A Cefaleia em Salvas, do inglês "Cluster Headache", é um tipo de dor de cabeça excruciante (fortíssima intensidade) que ocorre em disparos frequentes (como salvas de tiros) em um lado da cabeça ou no olho.
Segundo The Migraine Trust, a cefaleia em salvas é um tipo raro de dor de cabeça que afeta 2 pessoas em cada 1000 indivíduos e é mais comum em homens.
Neste artigo, Dr Diego de Castro Neurologista pela USP explica a Cefaleia em Salvas, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento.
Segundo a Mayo Clinic, apesar de menos frequente que a enxaqueca ou qualquer outra dor de cabeça, a cefaleia em salvas é caracterizada por dor de fortíssima intensidade. Esta é a dor de cabeça mais forte da espécie humana. Os pacientes relatam que a dor é tão intensa que têm vontade de "arrancar a cabeça".
Além disso, a dor de cabeça costuma afetar sempre o mesmo lado e se concentrar no fundo do olho.
Em geral, os pacientes com cefaleia em salvas são do sexo masculino e iniciam os sintomas por volta dos 20 anos. Na maioria dos casos, há história na família de alguma dor de cabeça semelhante.
Os ataques da cefaleia em salvas podem ocorrer uma vez no ano, mas tendem a ser recorrentes. Eles podem se iniciar abruptamente e a dor pode ser muito intensa já em sua fase inicial. De acordo com a American Migraine Foundation, alguns pacientes podem ter a forma crônica e apresentar ataques muito frequentes, desencadeados por alguns gatilhos, entre eles:
Segundo Cleveland Clinic, entre os sintomas que caracterizam a cefaleia em Salvas está a ativação de uma parte do sistema nervoso chamado Sistema Nervoso Autônomo. Essa estrutura é responsável pela liberação de substâncias como adrenalina e acetilcolina durante a crise de dor sobre o principal nervo que inerva a cabeça (nervo trigêmeo). Por esse motivo, a Cefaleia em Salvas faz parte um grupo especial de dor de cabeça denominado Cefaleias Trigêminio-Autonômicas.
Assim sendo, os sintomas da Cefaleia em Salvas incluem dor de cabeça e alterações relacionadas ao nervo trigêmeo e ao sistema nervoso autônomo e incluem:
As causas da Cefaleia em Salvas ainda não são completamente esclarecidas. No entanto, pesquisa publicada no The Lancet aponta como possível causa a combinação dos seguintes fatores:
O hipotálamo é uma estrutura que regula os nossos ciclos biológicos e está associado a funções como o sono, sede, apetite e controle de outras funções metabólicas. Pesquisas com imagem cerebral (PET) demonstram ativação do hipotálamo durante as crises de dor.
O envolvimento do hipotálamo explica, por exemplo, a periodicidade dos eventos, a relação com o sono e o surgimento de crises em determinados horários ou épocas do ano.
Mesmo a dor de cabeça sendo muito forte, a Cefaleia em Salvas não é causada por tumor, aneurisma e nenhuma outra condição. Por isso, ela é um tipo de cefaleia primária.
Para o diagnóstico da Cefaleia em Salvas, são utilizados:
O neurologista utiliza as recomendações da International Classification of Headache Disorders (ICHD-3 beta) que define a cefaleia em salvas como:
A maioria dos indivíduos apresentam melhora espontânea das crises ao longo de um ano. No entanto, 20% dos pacientes podem apresentar ataques muito frequentes de dor por mais de um ano. Nesses casos o diagnóstico é de Cefaleia em Salvas Crônica.
O tratamento da Cefaleia em Salvas é dividido em duas partes:
Os tratamentos abortivos oferecem alívio da crise de dor. Eles geralmente demoram 15 a 30 minutos para produzirem efeito. De acordo com Cleveland Clinic, os tratamentos mais eficazes de uma crise de cefaleia em salvas são:
A Estimulação transcutânea do nervo vago é uma terapia recém aprovada e muito útil para pacientes com crises frequentes e que não respondem a outros tratamentos.
Medicações como paracetamol e outros analgésicos comuns dificilmente surtem efeito.
O tratamento preventivo sempre deve ser realizado na cefaleia em salvas, dado a forte intensidade da dor. Segundo o NHS, entre as terapias disponíveis estão:
Recentemente, está em estudo o uso dos anticorpos monoclonais (Emgality) para tratamento da Cefaleia em Salvas.
Em relação às abordagens cirúrgicas, elas são reservadas para casos refratários.
Igualmente, é necessário tratar de sintomas associados como depressão, estresse, ansiedade, distúrbios do sono e corrigir possíveis gatilhos, como cigarro e álcool.
Dr Diego de castro é Neurologista pela USP e cuida de pacientes com casos complicados de dor de cabeça. Como você sabe, a cefaleia em salvas é uma condição incapacitante e que exige experiência e inovação para seu tratamento. Por esse motivo, a qualidade do neurologista é especialmente importante no tratamento dessa condição.
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