tipo de dor de cabeça.
Também são indispensáveis nos casos de dor de cabeça refratária tratamentos complementares, como:
Casos mais graves e com dor de cabeça mais prolongada podem se beneficiar de:
Caso você esteja sofrendo com cefaleia e precise de um neurologista, estamos à disposição para uma avaliação neurológica. O diagnóstico adequado é a possibilidade para o melhor tratamento do seu caso.
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Artigo publicado em 3 de agosto de 2018
Atualizado em 12 de maio de 2021
